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Entrevista com a Professora Itacira
Por Luciano Henrique Pondian Valente, Davi Faria de Conti, Eloisy Oliveira Batista, Isabela Carvalho Macedo, Gissele Bonafé Costa, Giovana Bannwart e Simone Rodrigues Vianna Silva

Luciano: Gostaria de saber quando aconteceu a institucionalização do Português como língua estrangeira aqui na Unicamp. Como que foi esse processo?
Itacira: Pois não, nós podemos dizer que a Unicamp é uma das universidades pioneiras no ensino de Português língua estrangeira/segunda língua, e podemos dizer, pioneira no ensino institucionalizado dessa área no Brasil. Esta institucionalização aconteceu em 1976, por ocasião da criação do Centro de Lingüística Aplicada (CLA) do Instituto de Estudos da Linguagem. As atribuições desse centro eram ministrar aulas de Português para Estrangeiros e de outras línguas, além de realizar pesquisas voltadas para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do ensino de línguas estrangeiras incluindo português. Em relação ao Português/língua estrangeira, num primeiro momento, a nossa atenção esteve voltada para a elaboração de materiais didáticos, pois havia uma grande carência de materiais para as aulas que tinham como público-alvo alunos estrangeiros da universidade, e professores estrangeiros visitantes, e desde o começo se percebeu a necessidade de separar os hispano-falantes dos falantes de outras línguas, dada a proximidade tipológica entre os dois idiomas. Foram criados, então, cursos diferenciados de português para falantes de espanhol. Nessa ocasião, era coordenador do CLA o professor Dr. Aryon Rodrigues, e trabalhavam nesse Centro com português para estrangeiros as professoras Daniele Grannier Rodrigues, Leonor Cantareiro Lombello, Marisa Baleeiros e Maria do Amparo Barbosa. Então, com a minha chegada, éramos cinco professoras a trabalhar no setor de Português, contando também com a valiosa colaboração na elaboração dos materiais didáticos da profa. Linda El-Dash.
Luciano: Tá certo, e...
Itacira: Tem alguma coisa que eu não falei...
Luciano: Não, tá, por enquanto tudo bem, e como é que foi... quais foram as necessidades que vocês tiveram com os hispano-falantes e com falantes de outras línguas?
Itacira: É... no início nós dávamos as aulas para os falantes de várias línguas juntos, mas depois nós vimos que os falantes de espanhol, tinham dificuldades específicas. São dificuldades muito diferentes daquelas dos falantes de outras línguas e há muita interferência do espanhol no Português pela proximidade entre as duas línguas, então houve a necessidade desde o começo de fazer cursos específicos para esses falantes.
Um dos problemas dos falantes de Espanhol é a interlíngua, que é um processo natural na aprendizagem de qualquer idioma. Com os falantes de Espanhol, porém, ocorre muitas vezes uma fossilização precoce, ou seja, o falante permanece logo no início do processo de aprendizagem num estágio intermediário, e não progride mais em direção à L-alvo. Com falantes de outras línguas, essa fossilização é bem menor.
Luciano: Por que chega um tempo em que ele consegue ouvir e consegue...
Itacira: Não, não consegue mais diferenciar os dois sistemas lingüísticos, o do Espanhol e o do Português, fossiliza e não avança mais, e aí aparece o famoso portunhol.
Luciano: É acontece com eles aqui e com a gente lá também.
Itacira: É, também. E outra coisa que nos fez pensar em separar os falantes de Espanhol dos outros falantes, é que os hispanos em geral não têm problemas de compreensão. Então é impossível você trabalhar num mesmo nível alunos que já têm uma certa compreensão e possibilidade de produção também muito maior, com outros alunos que são principiantes zero, enquanto que os falantes de Espanhol são considerados falsos principiantes.
Luciano: Ele não é um principiante pelo fato que ele compreende, a língua é muito próxima.
Itacira: É um falso principiante, e isso causava muitos problemas, pois o material para outros falantes se tornava muito fácil para eles. Então houve a necessidade de separar os falantes de Espanhol dos outros falantes, e elaborar um material mais dinâmico que atendesse melhor as especificidades desses alunos.
Luciano: Para atender essas necessidades específicas.
