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Unicamp e Petrobrás
terão laboratório conjunto
Convênio consolida parceria que já soma 15 anos; obras devem começar nas próximas semanas

Unicamp e a Petrobras firmaram no último dia 13, convênio para a construção do Laboratório Experimental de Petróleo (LEP), no valor de R$ 1,3 milhão. Do total, R$ 900 mil serão bancados pela empresa e o restante pela Universidade. A expectativa é que as obras tenham início nas próximas semanas e que o LEP esteja operando a partir de meados do ano que vem. A missão do laboratório será desenvolver tecnologias que permitam aperfeiçoar o processo de produção de petróleo, principalmente o de alta viscosidade. Segundo o reitor Carlos Henrique de Brito Cruz, a parceria representa um marco no relacionamento entre as duas partes, que já soma 15 anos e proporcionou pelo menos 200 projetos cooperados de pesquisa.

O reitor destacou, ainda, que o convênio se insere no conjunto de ações que a Unicamp vem executando em diversos âmbitos, com o objetivo de estreitar o relacionamento com a sociedade. A construção do LEP, conforme o reitor, é um caso exemplar do que pode ser considerada uma parceria estratégica. “Nossos objetivos vão além de projetos individuais. Esse laboratório possibilitará não apenas a realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento, mas também o treinamento de nossos estudantes. Tenho certeza de que ele trará bons resultados tanto para a Unicamp quanto para a Petrobras”, afirmou.

O professor Saul Suslick, diretor do Centro de Estudos de Petróleo (Cepetro) da Unicamp, ao qual o LEP estará vinculado, afirmou que o relacionamento entre a Petrobras o Cepetro tem rendido excelentes resultados nos últimos 15 anos. Prova disso é que a empresa injetou aproximadamente US$ 6 milhões nas várias parcerias firmadas com a Universidade nesse período. Atualmente, estimou, o Cepetro tem cerca de 50 pesquisadores, pertencentes às diversas unidades de ensino e pesquisa da Unicamp, envolvidos em estudos nas áreas de produção, escoamento e transporte do petróleo. “Várias tecnologias e processos gerados em nossos laboratórios têm contribuído para o aumento da eficiência da Petrobras”, disse.

Uma dessas tecnologias, desenvolvida pelo professor Antonio Carlos Bannwart, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), já foi testada pela companhia e deverá ser brevemente incorporada ao trabalho de escoamento de óleo ultraviscoso. O método consiste em criar uma película de água dentro da tubulação, de modo a reduzir drasticamente o atrito entre o petróleo e as paredes do duto. Além de facilitar o fluxo, a técnica proporciona economia da energia usada no bombeamento do óleo. “O resultado dos testes que fizemos foi muito bom e a tendência é que essa tecnologia seja de fato aproveitada pela Petrobras”, informou o coordenador do Programa Tecnológico de Óleos Pesados da empresa, Wagner Trindade. Pelo contrato firmado com a Unicamp, segundo ele, a Petrobras poderá utilizar o LEP para suas atividades de pesquisa por três anos.

Trindade explicou que a parceria selada com a Universidade faz parte um plano estratégico da estatal, que está dividido em duas etapas, ambas baseadas no uso de novas tecnologias. A primeira pretende conferir maior rentabilidade aos poços de onde já é extraído o óleo pesado. A segunda consiste em fazer com que outros poços também passem a produzir o petróleo ultraviscoso. O representante da Petrobras lembrou que o Brasil produz cerca de 85% do petróleo que consome. A meta da companhia é fazer com que o País se torne auto-suficiente até 2006. Atualmente, a estatal extrai cerca de 1,5 milhão de barris por dia, sendo que 1,2 milhão vem da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro. Pelos cálculos de Trindade, as reservas brasileiras de óleo pesado devem girar em torno de 25 bilhões de barris. Por meio do investimento em novas tecnologias e modelos de produção, a Petrobras espera extrair, ao longo dos próximos anos, pelo menos 20% desse volume.

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