Volta

 

A ética no Primeiro Discurso de Rousseau

 

Manoel Dionizio Neto

Universidade Federal de Campina Grande

 

Rousseau pôs uma advertência aos leitores do seu primeiro Discurso, isto é, ao Discurso sobre as ciências e as artes. Com esta “advertência”, chama a atenção para o que significa o que ele chamou “celebridade”, afirmando ter sido graças a este primeiro Discurso que ele teve a sua. Mas não hesita em afirmar ter sido, ao mesmo tempo, causa de sua celebridade e de sua infelicidade. A obra aqui referida, para ele, tornou-se uma obra “infeliz”. Tudo porque, a partir dela, segundo seu entendimento, começaram as perseguições, de forma que, depois da sua vitória no Concurso da Academia de Djon, ele não teve mais sossego: tendo recebido o Prêmio oferecido pela Academia, tornou-se célebre a partir daí.

Com base no entendimento acima, Rousseau não só diz ser a sua obra “medíocre”, mas, além disso, segundo ele, poderia ter sido evitado um abismo de misérias, se ela tivesse sido recebida como merecia. Mas, referindo-se a isto, ele mesmo nos diz: “era preciso que um favor inicial injusto me trouxesse, aos poucos, uma severidade que ainda é mais injusta” (ROUSSEAU, 1999, p. 181, grifos do autor).  Apesar desta advertência, o Discurso indica, em seu “Prefácio”, a sua própria importância, quando Rousseau diz ser a questão proposta pela Academia “uma das maiores e mais belas” e “jamais agitadas” (ROUSSEAU, 1999, p. 183). E, logo em seguida, diz não se tratar, no Discurso, de “sutilezas metafísicas”. Ao contrário, ele trata ali “de uma daquelas verdades que importam à felicidade do gênero humano” (ROUSSEAU, 1999, p. 183).

Rousseau, ainda no “Prefácio” ao seu Discurso, afirma que dificilmente será perdoado pelo partido que tomará em sua obra, pois acredita que, tomando este partido, ferirá tudo que, no momento, era motivo de admiração dos homens. Mas não está preocupado com isto, porque não pretende agradar com sua obra “nem aos letrados pretensiosos nem às pessoas em moda” (ROUSSEAU, 1999, p. 183). Assim, ao invés de se preocupar com isto, afirma estar certo de que não deve escrever para os leitores de seu tempo, mas para aquele que quiser viver para além deste.

É possível ver já nessas palavras de Rousseau, seja em sua advertência propriamente dita ou na advertência que faz ao escrever o “Prefácio”, que a discussão em torno das ciências e das artes passa por uma reflexão que pergunta pelo significado ético do comportamento dos homens ao desenvolverem as ciências, as letras e as artes.  Por isso a resposta dele à questão proposta pela Academia de Dijon foi negativa, quando se esperava uma resposta positiva: “O restabelecimento das ciências e das artes terá contribuído para aprimorar os costumes?” A resposta foi: Não! Segundo Rousseau, não houve nenhum aprimoramento dos costumes com o estabelecimento das ciências e das artes. Ao contrário, cada vez assistimos a degradação humana, e a ciência e as artes somente fortaleceram esta degradação. Associar esta degradação ou o avanço dela ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia, como fica subentendido nas palavras de Rousseau, é o mesmo que apontar para o fortalecimento dos vícios humanos em detrimento da valoração da virtude.

Há, assim, no Discurso de Rousseau, uma preocupação com o comportamento moral dos homens de seu século que não estão enxergando os descaminhos produzidos por um puro encantamento das luzes. Não se trata de olhar somente para o desenvolvimento da ciência e para tudo que se faz em termos de aplicabilidade desta ciência, quando se evidência o lugar da técnica. Mas é importante, e por isso necessário, que nos voltemos para a perspectiva moral do ser humano, para nos darmos conta de que a virtude está esquecida. É isto que nos diz Rousseau ao olhar o seu mundo, situado no século XVIII, para dizer, primeiro, a uma Banca Julgadora do seu Discurso; depois, ao público em geral, que não está satisfeito com o endeusamento da razão, porque parece que as luzes ofuscaram a mente humana, de forma que os princípios da moralidade ficaram esquecidos ou ignorados.

No seu Discurso, Rousseau começa elogiando o feito dos homens, alcançado graças às luzes de sua razão. O restabelecimento das ciências e das artes, segundo ele, é inegavelmente um grandioso espetáculo. Ninguém pode ignorar, conforme este entendimento, o mérito dos homens em revolucionar a ciência, lançando-se às regiões celestes e percorrendo a vasta extensão do universo em passos de gigante. Mas, como veremos a seguir, apesar disto, não podemos nos conformar pura e simplesmente com o avanço da ciência e da tecnologia, uma vez que algo muito sério fica ignorado em toda esta corrida em busca da perfeição das ciências e das artes.