Itacira: Até essa época, nós, professores do Centro, elaborávamos nosso próprio material que ia sendo testado aula a aula. Era como se fosse um laboratório, em que íamos testando, melhorando, e em 1980 foi elaborado, aqui na Unicamp, um material específico para falantes de espanhol, chamado "Português para falantes de Espanhol", cujas autoras foram as professoras Leonor Cantareiro Lombelo e Marisa Baleeiros, com a colaboração das outras duas professoras, eu e a Professora Daniele Grannier Rodrigues.
Luciano: Interessante... então, o português começou junto com o IEL. O IEL também é dessa...
Itacira: A data de criação do IEL eu não poderia precisar, a criação do Centro de Lingüística Aplicada (CLA) foi em 1976.
Luciano: É, mas o IEL começou por aí, que eu me lembre.
Itacira: Em 1981 foi criado o Departamento de Lingüística Aplicada do IEL, e o ensino e a pesquisa na área de Português LE passou a ser responsabilidade desse departamento.
Luciano: Certo.
Itacira: É Interessante também dizer que em 1987, quando foi criado o Centro de Ensino de Línguas aqui na Unicamp, o ensino de línguas estrangeiras passou a ser ministrado nesse Centro, como tem sido até agora.
Luciano: Ta certo.
Itacira: Esse Centro é vinculado administrativamente à reitoria e academicamente até hoje ao DLA, que é o responsável pelo ensino das línguas estrangeiras na Unicamp. A direção do Centro do Ensino de Línguas teve nas duas primeiras gestões como diretora a saudosa professora Leonor Cantareiro Lombello, que foi uma das pioneiras no ensino de Português para estrangeiros na Unicamp e no Brasil. É uma pessoa de muita importância na área, e o trabalho dela é até hoje lembrado e reconhecido.
Luciano: E você já tinha tido alguma experiência com Português para Estrangeiros?
Itacira: Não, até vir para a Unicamp eu nunca tinha tido experiência. Então comecei trabalhando aqui, e fui adquirindo experiência com as colegas. Nessa época eu não tinha sequer o mestrado, mas as outras professoras me orientavam, e sob a supervisão delas, fui adquirindo experiência na área, ao mesmo tempo em que comecei a fazer cursos isolados de pós-graduação na PUC de Campinas e aqui mesmo na Unicamp.
Luciano: Bom, qual foi a equipe, acho que você já mencionou.
Itacira: Já mencionei.
Luciano: Então você falou que o material era elaborado durante o curso, era uma experimentação mesmo. Itacira: Exatamente, experimentação. Principalmente para os estrangeiros, bom, para os falantes de Espanhol também, para ambos. Depois em 1980 é que foi elaborado para os falantes de espanhol um material mais definitivo para a época e publicado pela editora da Unicamp.
Luciano: Ah tá! E qual foi a abordagem teórica que vocês tentavam impor naquele momento?
Itacira: Naquele momento nós ainda estávamos, digamos assim, um pouco presas a uma abordagem mais estruturalista, com foco na forma, mas evidentemente isso foi se modificando ao longo dos anos.
Luciano: Quais foram essas modificações que ocorreram?
Itacira: O que acontece é que aos poucos fomos nos distanciando dessa abordagem, à medida que fomos adquirindo formação na área. Quem não tinha mestrado fez o mestrado, quem já tinha mestrado fez o doutorado, e nós fomos adquirindo conhecimentos que nos permitiram, então, ir nos afastando cada vez mais dessa abordagem mais estrutural e nos encaminhar para uma abordagem mais... ah... comunicativa, mais contemporânea que é o que atualmente usamos, uma abordagem voltada para a comunicação na interação social. Contemplam-se não apenas aspectos lingüísticos, mas também aspectos sociais, históricos, políticos e geográficos, visando inserir o aprendiz de Português no nosso contexto social e proporcionando um contato com a cultura de nosso país, levando, portanto, a uma contextualização do processo de ensino/aprendizagem.
Luciano: Quais foram as dificuldades nesse processo de implementação, que foi um caminho bem longo desde 76, aí depois surgiu o DLA, até a criação do CEL. Quais foram as dificuldades que vocês enfrentaram no começo?
Itacira: As dificuldades normais que eu já disse, principalmente a falta de materiais, porque nós achávamos que os poucos materiais existentes, não se adaptavam muito bem a nossa realidade. A gente achava que deveria ver os interesses dos alunos para ir elaborando esses materiais. Além disso, havia pouca pesquisa e bibliografia na área que apoiasse e desse embasamento teórico ao nosso trabalho. Então foi todo um trabalho que foi construído com o tempo, com o passar dos anos.
