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Educador físico prega projeto
pedagógico ligado ao esporte

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Leopoldo Katsuki Hirama: realidade das crianças e adolescentes deve ser levada em conta ( Foto: Antonio Scarpinetti)Para além de apenas tirar as crianças e adolescentes da rua, o educador físico Leopoldo Katsuki Hirama propõe um tratamento pedagógico ao esporte praticado por pessoas sob coordenação de ONGs e entidades sociais, para que seja contemplado um desenvolvimento integral deste público. Segundo Hirama, é importante que se conheça a realidade das crianças e adolescentes para que os projetos sigam na mesma linha e não seja algo isolado dentro do contexto.

“Tornou-se recorrente dizer que o esporte tira as crianças da rua. Com isso, o que observamos são iniciativas que encaram o esporte apenas como recreação ou como atração para outras atividades. Não há um projeto pedagógico ou elementos que caracterizem continuidade. É claro que estes aspectos são importantes, mas o esporte pode ser um fenômeno capaz de oferecer muito mais”, destaca.

O estudo de Hirama, orientado pelo professor Paulo Cesar Montagner e apresentado na Faculdade de Educação Física (FEF), concentrou-se na favela de Heliópolis, na capital paulista, que possui mais de 120 mil habitantes em um quilômetro quadrado. Trata-se de uma das regiões com maior densidade demográfica do Estado de São Paulo e lá, segundo o educador físico, constam vários projetos sociais nas mais variadas categorias.

Para a sua pesquisa, Hirama mudou-se para a favela e permaneceu três anos no local. O próprio educador treinou 30 adolescentes entre meninos e meninas, na modalidade voleibol, que não poderiam mais participar das atividades da entidade por conta de terem completado 14 anos. “Os alunos reivindicaram a conti­nuidade dos treinamentos e também a participação em campeonatos regionais. Eles defendiam não só a continuidade, mas um aprofundamento na dinâmica de abordagem do esporte”, afirma.

Durante dois anos, a equipe competiu e obteve poucas vitórias. Mas, segundo Hirama, os relatos eram de que os atletas aprendiam mais com as derrotas do que com as vitórias. “Ficou claro a importância da continuidade nas atividades, pois além da participação em competições, muitos ajudavam em outros projetos como monitores”, revelou. Para complementar o estudo, Hirama também entrevistou um grupo de moradores que tiveram envolvimento com o projeto sócio-educativo.

Ele colheu depoimentos de pais, educadores e dos atletas para reafirmar a sua tese de que a realidade em que a criança e adolescente está inserida é um fator fundamental para o desenvolvimento das atividades esportivas. “Para implementar uma proposta esportiva é necessário compreender a realidade e traçar o panorama da comunidade”, esclarece. O estudo de caso de Heliópolis, segundo Hirama, orienta para reflexões sobre estruturas de projetos sociais para áreas periféricas.

 

 
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