Edição nº 611

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 17 de outubro de 2014 a 02 de novembro de 2014 – ANO 2014 – Nº 611

Unicamp inicia discussão sobre governança de tecnologia de informação e comunicação


A Unicamp iniciou no último dia 13 uma discussão permanente, sobre governança de tecnologia da informação e comunicação (TIC). Dirigentes da Alta Administração, diretores e associados de unidades e órgãos, ATU’s e ATD’s, chefias de núcleos de informática, profissionais de TIC e profissionais ligados a planejamento estratégico das unidades e órgãos compareceram ao encontro no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). 

O evento “Governança cooperativa de tecnologia da informação: panorama, perspectivas e desafios para a Unicamp” foi promovido pela Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC), com o objetivo de trazer palestrantes tratando de diversas visões sobre a adoção da governança de TIC e suas possíveis aplicações à realidade da Unicamp. A iniciativa contou com o apoio da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU). 

Rodolfo Jardim de Azevedo, professor do Instituto de Computação (IC) e organizador do evento, disse que a ideia é levantar os problemas e sugerir medidas em TCI na Unicamp. “Queremos saber quais são as oportunidades e desafios para os próximos anos. Teremos palestras tratando desde governança corporativa geral até no serviço público, até fechar em pontos específicos. Paralelamente, haverá uma atividade com os participantes para que apresentem problemas e soluções encontradas em suas unidades e que talvez se complementem.” 

A governança de TIC, através do alinhamento de decisões e de ações na gestão da informação e de sua infraestrutura, é considerada vital para o melhor uso dos recursos tanto humanos quanto computacionais, provendo a universidade de agilidade e flexibilidade para o aperfeiçoamento de sua atividade fim. “Governança vem de uma palavra grega que significa pilotar um navio, ou seja, o processo de orientar continuamente e ajustar a direção. Esse sentido é muito adequado para governança de TI: o papel de timoneiro navegando por mares desconhecidos e que não pode simplesmente fixar o timão e seguir em frente, pois novas ondas podem desviar o navio do curso”, explicou o professor José Raimundo de Oliveira, coordenador do CTIC. 

Segundo Oliveira, uma pesquisa junto a líderes mundiais da área sinaliza com 23 tecnologias que podem causar enorme impacto na sociedade em 2022, algumas já em uso, mas com chance de se tornar top. “Três delas nos interessam diretamente. Primeiramente, os cursos abertos massivos online (MOOC, na sigla em inglês), para os quais temos que estar preparados e já temos alguns trabalhos iniciados; sabemos de cursos em Harvard com mais de cem mil inscritos. Em segundo lugar, a computação de alto desempenho (HPC), cuja demanda é cada vez mais crescente. E a computação em nuvem, que representa uma grande mudança na forma de fazer computação.” 

A questão colocada pelo coordenador do CTIC é que a Universidade não terá como enfrentar esses desafios se não houver um planejamento institucional. “O planejamento não pode ser decisão política de uma única gestão. Muito mais que pessoas, ele requer processos completos praticados sistematicamente, prática que não pode ficar engessada, diante da velocidade do surgimento de novas ondas que, muitas vezes, vão exigir correções de rumo. O nosso norte deve ser a missão da Universidade.” 

A professora Teresa Atvars, pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, concorda que a governança de TIC precisa estar sob a ótica do planejamento estratégico da Unicamp. “No programa de governo dessa gestão, o assunto está muito bem colocado justamente por ser absolutamente estratégico para o desenvolvimento institucional. A Unicamp possui um sistema complexo e dinâmico de pesquisa, pós-graduação, extensão e assistência. Na parte administrativa, vemos o oposto, um conjunto enorme de restrições e constrangimentos legais que levam a um sistema de passos lentos. Devemos construir uma governança que modernize o sistema, respeite as leis e seja ágil o suficiente para não produzir constrangimentos para a pesquisa e a pós.” 

O professor Alvaro Crósta, coordenador-geral da Universidade, enfatizou a importância que a Administração Superior confere ao tema da governança de TIC, tendo elegido como foco inicial a atuação efetiva de dois órgãos importantes: o Conselho de Tecnologia da Informação e Comunicação (ConTIC) e a Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC). “É deles a missão de tratar de três assuntos: primeiro, de infraestrutura e recursos humanos, atualização do parque computacional e desenvolvimento continuado de profissionais; segundo, da melhoria e integração dos processos de trabalho e aproveitamento de pessoal; e, terceiro, das novas tecnologias, como a exaltada computação em nuvem, que já estamos engajados em colocar na Universidade. Sobre os cursos massivos online, há duas semanas passamos a integrar o Coursera, a maior plataforma educacional aberta do mundo.”