Luciano: Qual era a sua área de interesse no ensino de Português LE?
Itacira: É, eu vou voltar um pouquinho para dizer o seguinte, eu comecei a trabalhar com falantes de espanhol e com outros estrangeiros também, e em 1981 surgiu uma oportunidade através de um acordo da Unicamp com o Ministério das Relações Exteriores de trabalhar só com falantes de espanhol, uma vez que a Unicamp passou a dar assessoria a alguns Centros de Estudos Brasileiros mantidos pelo Itamarati no exterior. Então, a professora Leonor Lombelo e Marisa Baleeiros estiveram na Bolívia, observando as aulas e analisando os materiais didáticos, e também ministrando um curso de atualização para os professores. Depois eu mesma estive no Uruguai analisando os materiais que estavam sendo usados, e fazendo uma aplicação piloto do material que tinha sido elaborado para falantes de espanhol aqui na Unicamp. Disso resultou a minha ida para o Uruguai onde, durante quatro anos, permaneci como diretora do Centro de Estudos Brasileiros, ou melhor, Instituto de Cultura Uruguaio-Brasileiro. Foi uma experiência muito interessante, enriquecedora, tanto pessoalmente como para a Unicamp.
Luciano: Então...
Itacira: Então, dada essa experiência que eu tive no Uruguai, daí decorreu cada vez mais meu interesse direcionado para o ensino de Português para hispano-falantes, e retornando do Uruguai, comecei a fazer o meu mestrado aqui na Unicamp. A minha dissertação de mestrado é sobre o processo de ensino/aprendizagem de Português para falantes de espanhol no contexto do Mercosul, então até hoje estou sempre voltada para os problemas do falante de espanhol.
Luciano: Quais são esses problemas?
Itacira: Por exemplo, a necessidade de pesquisas para detectar o porquê dessa interlíngua do falante de espanhol tão presente na aprendizagem do português, as principais dificuldades que eles têm na aprendizagem, como os problemas fonológicos decorrentes dos sons inexistentes no Espanhol, alguns tempos verbais como o imperfeito e o futuro do subjuntivo, conjunções etc, o que na prática se evidencia através da comparação entre as duas línguas, conscientizando os alunos sobre as diferenças entre os dois idiomas, tentando dessa forma, minimizar o problema da fossilização que leva ao famoso "portunhol".
Luciano: Quais projetos que você está envolvida? São projetos nessa área?
Itacira: Projetos oficiais eu não estou envolvida em nenhum no momento, mas eu tenho alguns artigos publicados, principalmente sobre as dificuldades dos falantes de espanhol, e os problemas de interlíngua e fossilização. Anteriormente participei dos projetos "Português para Estrangeiros" e "Português no Mercosul", ambos coordenados pelo prof. Dr. José Carlos Paes de A. Filho.
Luciano: Uma coisa que você citou no começo é, você falou do português na Unicamp, ele é institucionalizado e a gente pesquisou em algumas outras universidades brasileiras e acho que só aqui é institucionalizado.
Itacira: É, acho que tem mais algumas universidades, mas o grau de institucionalização é muito baixo ainda.
Luciano: A maioria é de extensão.
Itacira: Exatamente, são cursos de extensão.
Luciano: E qual que é a diferença que você enxerga para a Unicamp, que diferenças isso acarreta no ensino, na política da universidade?
Itacira: É, os cursos institucionalizados são cursos que estão no catálogo da Unicamp, eles têm mais visibilidade. São cursos assim, mais oficiais, enquanto os cursos de extensão, não. Então é importante que as universidades tenham os cursos institucionalizados e não apenas como cursos de extensão.
Luciano: O compromisso é muito maior.
Itacira: E outra coisa muito problemática que a gente não tem aqui na Unicamp, mas sabemos que existe em outros contextos de ensino é a falta de formação dos professores na área. Talvez por isso também o grau de institucionalização seja tão baixo ainda, certo?
Luciano: Por falta de mão-de-obra?
Itacira: Exatamente, é.
Luciano: É uma área que a Matilde fala muito que está aflorando neste momento.
