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Partituras do nosso tempo

Ciddic vai priorizar repertório de compositores
contemporâneos em atividades e pesquisas

Apresentação da Orquestra Sinfônica da Unicamp no âmbito do projeto Música no Campus: interação com a comunidade (Foto: Antonio Scarpinetti) Com a fusão do Núcleo de Integração e Difusão Cultural (Nidic) e do Centro de Documentação de Música Contemporânea (CDMC), a Unicamp conta agora com o Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural, o Ciddic, já em plena atividade. A nova unidade, ligada à Coordenadoria de Centros e Núcleos (Cocen) da Unicamp, tem, desde a interseção, as atividades focadas na música contemporânea, principalmente no repertório produzido por compositores brasileiros dos séculos 20 e 21, de acordo com o diretor Fernando Hashimoto. A ideia é intensificar tanto a execução quanto a pesquisa de obras desta área.

Além do CDMC, o novo centro incorporou as atividades da Orquestra Sinfônica e da Escola Livre de Música (Unibanda). A nova organização exigiu uma reformulação também no repertório executado pela Orquestra Sinfônica da Universidade, que até então era composto em sua maioria por obras do período clássico. O centro pretende explorar o acervo de 15 mil exemplares do CDMC, que apesar de ser uma filiação da organização francesa de mesmo nome, contém nomes relevantes do repertório brasileiro. Isso não significa romper de vez com o clássico, mas inserir aos poucos a música contemporânea nos repertórios a ser apresentados, segundo o diretor.

Para a maestrina do Ciddic Simone Menezes, a iniciativa de inserir peças contemporâneas em concertos de música clássica é importante tanto para os instrumentistas, que ampliam a forma de tocar, quanto para o público, que vai se acostumando a ouvir música contemporânea. “É algo novo para o público que não tem contato com a música contemporânea e também para músicos que sempre tocaram música clássica. Um pizzicato (técnica em que as cordas do instrumento são dedilhadas e não tocadas com o arco), por exemplo, requer uma maneira diferente de ser tocado, dependendo da sonoridade exigida pela música”, explica. Em algumas peças contemporâneas, prossegue Simone, o cantor, além de executar as notas musicais com a técnica que domina, precisa buscar sonoridade em outras partes do corpo.

Fernando Hashimoto, diretor do Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural: novas diretrizes (Foto: Antonio Scarpinetti)Ao contrário do que muito críticos pregavam, o século 20 gerou bons compositores, como é mostrado em pesquisas do próprio acervo do CDMC, porém, a música contemporânea encontra dificuldades para encontrar espaço de execução. Além de tornar conhecidos esses compositores menos conhecidos, o projeto é uma oportunidade para que instrumentistas ligados ao Ciddic executem as obras. “Aqui na Unicamp mesmo temos alunos e professores compondo o tempo todo. O novo projeto deve dar visibilidade a esses compositores”.

Desde que assumiu o Nidic, antes da reformulação, Hashimoto iniciou um projeto com concertos de música de câmara (que exige número menor de instrumentos) da própria orquestra sinfônica com a finalidade de expandir os locais de concerto. Há eventos e espaços que, segundo ele, não comportavam uma orquestra do porte da OSU, mas a motivação para que os músicos se reúnam em grupos de câmara tornam os concertos mais acessíveis. A prática de câmara teve início com o Projeto Música no Campus, coordenado pelo assessor especial de Gabinete do Reitor Eduardo Guimarães.

De acordo com Simone, a Unicamp é a primeira universidade brasileira a focar o trabalho de um grupo sinfônico na música brasileira contemporânea. A produção de concertos, gravações e vídeos nesta área pode dar origem a um acervo histórico de performance musical.

A maestrina Simone Menezes: novidade para os músicos e para o público pouco familiarizado com a música contemporânea (Foto: Antonio Scarpinetti)Em 2008, o trabalho da OSU já começava a ser direcionado a partir do Projeto Novos Universos Sonoros – compositores brasileiros e solistas. Segundo Hashimoto, o projeto, realizado pela Unicamp e com patrocínio da Petrobras, viabilizou a pesquisa de novas sonoridades acústicas (também conhecidas como extended techniques) e a gravação de um CD com obras de compositores brasileiros envolvendo músicos e pesquisadores ligados a oito universidades brasileiras.

Pesquisa
Quatro linhas de trabalho devem direcionar os pesquisadores em música contemporânea ligados ao Ciddic: ensino, performance, acervo e canto coral. Para aprimorar o trabalho acadêmico, o Ciddic pretende implantar um projeto que traga para o debate na Universidade compositores veteranos, o que, para a maestrina Simone, seria uma oportunidade rara e importante por colocar estudantes, jovens músicos e a comunidade em contato com a experiência dos contemporâneos.

Concertos
O Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes de Campinas será palco, dia 28 de maio, às 20 horas, das novas iniciativas do Ciddic com a execução da obra Pedro e o Lobo, de Serguei Prokofiev (1891-1953), com narração da diretora do Instituto de Artes da Unicamp, Sara Lopes; e também com a performance do violonista Diogo Oliveira para o Concerto para Violão n. 4 do compositor carioca Radamés Gnattali (1906 - 1988). O mesmo concerto será apresentado dia 27, no auditório do Instituto de Artes da Unicamp, com entrada gratuita. O compositor inglês Edward Elgar (1857-1934) também será apresentado no evento com as obras Chanson de Matin et Chanson de Nuit (Canção da Manhã e Canção da Noite), duas obras curtas de forma livre de Elgar. “Tratam-se de duas obras despretensiosas e líricas com melodias que estão entre as mais belas do repertório sinfônico”, diz Simone.

A funcionária Cecília Stucchi no acervo do CDMC  que foi incorporado pelo Ciddic: 15 mil exemplares (Foto: Antonio Scarpinetti)Prokofiev, segundo Simone, é um dos compositores mais celebrados do século 20, dentre suas obras destaca-se a Pedro e o Lobo (1936), composta para orquestra sinfônica e narrador que tem como objetivo apresentar ao ouvinte as diversas sonoridades da orquestra sinfônica. Com esta produção, o Ciddic cumpre a missão já anunciada durante apresentação da peça A História do Soldado, de Stravinski, em 2009, no Centro de Convivência e no Espaço Cultural Casa do Lago, de oferecer grandes espetáculos à comunidade. O compositor brasileiro Radamés Gnattali destaca-se como sendo um dos relevantes compositores do século 20 a transitar entre o erudito e o popular. O Concerto n. 4 é bem característico de sua obra, segundo Simone, possuindo uma rítmica contagiante e um leve toque “jazzístico”. O violonista Diogo Oliveira é um dos muitos alunos que terão oportunidade de participar da programação do Ciddic, que abrirá espaço para maestros convidados, incluindo alunos de regência do curso de música da Unicamp.

 

Serviço

Obras: Pedro, o Lobo, de Prokofiev, com OSU e narração de Sara Lopes,
e Concerto para Violão Número 4, de Radamés Gnattali

Intérprete:
Diogo Oliveira

Data: Dia 27 de maio, às 12h30

Local: Auditório do IA - Entrada gratuita

Data: dia 28, às 20 horas

Local: Centro de Convivência Cultural de Campinas

Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10,00 para estudantes, idosos, comunidade da Unicamp e compra antecipada

 

 

 
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