Audiodescrição: Imagem colorida de uma gota de água projetando uma planta no fundo.

A coluna Ambiente e Sociedade é um espaço de discussão crítica e analítica sobre as questões ambientais contemporâneas, dando ênfase às problemáticas concernentes às transformações para sociedades sustentáveis. Dentre outros, são abordados temas como mudanças climáticas, políticas públicas ambientais, biodiversidade, degradação ambiental urbana e rural, energia e ambiente, Antropoceno, movimentos ambientalistas, desenvolvimento e sustentabilidade, agricultura sustentável e formação de quadros na área.

A Comissão Assessora de Mudança Ecológica e Justiça Ambiental: atuação e ações futuras

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Por Sônia Regina da Cal Seixas e Leila da Costa Ferreira*

Como é sabido, a Comissão Assessora de Mudança Ecológica e Justiça Ambiental (Cameja), a mais jovem das sete Comissões Assessoras que compõem a Diretoria Executiva de Direitos Humanos da Unicamp, está em atuação há quase três anos. Neste artigo, buscamos informar e atualizar as ações já realizadas pela Comissão, assim como fazer uma breve reflexão sobre nossas atividades futuras.

Em primeiro lugar, é interessante destacar a relevância e ineditismo da Unicamp em possuir uma Diretoria Executiva de Direitos Humanos e uma comissão assessora (CA) que congrega o tema da mudança ecológica com a justiça ambiental. Esse ineditismo reside no fato de que a Universidade está atenta à ameaça aos direitos humanos representada pelas mudanças ambientais globais, permitindo, desta forma, a criação da  Comissão Assessora de Mudança Ecológica e Justiça Ambiental – Cameja (Deliberação Consu-A-039/2020), para ser “referência para pesquisas, atividades de ensino, extensão e gestão relativas a mudanças institucionais transformativas tendo em vista a defesa dos direitos humanos no enfrentamento das mudanças ambientais globais” (Resolução GR-065/2021).

A Cameja conta com 44 membros, representantes de todos os seguimentos da Unicamp (docentes, pesquisadores/as, discentes de graduação e de pós-graduação, servidores da carreira Paepe e membros externos da sociedade civil). A missão primordial da CA é estimular e convidar a universidade a repensar seu compromisso com o presente, seja na gestão de todos os seus processos, seja na formação humana e na produção de conhecimentos em todas as áreas, no tocante às mudanças ecológicas e à justiça ambiental, vinculadas aos compromissos dos direitos humanos.

Nos dois primeiros anos, realizamos atividades acadêmicas e de comunicação, que procuraram divulgar essencialmente nossa missão, além das reuniões mensais — que ocorrem regularmente desde setembro de 2021. A primeira gestão, entre setembro de 2021 e maio de 2022, contou com presidência de Neri de Barros Almeida e a vice-presidência de Sônia Regina da Cal Seixas.

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Os 44 membros da Cameja participam de reunião híbrida no Auditório Raízes da Diretoria Executiva de Direitos Humanos

Neste primeiro momento, todos os membros estiveram envolvidos na elaboração do documento síntese da missão e das propostas da Cameja para a comunidade, A universidade e o futuro do Planeta: a universidade precisa assumir um protagonismo maior em relação ao futuro do planeta, que foi entregue, em maio de 2022, em Cerimônia oficial no auditório Raízes/DEDH- Unicamp, ao reitor e à coordenadora-geral da Unicamp. A cerimônia contou com ampla cobertura da imprensa da Unicamp.

Em junho, a Cameja passou a contar com Sônia Regina da Cal Seixas na presidência, Leila da Costa Ferreira na vice-presidência e o mesmo número de membros. A continuidade do trabalho da CA possibilitou a realização do “International Webinar: communicating the climate emergency Challenge to science, human rights and democracy, University of Campinas – Unicamp” em junho de 2022. O evento aconteceu de forma remota, com cerca de 1000 participantes.

Realizou-se reunião com os Pró-reitores de Graduação e Pós-Graduação para discutir a Ambientalização da formação e a criação de um grupo de trabalho sobre o tema.

Em outubro de 2022, realizamos o Workshop sobre as Leis de Licitações: 8666 – 21/06/1993 e 14133, abril/2023, para consolidação do “Guia de Recomendações para aquisição de produtos e serviços para a Unicamp”. A consolidação destas recomendações ainda se encontra em andamento no primeiro semestre de 2023, demandando a articulação e a divulgação com os diferentes setores da Unicamp, como Reitoria, PG e os demais órgãos decisórios da instituição vinculados ao tema. Vale destacar que o projeto é ressaltar as ações já em prática na Universidade, evidenciando as recomendações baseadas na missão da Cameja.

No ano de 2023, destacam-se duas atividades de grande impacto para toda a comunidade interna e externa da Unicamp.

Em primeiro lugar, está o projeto Trilha de Sustentabilidade, realizado em parceria com a Escola de Educação Corporativa (Educorp) e a Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi) e que será lançado no dia 10 de março, com a presença de Ailton Krenak, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas.

A Trilha de Sustentabilidade terá a duração de um ano, com vários temas a serem abordados, como conceitos de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável, perspectiva crítica, emergência climática, ações no multinível e multiatores  e comunicação, Consumo Sustentável, Educação Ambiental, Recursos Hídricos, Resíduos, soberania alimentar, energia e mobilidade. O curso contará com a participação de membros da CAMEJA, assim como com convidados externos, e estará aberto a interessados da comunidade interna e externa à Universidade. O objetivo, além de abordar as questões conceituais, é trilhar a Universidade, analisando quais projetos de sustentabilidade têm sido desenvolvidos e realizando um diagnóstico das necessidades da Unicamp para que ela se torne cada vez mais um exemplo de universidade sustentável.

Em segundo lugar, será realizado, em agosto, o Seminário Internacional "Emergência Climática: o que a universidade deve fazer para enfrentá-la JÁ!”, com o pró-reitor de Sustentabilidade da Universidade de Harvard e o reitor da Unicamp como convidados da mesa de abertura.

Nas mesas seguintes, que contarão com os pró-reitores da Unicamp e vários convidados nacionais e internacionais, discutiremos como as agências de fomento têm pensado a emergência climática nas universidades, projetos em andamento, conceitos fundamentais, interação entre as partes face às demandas do futuro e do presente e seus impactos nos diferentes grupos de pesquisa, com a perspectiva das diferentes categorias profissionais atuantes.

A Cameja também participa da Comissão Coordenadora nomeada pela reitoria sobre os futuros projetos a serem implantados no HIDS Unicamp e tem realizado um amplo debate entre os membros da CA sobre os desafios deste projeto para a Unicamp e a sociedade, visando a contribuir para que cada vez mais a Universidade externalize sua missão e seu compromisso com a pauta de Direitos Humanos, do direito a um ambiente sustentável e à plenitude da  dignidade da vida.

Desta forma, aproveitamos para agradecer o empenho dos homens e mulheres membros da CA e o forte e irrestrito apoio da Diretoria Executiva de Direitos Humanos e da Reitoria, que não têm medido esforços para que alcancemos nossa missão.

Enfim, a Cameja veio para ficar e se aprimorar. Vida longa à Cameja e ao planeta.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Unicamp.

*Sônia Regina da Cal Seixas e Leila da Costa Ferreira, presidência da Cameja, biênio junho 2022 – maio de 2024

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