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..............Campinas, 11 a 17 de março de 2002
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ARTE

 

Exposição revela imagens e anotações
do trajeto São Paulo-Campinas

São mais de trinta cadernos. Uma espécie de diário. É neles que a artista, além de ilustrá-los com pinturas, desenhos ou simples rascunhos - talvez obras de arte no futuro - registra suas reflexões, tristezas e alegrias. A artista Lygia Eluf, professora de Desenho do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, constrói nesses cadernos o seu dia-a-dia, meticulosamente, com detalhes de todo o processo criativo.

Muitas das idéias impressas nos cadernos resultaram em Montanhas, exposição que Lygia está promovendo até o próximo dia 26, na Galeria de Arte Unicamp, andar térreo do prédio da Biblioteca Central. Ao todo são onze pinturas a óleo, de diversos tamanhos — de 60 cm x 80 cm, de 1 m x 2 m e até de 1,80 m x 1,80 cm. Em oito cadernos de desenhos, a professora anota o seu cotidiano. E mais uma pequena caixa de madeira, que significa “um pensamento pictórico”, como Lygia a define. Nessa caixa, em poder da artista há aproximadamente cinco anos, havia um desenho de Portinari. Não por desrespeito, é esta caixa que ela usa se sentar quando produz as suas telas, e também onde costuma limpar seus pincéis.

“Totalmente despojada de conceitos ou pré-conceitos, na verdade uso-a como se fosse mesmo uma caixa de arte, embora nunca tenha me preocupado nem mesmo saber o que há dentro dela”, revela. Lygia explica que quando começou a série Montanhas buscava capturar o espaço existente entre elas, aquela linha ambígua que determina onde começa o céu e onde termina a terra. As montanhas sempre foram um tema que a perseguia desde os tempos de infância. “Cresci na Serra da Cantareira e hoje, curiosamente, minhas filhas (Serena, de 26 anos, e Amanda, de 25), moram em Goiás, mais precisamente na Chapada dos Veadeiros”, diz a artista.
Como professora do Instituto de Artes da Unicamp — onde está há doze anos —, Lygia viaja quase que diariamente para Campinas. Talvez para tentar amenizar essa mesma rotina, Lygia ganhou o hábito de observar a paisagem na estrada.

“Indo para Campinas, observo a Serra do Japi e a Serra da Cantareira, e noto que a paisagem está sempre mudando”. Aí, ela pára e fotografa tudo o que considera interessante, diferente ou simplesmente bonito de se ver. Suas telas, talvez a maioria delas, refletem basicamente o que Lygia observa nessas paisagens à beira da estrada. Imagens que ficam fixadas na memória.

Graduada em Artes Plásticas pela ECA (Escola de Comunicação de Artes), da USP, conta que pinta desde os seis anos de idade, “quando então compreendi o que era uma representação”. Na série, Lygia explica a relação que mantém com as montanhas: “Ela se dá, antes de mais nada, pelo modo amoroso: é uma relação entre a pura sensação e o métier controlado, é um passatempo para o espírito”.
Montanhas fica em exposição na Galeria de Artes Unicamp, térreo da Biblioteca Central, até o dia 26, das 9 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. Telefone: 3788.7453. (A .R.F.)
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REFLEXÃO

 

 

Evento comemora Dia Internacional da Mulher

Com a presença da prefeita de Campinas, Izalene Tiene, o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) promoveu no último dia 6 (quarta-feira), no auditório da unidade, a conferência As mulheres e a esfera pública: conquistas e desafios, sob a mediação da professora Rita Morelli, diretora associada do Instituto. O evento teve ainda participação da professora Maria Lygia Quartim de Moraes, do Departamento de Sociologia e Núcleo de Estudos de Gêneros - Pagu, e de Maira Luisa Gonçalves de Abreu, coordenadora do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH).

O evento serviu para lembrar porque em 8 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher. Há exatos 145 anos, num período em que as mulheres reivindicavam redução da jornada de trabalho que chegava a 16 horas e salário equivalente ao dos homens, 129 operárias morreram queimadas em uma fábrica de Nova Iorque, cujos proprietários mantinham as portas trancadas. Em homenagem às trabalhadoras mortas, o 1° Congresso Internacional da Mulher, realizado na Dinamarca, em 1910, estabeleceu a data como o Dia Internacional da Mulher.

No encontro do IFCH, a prefeita Izalene falou sobre a violência crescente na cidade, e da qual foi vítima o seu maior representante, o então prefeito Antônio da Costa Santos (PT), assassinado na noite de 10 de setembro ao ano passado. Ao dar as boas vindas aos calouros, que lotaram o auditório do IFCH, Izalene disse que sonha com o dia em que “vocês vão poder andar despreocupados pelas ruas de Campinas, sem medo de que algo de ruim lhes aconteça”.

A professor Maria Lygia lembrou que a Unicamp foi pioneira em organizar uma semana da mulher, em 1978, “oferecendo um dos primeiros espaços em que a condição da mulher foi discutida”. Disse que uma das questões mais importantes para as mulheres brasileiras é exatamente a de organizá-las em torno de todas as questões específicas, mas sem nunca deixar de lado a importância de uma transformação radical da sociedade. “As mulheres estiveram fortemente engajadas na luta contra a ditadura, levando bandeiras gerais e específicas, e possibilitando, com isso, que construíssem novas e importantes formas de militância política”, disse Maria Lygia.

Para ela, a Unicamp não é hoje apenas um espaço de militância política, “mas também de reflexão crítica, de construção, de desenvolvimento de novas perspectivas, mais ricas e mais abrangentes sobre a questão da mulher brasileira”. Como mulher, ela diz acreditar que há pouca coisa para se comemorar neste 8 de março. “Temos, isso sim, de aproveitar o espaço para denunciar”. (A.R.F)

 


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