É inegável o elogio que Rousseau faz ao ser humano que, comparado ao sol, lançou-se “pelo espírito, às regiões celestes”, percorrendo todo o universo. Mas, ao mesmo tempo que faz este elogio, chama a atenção para o fato de ser “ainda maior e mais difícil, penetrar em si mesmo para estudar o homem e conhecer sua natureza, seus deveres e seu fim” (ROUSSEAU, 1999, p. 198).

Voltando-se para esta passagem do Discurso, Jean Starobinsk reconhece este elogio que depois é substituído pela crítica feita pelo autor ao avanço das ciências e das artes:

 

O Discurso sobre as ciências e as artes [...] começa pomposamente por um elogio da cultura. Nobres frases se desdobram, descrevendo em resumo a história inteira do progresso das luzes. Mas uma súbita reviravolta nos põe em presença da discordância do ser e do parecer: [...]. Belo efeito de retórica: um toque de varinha mágica inverte os valores, e a imagem brilhante que Rousseau pusera sob os nossos olhos não é mais que um cenário mentiroso ¾ belo demais para ser verdadeiro. (STAROBINSKI, 1999, p. 15)

 

Já a partir do elogio referido acima, bem como da crítica que o acompanha, certificamo-nos do seguinte: primeiro, Rousseau estava certo de que não se tratava de ignorar o significado das luzes da razão, que tornaram possível o desenvolvimento da ciência e da tecnologia; por outro lado, tratava-se também de dizer que, apesar de todo encantamento da ciência, os homens, ofuscados pelas luzes, acabaram esquecendo deles mesmo. Assim, dizer que é somente razão para elogios, é proferir uma mentira. Esta pode ser expressa pela brilhante imagem que chega até nós da ciência, quando esta se põe fora de qualquer crítica, mas sendo apenas objeto de endeusamento. Onde estão as virtudes? Esta pergunta fica um tanto implícita, neste primeiro Discurso de Rousseau, e vai se explicitando à proporção em que o autor vai questionando o que fora feito em termos de virtude, enquanto se celebrava o restabelecimento das ciências e das artes.

A pergunta subentendida já nas primeiras palavras de Rousseau expressa o caráter ético de sua reflexão. Mais difícil do que tudo que até então havia sido feito em nome da ciência era o homem penetrar em si mesmo para saber de si mesmo, desvendando a sua própria natureza. Como fazer isto sem que se tenha uma concepção do que possa ser a significação humana? O ser humano é tomado assim por Rousseau como um ser moral que precisa ser reconhecido como tal. A negação disto se faz pela substituição da virtude pelo vício. Deste modo pode-se afirmar que a ciência não contribuiu em nada para a moralidade humana, apesar de sua expansão no século XVIII. As luzes da razão não estiveram voltadas para o próprio homem; enquanto isso, este cada vez se corrompeu, descaracterizando-se moralmente.

A preocupação de Rousseau com a moralidade fica muito clara quando ele se volta para a questão da virtude já na introdução ao Discurso. Depois de fazer referência ao restabelecimento das ciências, diz ser preciso examinar aquilo “que convém a um homem de bem que nada sabe e que nem por isso se despreza” (ROUSSEAU, 1999, p. 185). Trata-se aqui de pensar na virtude, esquecida pelos que passaram ao ofuscamento das luzes. E, para não deixar dúvida de que não se tratava de se contrapor à ciência, mas às atitudes dos homens que não se davam conta de que o conhecimento científico não deve se sobrepor à moralidade, teve o cuidado de chamar a atenção para o que era de sua maior preocupação ao se voltar para as ciências e as artes: “Não é em absoluto a ciência que maltrato, disse a mim mesmo, é a virtude que defendo perante homens virtuosos. É mais cara a probidade às pessoas de bem do que a erudição aos doutos” (ROUSSEAU, 1999, p. 185). Afirmando isto para “homens virtuosos”, certamente não seria contrariado, mas, pelo contrário, deveria ter o reconhecimento de quem se colocava em defesa da moralidade. Perguntar se as ciências e as artes contribuíram para o melhoramento dos costumes seria o mesmo que anunciar a preocupação com os valores morais impressos nos costumes, quando aperfeiçoados.

