| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 365 - 16 a 29 de julho de 2007
Leia nesta edição
Capa
Técnica detecta fraudes
Física de ponta
Reciclagem de plásticos
Colhedora de cana
Inovação
O que está no cardápio
Embalagem prolonga figo roxo
Para melhorar o hálito
Ciência e arte em Paraty
Painel da semana
Livros
Unicamp na mídia
Portal no JU
Teses
Congresso de leitura
Sem cópia na programação
Outros carnavais
 


8



Aplicação de laser de
CO2 atenua mau hálito

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A cirurgiã-dentista Ana Cristina C. Dal Rio Teixeira: método não é invasivo (Foto: Érica Guimarães)O tratamento com laser de CO2 diminuiu substancialmente a halitose ou mau hálito, principal queixa dos pacientes com tonsilite crônica caseosa, doença mais conhecida como amigdalite crônica. Testada pela cirurgiã-dentista Ana Cristina C. Dal Rio Teixeira em pacientes do Hospital das Clínicas da Unicamp (HC), a técnica mostrou-se eficaz, podendo ser adotada na terapêutica de pacientes que apresentem sintomas da doença. Além da melhora da halitose, o tratamento tem a vantagem adicional de preservar as amígdalas, sem a necessidade de métodos invasivos. Para aplicá-lo, basta um procedimento ambulatorial, com anestesia local. A aplicação do laser é feita de quatro a seis sessões, com intervalo mínimo de quatro semanas entre os procedimentos.

A técnica de laser de CO2 foi desenvolvida em 2004 na Unicamp, pela equipe da professora e orientadora do trabalho de Ana Cristina, Ester Nicola, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Os testes contemplaram 49 pacientes, mas a cirurgiã-dentista estima que a técnica já tenha sido aplicada em mais de 300 pessoas. O alto custo do laser ainda é um desafio. No entanto, Ana Cristina avalia que sua aplicação está cada vez mais presente nos consultórios.

A tonsilite crônica caseosa é uma doença com grande incidência na população brasileira, acometendo adultos e jovens de ambos os sexos. É caracterizada pela formação de cáseo, uma massa consistente, nem sempre visível, que se forma nas profundidades das criptas amigdalianas, devido à retenção de células descamadas, restos alimentares, saliva e bactérias. Por isso, havia a suspeita de que a formação de cáseos era o responsável pelo mau hálito, o que foi comprovado com o estudo de Ana Cristina. O estudo também avaliou rigorosamente os efeitos da aplicação do laser, concluindo que a técnica promove o aumento da abertura da cripta, evitando assim a retenção de alimentos e outras substâncias que servem de substratos para as bactérias produtoras do mau hálito.

Num primeiro momento, a cirurgiã-dentista comparou, por meio da halitometria – exame que possibilita medir o grau de halitose –, os pacientes com e sem cáseo. Esse procedimento foi necessário para que se quantificasse a sua influência na produção do mau hálito. Na seqüência, Ana Cristina estudou os pacientes antes, durante e depois das aplicações, para aferir o nível de redução da halitose. Em todos os casos, observou-se a melhora e uma queda significativa, em torno de 30%, marca considerada satisfatória pela cirurgiã-dentista.

Em uma avaliação mais geral, a cirurgiã-dentista constatou também que os pacientes apresentaram um quadro de melhora na auto-estima e na auto-confiança. Embora a halitose não ofereça risco de vida nem seja uma doença contagiosa, o incômodo e a insegurança são muito grandes. “Não só os portadores, mas também as pessoas que os cercam sofrem com a presença da halitose”, argumenta.

As pessoas que possuem mau hálito não percebem o momento em que estão exalando o odor devido a um processo denominado fadiga olfatória, em que uma região do cérebro minimiza a sensação desagradável. “O próprio indivíduo não consegue mais perceber o próprio cheiro”, afirma a pesquisadora, observando que muitas vezes são adotadas medidas paliativas como mascarar o cheiro com uma bala ou chicletes. De acordo com a dentista, no entanto, é um problema que merece maior atenção por parte dos profissionais da área, pois a halitose pode ser um sintoma de alerta para doenças mais graves como cirrose, insuficiência hepática, insuficiência renal, diabetes e outras.

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2007 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP