| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 338 - 25 de setembro a 1 de outubro de 2006
Leia nesta edição
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Formulado o Índice
Brasil de Inovação


André Furtado, do DPCT: expectativa neste começo é de 50 a 100 empresas participando do projeto (Foto: Antoninho Perri)Pesquisadores do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp acabam de criar, em parceria com o Instituto Uniemp, o Índice Brasil de Inovação (IBI), cujo objetivo é ordenar as empresas brasileiras segundo a capacidade de inovação de cada uma. Inicialmente, o IBI será aplicado às indústrias da área de transformação. A idéia é classificar as cinco primeiras colocadas em quatro ou cinco setores diferentes. A participação será espontânea e os dados fornecidos para análise serão mantidos em sigilo. “Acreditamos que esse índice será importante tanto para as empresas, que terão como avaliar seu desempenho inovativo e situá-lo em relação ao seu segmento de atuação, quanto para o governo e as agências de fomento, que contarão com um instrumento que poderá auxiliar na definição de políticas públicas”, afirma o professor André Furtado, um dos coordenadores do projeto.

Ranking terá as cinco empresas de destaque em P&D na área

A expectativa inicial dos pesquisadores do DPCT é que entre 50 e 100 empresas participem do projeto. O ranking das melhores colocadas está previsto para ser divulgado no primeiro trimestre de 2007. Depois, as edições do IBI serão bienais. As indústrias que não ficarem entre as cinco mais inovadoras em seus respectivos segmentos não terão os nomes revelados. “A idéia é destacar quem investe em pesquisa e desenvolvimento”, explica o professor André Furtado. De acordo com ele, a iniciativa de criar o IBI nasceu da constatação de que não existem dados públicos consistentes sobre P&D no Brasil. Até mesmo as informações acerca do registro de patentes são pouco conhecidas pelo público em geral.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), afirma o pesquisador, dispõe de um índice composto sobre inovação, mas ele não revela algumas das especificidades da atividade industrial brasileira. “Por isso resolvemos partir para um indicador que fosse adequado à nossa realidade”. Para chegar à metodologia do índice, os pesquisadores tiveram que “quebrar a cabeça”. Primeiro, foi necessário definir quais dados seriam incluídos no modelo matemático e estatístico desenvolvido especificamente para esse fim. Desse modo, ficou definido que seriam consideradas as informações prestadas pelas empresas à Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), cuja última edição foi realizada em 2003 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A esses dados serão adicionados outros, como os relativos às patentes registradas pelas empresas, fornecidos pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), bem como os constantes na Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2003, executada pelo IBGE. Tais informações revelarão, por exemplo, quais investimentos as indústrias têm feito na qualificação de pessoal, aquisição de equipamentos, em P&D etc. Ao todo, serão sete componentes de análise. Outro ponto que será consideração na avaliação é o impacto econômico das atividades de inovação. “Ao transportarmos essas variáveis para o modelo matemático e estatístico, nós temos não só como medir o grau de inovação da empresa, mas também como confrontá-lo com o desempenho do setor no qual a indústria está inserida”, esclarece André Furtado.

O docente do IG destaca que uma preocupação dos pesquisadores foi introduzir um componente de equilíbrio no cálculo matemático e estatístico. Dessa forma, o IBI levará em conta duas dimensões para analisar a capacidade inovativa das empresas: os indicadores de esforço e os de resultado. “Esse procedimento é importante, pois é preciso considerar quem está empenhado em inovar. Entretanto, o esforço tecnológico não constitui um objetivo em si mesmo, visto que precisa ser traduzido no crescimento e fortalecimento da empresa”, pondera. André Furtado também faz questão de assinalar que a metodologia do IBI será de domínio público, o que significa que as empresas poderão verificar como os resultados foram apurados. “O processo será totalmente transparente”, assegura o professor.

Inscrições – As empresas interessadas em participar do Índice Brasil de Inovação (IBI) deverão primeiramente preencher um formulário de adesão, que pode ser obtido no seguinte endereço eletrônico: www.labjor.unicamp.br/ibi. Em seguida, o responsável pela inscrição receberá um termo de sigilo fornecido pela coordenação do IBI. O passo seguinte é a indústria solicitar ao IBGE as informações da Pintec/2003 por intermédio dos endereços eletrônicos pintec@ibge.gov.br e ibge@ibge.gov.br . O pedido deve ser feito de forma simultânea para os dois e-mails. Uma vez feita a solicitação, o IBGE orientará a empresa quanto à formalização do pedido por fax.

Após receber o questionário da Pintec, a empresa deverá enviá-lo, juntamente com as informações da PIA/2003 e o comprovante de recebimento do termo de sigilo, para o e-mail adesaoIBI@gmail.com. Conforme o professor André Furtado, superada a primeira etapa do IBI, a pretensão é que o índice seja aplicado a outros setores além da indústria de transformação. “Aos poucos, pretendemos estender a avaliação a outros segmentos que contribuem para a inovação tecnológica”, antecipa. Compõem a equipe que criou o IBI o professor Ruy Quadros e os pós-graduandos Silvia Angélica Domingues, Edmundo Inácio Júnior e Edilaine Venâncio Camilo, todos do DPCT do Instituto de Geociências (IG). O professor José Maria da Silveira, do Instituto de Economia (IE), colaborou com os cálculos matemáticos e estatísticos.


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