Há, assim, a necessidade do homem conhecer-se a si mesmo, mas isto não tem sido feito, quando a atenção humana se volta para as realizações das ciências. No Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, ele volta a fazer referência a este descaso do homem para consigo mesmo, refletindo-se nisto a imoralidade que acompanha o ser humano desde quando passou do estado de natureza para o estado civil. Neste segundo Discurso, Rousseau nos diz ser o mais avançado dos conhecimentos do homem o conhecimento de si mesmo, isto é, o conhecimento do seu ser, da sua essência. Com vistas nisto é possível afirmar, segundo ele, que o mais importante e mais difícil do que todos os grossos livros dos moralistas é a simples inscrição de Delfos, adotada por Sócrates como divisa sua: “Conhece-te a ti mesmo” (Cf. ROUSSEAU, 1991, p. 227)

Deixando o homem de olhar para si mesmo para conhecer-se, acaba esquecendo o que sejam as necessidades de seu corpo e de seu espírito. Esquecem, portanto, que as necessidades do espírito fundamentam a sociedade, enquanto o deleite do corpo é constituído pelas necessidades destes. Assim sendo, por um lado, “o Governo e as leis atendem à segurança e ao bem-estar dos homens reunidos”, por outro,

 

as ciências, as letras e as artes, menos despóticas e talvez mais poderosas, estendem guirlandas de flores sobre as cadeiras de ferro de que estão eles carregados, afogam-lhes o sentimento dessa liberdade original para a qual pareciam ter nascido, fazem com que amem sua escravidão e formam assim o que se chama povos policiados. (ROUSSEAU, 1999, p. 190)

 

Esses “povos policiados”, que são, na verdade, os povos civilizados, submetidos a uma disciplina social, tornaram-se, com o advento das ciências, das letras e das artes, “escravos felizes”, devendo a essas ciências, letras e artes “a aparência de todas as virtudes”, mesmo não possuindo nenhuma delas (ROUSSEAU, 1999, p. 190-191). Trata-se aqui do que torna muito afável o comércio entre os povos: um certo gosto delicado e fino e uma doçura de caráter, bem como de uma certa urbanidade de costumes. Contrapondo-se a isto, Rousseau nos fala de como eram as nossas paixões e a nossa linguagem antes dessa polidez empreendida pelas ciências e as artes:

 

Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, mas naturais, e a diferença dos procedimentos denunciava, à primeira vista, a dos caracteres. No fundo, a natureza humana não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se penetrarem reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais noção, poupava-lhes muitos vícios. ((ROUSSEAU, 1999, p. 191)

 

A partir do momento que se estabelece a polidez dos costumes, passa a haver uma uniformidade que é, ao mesmo tempo, desprezível e enganosa, segundo Rousseau, porque todo modo de ser se firma pela imposição, ignorando-se assim as diferenças individuais, uma vez que os usos são seguidos e não o caráter particular de cada um. Por conta disso, “Não se ousa mais parecer tal como se é e, sob tal coerção perpétua, os homens que formam o rebanho chamado sociedade, nas mesmas circunstâncias, farão todos as mesmas coisas desde que motivos mais poderosos não os desviem” (ROUSSEAU, 1999, p. 192). Como conseqüência, ninguém saberá mais com quem está tratando, sendo preciso esperar por grandes ocasiões para se conhecer o amigo. Assim se inverte o processo natural para se chegar ao conhecimento do outro: conhecer-se o amigo para essas ocasiões. Daí ocorrerá o seguinte:

 

Não mais amizades sinceras e estima real; não mais confiança cimentada. As suspeitas, os receios, os medos, a frieza, a reserva, o ódio, a traição esconder-se-ão todo o tempo sob esse véu uniforme e pérfido da polidez, sob essa urbanidade tão exaltada que devemos às luzes de nosso século. (ROUSSEAU, 1999, p. 192)

 

Vê-se assim, de acordo com o entendimento de Rousseau, que as virtudes humanas ficaram sufocadas pelos vícios que estão por trás de toda essa uniformidade dos costumes, expressa por uma polidez nas nossas maneiras de ser o que não somos. Bom seria se pudesse ser confirmado o que essa aparência insinua ser. Somente poderíamos contar com as virtudes e não apenas com sua aparência. Seguindo este entendimento, ele nos diz o seguinte:

 

Como seria doce viver entre nós, se a contenção exterior sempre representasse a imagem dos estados do coração, se a decência fosse a virtude, se nossas máximas nos servissem de regra, se a verdadeira filosofia fosse inseparável do título de filósofo! Mas tantas qualidades dificilmente andam juntas e a virtude nem sempre se apresenta com tão grande pompa. (ROUSSEAU, 1999, p. 191)

 

A dificuldade referida por Rousseau para que possam andar juntas a decência e a virtude, deve-se ao progresso das ciências e das artes. Isto fica expresso por ele quando faz a associação entre os nossos vícios e o surgimento destas. Ele reporta-se a uma tradição levada do Egito para a Grécia, segundo a qual as ciências foram inventadas por um inimigo do repouso humano. A partir daí, faz o próprio Rousseau uma relação dos vícios que deram origem às ciências: a superstição, a ambição, o ódio, a adulação, a mentira, a avareza e uma curiosidade infantil. Até mesmo a moral, segundo ele, nasceu do orgulho humano. Por assim ter sido, “As ciências e as artes devem, portanto, seu nascimento a nossos vícios: teríamos menor dúvida quanto às suas vantagens, se o devessem a nossas virtudes” (ROUSSEAU, 1999, p. 203).

