| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 332 - 7 a 13 de agosto de 2006
Leia nesta edição
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Artigo: Diagnóstico das patentes
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40 anos em Parati
Talento
Almeida Prado
Mandarim 35
Faltam tomadas
Fraturas por estresse
Pão de forma
Vinagre brasileiro
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Livro
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Kyatera
Biodisel no IQ
Musicalização do corpo
 

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Evento de cinco dias mostra a Rítmica Dalcroze aos
aficionados da dança, artes cênicas e educação física

A musicalização do corpo

Fotos Antonino Perri/ ReproduçãoPara cada som existe um movimento análogo. De maneira simplificada, esta seria uma explicação possível para apresentar o leigo à Rítmica Dalcroze, método criado no começo do século XX pelo músico e pedagogo austro-suíço Émile Henri Jaques (1865-1950), que adotou o nome artístico de Dalcroze. A técnica, que promove a integração da melodia musical com a expressão corporal, foi desenvolvida inicialmente por ele para ensinar música a seus alunos. Com o tempo, porém, os princípios dessa pedagogia passaram a influenciar outras áreas, notadamente a dança, as artes cênicas e a educação física. Para dar maior visibilidade à obra de Dalcroze no Brasil, dado que ela é amplamente conhecida em outros países, a Faculdade de Educação Física (FEF) e o Instituto de Artes (IA) da Unicamp promoverão nos dias 10, 17, 18, 19 e 20 de agosto o evento “Rítmica-Dalcroze: Musicalização do Corpo”.

Além de refletir sobre diversos aspectos ligados ao método idealizado por Dalcroze, outro objetivo do evento é estimular pesquisadores, professores e estudantes interessados no assunto a exercitarem uma espécie de “compreensão poética” dos usos e práticas do corpo, como explica um dos coordenadores do encontro, o professor José Rafael Madureira, que desenvolve tese de doutorado na Unicamp sobre a vida e a obra de Dalcroze, sob orientação da professora Eliana Ayoub. Ele explica que o evento será dividido em três partes. A primeira será composta por uma conferência apresentada pelo próprio José Rafael, intitulada “O Teatro, a Música e a Dança de Émile Jaques-Dalcroze”.

Masterclass o curso com convidados internacionais têm vagas limitadas

O professor José Rafael Madureira: técnica difundida em 22 países é pouco conhecida no BrasilA segunda é um Masterclass que contará com a presença do brasileiro Iramar Rodrigues, vice-presidente da Federação Internacional dos Professores de Rítmica-Dalcroze (FIER), considerado o “embaixador” do método no mundo. Por último, o mesmo Iramar Rodrigues ministrará um curso gratuito sobre a técnica. “Queremos que profissionais e estudantes tomem contato com o método e percebam as várias possibilidades proporcionadas por ele”, acrescenta José Rafael. De acordo com ele, a Rítmica Dalcroze está difundida em 22 países, espalhados por todos os continentes. “No Brasil, infelizmente, ela ainda é pouco conhecida”.

Os adeptos da pedagogia, conforme José Rafael, reconhecem nela um importante instrumental para o desenvolvimento de suas atividades. Por seu intermédio, é possível estabelecer uma relação intrínseca entre a música e o movimento. “O que Dalcroze fez foi justamente traduzir a linguagem musical para uma linguagem corporal”, esclarece. No início, a proposta do músico e pedagogo austro-suíço não foi bem recebida. Ainda hoje, reconhece José Rafael, ela encontra alguma resistência. “Mas, de modo geral, o método tem sido cada vez mais aceito por músicos, dançarinos, atores e professores de educação física”, assegura.

Metodologia – Para entender melhor como a metodologia pode ser aplicada, imagine-se o aluno de uma escola de música tradicional. Quando está no conservatório, ele permanece boa parte do tempo sentado, fazendo apenas os movimentos relacionados ao aprendizado do instrumento musical. Ao adotar os princípios da Rítmica Dalcroze, porém, esse mesmo estudante vale-se do ensaio para movimentar todo o corpo no ritmo da música. É quando ocorre a interação entre melodia e gesto. Não raro, a experiência serve de estímulo à criatividade, uma vez que está intimamente ligada à improvisação. “O mais interessante desse método é que ele pode ser adotado por qualquer um, independente de idade, sexo ou condição física. Cada pessoa pode se movimentar dentro das suas potencialidades e limites”, afirma José Rafael, que contou com a colaboração do professor Vinícius Terra na coordenação do evento.

Dito de outra maneira, a Rítmica Dalcroze propõe o resgate do prazer de aprender música ou de realizar uma atividade física. “O método sugere que o ensino seja uma alegria, não mais uma tortura”, diz José Rafael. De acordo com ele, para que a técnica seja empregada é desejável a presença de um piano, visto que o instrumento sempre serviu de base para as experiências conduzidas por Dalcroze. Entretanto, a falta dele não é impedimento para o uso da metodologia. “No limite, é possível lançar mão de um outro instrumento musical ou mesmo de um CD”.

Os interessados em participar do evento “Rítmica-Dalcroze: Musicalização do Corpo” podem fazer as inscrições por meio do site http://www.fef.unicamp.br/dalcroze. As vagas são limitadas. O evento conta com o apoio da Coordenação de Graduação da FEF, da Coordenação de Graduação do Departamento de Artes Corporais do IA e Laborarte da FE.

Sobre Dalcroze

Émile Henri Jaques nasceu em Viena, em 1865. Seus pais eram suíços e retornaram ao país de origem em 1875. Dalcroze foi o nome adotado profissionalmente por ele, que esteve sempre envolvido pela música e outras manifestações artísticas. Além de musicista, Dalcroze foi jornalista, ator (clown), professor de harmonia, solfejo e história da música (Conservatório de Genebra), regente de orquestra (Argélia), compositor, diretor teatral (mise en scène) e coreógrafo. Criou em Genebra (1914) o Instituto Jaques-Dalcroze e fundou várias escolas de “euritmia” em diversas capitais européias. Dalcroze morreu em Genebra, em 1º de julho de 1950. Escreveu quatro óperas, grandes obras corais, dois concertos para violino, três quartetos para cordas e numerosas coletâneas de canções inspiradas no folclore suíço. Para ele, “o ritmo é o alicerce de toda a arte”.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 10 de agosto - das 14h às 17h

Palestra: O Teatro, a Música e a Dança de Emile Jaques-Dalcroze

Professor convidado: José Rafael Madureira

Mediação: Profa. Carmen Soares (FEF-Unicamp)

Local: Sala da Congregação da Faculdade de Educação Física da Unicamp

Programação aberta e gratuita a toda comunidade da Unicamp

Dia 17 de agosto - das 14h às 17h

Masterclass: Introdução à Rítmica Dalcroze

Convidado Internacional: Professor Iramar Rodrigues (Instituto Dalcroze, Genebra/Suíça)

Local: Salão de Dança da Faculdade de Educação Física da Unicamp

Vagas: 50 participantes

Programação aberta e gratuita a toda comunidade da Unicamp.

Dias 18, 19 e 20 de agosto

Curso: “Rítmica Dalcroze: Musicalização do Corpo”

Convidado Internacional: Professor Iramar Rodrigues (Instituto Dalcroze, Genebra/Suíça)

Programação gratuita com vagas limitadas por meio de seleção através de carta de intenções enviada juntamente com a inscrição.

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