NOTA À EDIÇÃO
NOTA À EDIÇÃO
Eurico Alves não deixou seus poemas organizados para publicação em livro. A montagem desta edição é fruto de uma pesquisa no arquivo do escritor e em várias bibliotecas de Salvador, Maceió e Recife. Garimpando nos manuscritos, na correspondência e nos diferentes periódicos onde o poeta colaborou de 1928 até a década de 60, colecionamos mais de uma centena de poemas. O processo final de seleção foi bastante pessoal. Um único critério presidiu esta escolha: pinçar os textos mais representativos das diferentes fases da sua produção poética.
A organização levou em conta o planejamento do escritor, esboçado em cartas a amigos e familiares, com exceção do último capítulo reunindo os poemas mais recentes. De certa forma, procuramos preservar o núcleo temático, o traço estilístico de cada conjunto e as particularidades de linguagem pertinentes ao momento da criação.
A divulgação tardia dessa obra não prejudica sua leitura. O leitor atual terá um panorama da poesia de um dos mais irreverentes colaboradores da revista Arco e Flexa. E ao mesmo tempo poderá recuperar a história viva do modernismo baiano ilustrada por fotos, cartas e documentos da época.
No fundo Eurico Alves é um delicado filigranista lírico, um sentimental à antiga, e os seus versos mais belos são exatamente aqueles em que põe no papel, com toda a docilidade, aquilo que o coração lhe vai ditando.
(Agrippino Grieco. O Jornal, Rio de Janeiro, l8 de novembro de 1934)
Mescla literária de sentimentalismo caboclo com humorismo irreverente. Sai-lhe a frase um gosto acre doce de nostalgia e revolta. Criação espontânea e crítica involuntária. Impressionam os seus modos de compor sorrindo e sofrendo, sob os contrachoques da palavra, ao léu da inspiração.[...] E´ de todos o que mais interessa, por essa cores soltas de desprendimento mental.
(Carlos Chiacchio. A Tarde, Salvador, 1928)
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