Itacira: Está. Podemos dizer que neste momento a área de Português para estrangeiros no Brasil está em franca expansão, e digamos assim, se nós compararmos com alguns anos atrás, já há muitas pesquisas na área, entendeu? Têm muitas teses e dissertações defendidas na área de Português LE e está aumentando o grau de institucionalização aos poucos, e de formação de pessoal para capacitação docente, e isso é muito bom. Devo salientar que isto também se deve a um acontecimento na área muito importante e que tem a ver com a Unicamp, porque a primeira diretoria da qual fui a 1ª. Presidente, foi majoritariamente dessa Universidade. Estou falando da Sociedade Internacional de Português LE, fundada em 1991, que veio dar um grande apoio político-acadêmico aos professores e pesquisadores da área no Brasil e no exterior, e nós notamos a partir daí, um avanço maior na formação dos professores, na institucionalização dos cursos, e nas pesquisas na área. Essa Sociedade também veio proporcionar um fórum anual, através dos congressos da SIPLE, de apresentação de trabalhos e discussão dos problemas concernentes à área de português LE. Foi também durante a 1ª. gestão que se realizou na Unicamp o I Seminário Internacional da SIPLE, que contou com a presença de participantes de Universidades brasileiras, Centros de Estudos Brasileiros e Universidades estrangeiras, constituindo-se num marco histórico, uma vez que foi o 1º. Evento solo na área de Português Língua Estrangeira no Brasil. Aqui gostaria de destacar a colaboração e o apoio do prof. Dr. José Carlos Paes de A. Filho, e do prof. Dr. Francisco Gomes de Matos da Universidade Federal de Pernambuco, cujas contribuições foram de grande relevância nesta primeira gestão.
É importante evidenciar também o trabalho eficiente e marcante do prof. Dr. José Carlos Paes de A. Filho, na área de PLE, através de suas publicações teóricas, inúmeras orientações de teses de mestrado e doutorado, cursos de formação de professores como o ministrado na Universidad de la República em Montevidéu, o Seminário de Atualização em Português e Culturas Lusófonas oferecido a professores do Mercosul na Unicamp, e diversos cursos de atualização aos professores de Centros de Estudos Brasileiros em vários países, sendo portanto, um nome que é uma referência importante na área de PLE.
Luciano: Tem mais alguma coisa que você anotou, que você preparou tanto para...
Itacira: Eu anotei algumas coisas para não esquecer. A propósito, você gostaria de saber a respeito dos cursos oferecidos aqui?
Luciano: Sim.
Itacira: No CEL os alunos estrangeiros de graduação podem cursar disciplinas optativas como alunos regulares, e os alunos de pós-graduação e professores visitantes podem cursar as mesmas disciplinas de português como alunos especiais de graduação. É uma disciplina de graduação, e são oferecidos os seguintes cursos: Português para estrangeiros I, com uma carga horária de 120 horas/aula. II e III, com 60 horas/aula, Português para falantes de espanhol I e II, também são cursos de 60 horas/aula, e depois temos um curso de Prática de produção de textos em Português LE que é oferecido aos alunos estrangeiros em geral, e também para os falantes de espanhol, ta?
Luciano: Certo, que daí seria o nível IV.
Itacira: É, exatamente.
Luciano: Um mais avançado.
Itacira: Mais voltado para a escrita. Outra coisa importante que não se pode deixar de nomear aqui, e que tem a ver com a Unicamp também, é o exame de proficiência em Português LE, o Celpe-Bras. A coordenadora desse exame na Unicamp é a profa. Dra. Matilde Scaramucci do Departamento de Lingüística Aplicada. Então esse exame é muito importante, porque é o exame oficial do Brasil e se constitui numa das conquistas mais expressivas da área de PLE, já que o Brasil ainda não tinha um exame oficial de proficiência. A profa. Dra. Matilde V.R. Scaramucci integra, junto com a Dra. Margarete Schlatter da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a equipe técnica que elabora e coordena a aplicação do Exame Celpe-Bras, no Brasil e no exterior.
Luciano: É, pelo menos no Brasil não havia um exame como esse.
Itacira: É muito importante o efeito retroativo desse exame sobre o ensino que já está sendo notado em vários contextos, principalmente no Brasil. Por exemplo, aqui na Unicamp, embora não haja ainda um curso de preparação específica para o exame Celpe-Bras, no nível II de Falantes de Espanhol, os cursos já estão sendo um pouco direcionados para o exame. Estamos trabalhando muito com o tipo de tarefas exigidas na parte escrita, que são as tarefas comunicativas.