Assim, com o Discurso sobre as ciências e as artes, Rousseau ganha o Prêmio de Moral da Academia de Ciências e Belas-Letras de Dijon, e aparece aí, como diz Jean-Jacques Chevallier, como “um moralista enamorado do paradoxo” que precisa ser escutado. É neste sentido que Chevallier nos diz o seguinte: “Escutemos o moralista que, em nome da Virtude e da Verdade, se choca intrepidamente de frente com tudo o que causa, sabe-o bem, a admiração dos homens (e, na época do Iluminismo, mais do que nunca!)” (CHEVALLIER, 1983, p. 143). Precisa ser escutado, sim, através de tudo aquilo que nos levar a considerar o significado ético da produção científica associada à tecnologia e ao progresso das belas-artes.

O paradoxo referido por Chevallier está centrado entre o elogio que faz às ciências e a associação delas com os vícios humanos. Rousseau, por um lado, reconhece a importância das ciências e das artes, mas, por outro, tem o cuidado de chamar a atenção para a degradação humana enfatizada pelo progresso das ciências, das letras e das artes. Por conta desse paradoxo, teve ele que responder uma séria de objeções feitas ao seu Discurso. Em todas suas respostas, procurou demonstrar como se pode colocar, de um lado, as ciências e as artes, de outro, aquilo que fazem os homens em nome delas. E o reconhecimento do que seja, em si, estas coisas, deixou ele inscrito em seu Discurso, seja nas primeiras palavras da Primeira Parte dele, seja em seu último parágrafo. É o que fica confirmado quando volta-se para a ciência, invocando a virtude:

 

Oh! virtude, ciência sublime das almas simples, serão necessários, então, tanta pena e tanto aparato para conhecer-te? Teus princípios não estão gravados em todos os corações? E não bastará, para aprender tuas leis, voltar-se sobre si mesmo e ouvir a voz da consciência no silêncio das paixões?(ROUSSEAU, 1999, p. 214).

 

A invocação da virtude, conforme vemos neste último parágrafo do Discurso, deixa-nos a par do que seja a concepção ética de Rousseau a respeito da prática dos homens, quando, encantados com as realizações da razão humana, esquecem de perguntar por si mesmos, para se darem conta de que, em face aos vícios em meio aos quais fazem as ciências e as artes, é preciso reivindicar a moralidade humana que se constrói em meios às virtudes. É destas que ele fala em todo seu Discurso, inclusive destacando exemplos dos povos que, segundo ele, se fizeram notar pelas virtudes e não pelos vícios.

 

 

Referências bibliográficas

 

ARBOUSSE-BASTIDE, Paul.   Introdução. In: ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes. Tradução Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 167-169. (Coleção Os Pensadores – Rousseau, vol. II).

 

______. Notas. In: ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes. Tradução Lourdes Santos Machado. São Paulo : Nova Cultural, 1999. p.165-214. (Coleção Os Pensadores – Rousseau, vol. II).

 

CHEVALLIER, Jean-Jacques. Jean-Jacques Roussseau (1712-1778) ou o Estado do povo. In: ¾¾¾¾. História do pensamento político: da Cidade-Estado ao apogeu do Estado-Nação monárquico. Tradução Roberto Cortes de Lacerda. Rio de Janeiro : Zahar, 1982. p. 143-197. Tomo 1. (Biblioteca de Cultura Histórica). Tradução de: Histoire de la pensée politique.

 

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Tradução Lourdes Santos Machado. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 215-320 (Coleção Os pensadores, 6). Tradução de: Discours sur l’Origine e les Fondements de l’Inégalité.

 

______ Discurso sobre as ciências e as artes. Tradução Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p.165-214. (Coleção Os Pensadores – Rousseau, vol. II).

 

STAROBINSKI, Jean. Jean-Jacques Rousseau: a transparência e o obstáculo; seguido de sete ensaios sobre Rousseau. Tradução Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. 424 p. Tradução de: Jean-Jacques Rousseau: La transparence et l’obstacle; suivi de sept essais sur Rousseau.

 

 

Início do documento