Luciano: E a Unicamp tem um papel importante, porque uma boa parte do Celpe-Bras surgiu aqui. Itacira: Surgiu aqui, exatamente. Podemos dizer que o primeiro embrião do exame de proficiência nasceu aqui na Unicamp. Depois a equipe técnica do MEC a partir desse embrião, desenvolveu o exame.
Itacira: Além das aulas ministradas aqui no CEL, o DLA também oferece a disciplina eletiva de Ensino de Português como Segunda Língua/Língua Estrangeira para os alunos do curso de licenciatura em Letras (essa disciplina que estão fazendo com a profa. Matilde neste semestre), e também em 1987 com a criação do programa de pós-graduação em LA, Português para estrangeiros é oferecido como uma disciplina de pós-graduação; então tornou-se uma área de pesquisa dentro da área maior de aquisição de língua estrangeira e segunda língua e com professores pesquisadores, orientando inúmeras dissertações de mestrado e teses de doutorado. A área de Português para estrangeiros na Unicamp tem se sobressaído principalmente pela pesquisa que vem aumentando a cada ano, publicações de livros teóricos sobre o ensino de Português LE, que são referência no ensino de Português tanto no Brasil como no exterior, assim também como pela formação de professores e pesquisadores e assessoria prestada em forma de cursos, seminários, projetos de intercâmbio, tanto aqui no Brasil como no exterior. E a pesquisa está voltada para temas relacionados ao ensino/aprendizagem, como metodologia, formação de professores, avaliação de rendimento e proficiência, dentre outros temas.
Mais alguma coisa que você queira? Fiz algumas anotações, mas acho que o essencial...
Luciano: Não, eu acho que a gente conversou tudo que, assim, eu imaginei, mas se você tiver mais alguma coisa que você queira mencionar...
Itacira: Eu falei da assessoria aos órgãos do governo, falei da presença das professoras Leonor e Marisa na Bolívia e a minha própria presença no Uruguai. Falamos da SIPLE que é importante, e também do projeto Celpe-Bras. Eu acho que em resumo é isso.
Luciano: São as coisas que mais deram esse crescimento que a área está tendo.
Itacira: Isso aí. Ah, e aqui no CEL, além dos cursos regulares que eu falei, também, havendo número de alunos suficiente, é possível a gente oferecer cursos de extensão para estrangeiros da comunidade em geral. Então são pessoas que não têm vínculo nenhum com a Unicamp e esses cursos são pagos, mas eles são oferecidos se tiver um número "x" de alunos. No momento não tem nenhum funcionando, mas há a possibilidade de que sejam criados esses cursos. Em outros anos já aconteceu de ter alunos de extensão.
Luciano: E você, é quem ministra essas aulas?
Itacira: Primeiro são oferecidos os cursos aos próprios professores do Centro, não havendo interesse, então a gente abre uma seleção, assim outros professores da área podem apresentar seus currículos e são selecionados para esses cursos.
Luciano: Está certo. Foi uma das discussões que a gente teve no curso com a professora Matilde.
Itacira: E a gente está pensando também, tendo em vista o Celpe-Bras, em oferecermos um curso de preparação para esse exame, talvez, para o próximo ano.
Luciano: Acho que isso é interessante, daria maior visibilidade ainda ao exame e mostraria, divulgaria o fato dos estrangeiros olharem no catálogo que existe um curso para o exame.
Itacira: Eles mesmos têm perguntado muito, têm solicitado isso, então a gente está pensando, mas talvez para o próximo ano, quem sabe.
Luciano: Ah, legal. Eu acho que a gente conseguiu cobrir tudo.
Itacira: Tem mais alguma coisa para especificar melhor?
Luciano: Acho que consegui tudo. Caso falte alguma coisa eu posso...
Itacira: Você pode me mandar um e-mail. Para terminar, gostaria de dizer que a área de PLE não só na Unicamp, mas no Brasil, passou por avanços significativos nas últimas décadas, em relação a pesquisa na área, a formação docente, a institucionalização dos cursos, mas ainda há muito que avançar em termos de se conseguir uma política eficaz voltada para o ensino de PLE, no Brasil e no exterior.