| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição Especial 339 - 2 a 8 de outubro de 2006
Leia nesta edição
40 Anos
40 Anos, ano a ano
Reitor Tadeu Jorge
Roberto Romano
Vanguarda das decisões
Artigo: Luiz Gonzaga Belluzzo
Ciência que gera riqueza
Metas institucionais
A cápsula do tempo
Excelência
Artigo: Carlos Eduardo Berriel
Avanço na pesquisa
Artigo: Francisco Foot Hardman
Pós-graduação
Artigo: Ricardo Antunes
Extensão
Plano Diretor
Artigo: José Roberto Zan
Música Popular
O velho Zefa
 

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Unicamp mantém tradição de apostar em
iniciativas inovadoras consolidando Programa de Ação Afirmativa Social

Os primeiros passos da excelência

AlVARO KASSAB

O professor Edgar Salvadori de Decca, pró-reitor de Graduação: ciclo histórico (Fotos: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)A consolidação do Programa de Ação Afirmativa Social (PAAIS), implantado a partir do vestibular de 2005, e a criação de 12 novos cursos no campus de Limeira, cujo funcionamento depende da aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), atestam que a Unicamp mantém sua tradição de apostar em iniciativas inovadoras e preserva uma de suas marcas registradas: a excelência no ensino. A avaliação é do pró-reitor de Graduação, Edgar Salvadori de Decca, historiador e docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).

Segundo o pró-reitor, mais do que expressivos, os primeiros resultados do programa de inclusão, cuja implantação destina-se a ampliar o número de alunos oriundos de escolas públicas, mostram que a Unicamp está “atendendo a uma pressão que é mais do que evidente e crescente”. O PAAIS prevê que estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio na rede pública recebam 30 pontos a mais na nota final do vestibular. Acresce ainda 10 pontos na nota de candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas que tenham cursado o ensino médio na rede pública.

De acordo com números divulgados no início de junho deste ano, o desempenho acadêmico dos alunos contemplados pelo programa ao longo de 2005 foi melhor do que o dos demais colegas em 31 dos 56 cursos da Unicamp. “Trata-se de um indicativo muito importante. A Unicamp representa a esperança do jovem ingressante e, em certa medida, da universidade brasileira ao contribuir para a mobilidade de uma sociedade cujos desníveis são gritantes”.

Na opinião de De Decca, a Unicamp é “absolutamente singular” por ter surgido no bojo de um movimento no qual a universidade brasileira estava se consolidando a partir de um ideário concebido no período desenvolvimentista, iniciado na década de 50. O docente lembra que, à época, setores médios da sociedade brasileira, oriundos de uma classe social emergente, começaram a ingressar na universidade.

“Por ter nascida nesse contexto, a Unicamp carrega, desde a sua origem, um projeto extremamente ambicioso de projetar um futuro não apenas no sentido cronológico, mas também para que sociedade brasileira alcançasse suas metas mais urgentes”, acredita o docente, para quem o ensino superior apresenta hoje uma horizontalização de oportunidades, dando início a um processo que na sua opinião é irreversível.

Trabalhos expostos no XIV Congresso de Iniciação Científica, realizado na semana passada: contato logo cedo com a pesquisa (Fotos: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)Embora reconheça que seja grande a pressão por vagas, De Decca ressalta as ações implementadas pela Universidade para atenuar esse quadro. Lembra, por exemplo, a criação de 360 novas vagas em 2002 – 240 das quais distribuídas 16 novos cursos já existentes, e outras 120 referentes a três novos cursos implantados em 2004: Comunicação Social (habilitação em Midialogia), Farmácia e Tecnologia em Telecomunicações. Esse incremento fez com que a Unicamp dobrasse o número de vagas em relação às oferecidas em 1987, ano em que a Universidade passou a adotar seu próprio sistema de acesso.

O pró-reitor diz que a Unicamp, por meio de suas ações, vem contribuindo muito para esse quadro, a começar pela isenção da taxa de inscrição para o vestibular. Em 2005, por exemplo, foram beneficiados 7.969 candidatos de baixa renda. De Decca lembra também outras iniciativas, entre as quais na área da assistência estudantil. De acordo com dados do relatório “A Unicamp em 2002-2004”, dos 16.313 alunos regulares matriculados nos cursos de graduação em 2004, aproximadamente 20% do total – 3.017 – contavam com algum tipo de bolsa.

Segundo o pró-reitor, a Unicamp talvez seja a Universidade que mais aloca recursos na área de auxílio-estudantil no país. “O nosso índice está na casa dos 13%, quando a reforma universitária sugere 9% para as universidades federais”, compara. O programa de bolsas destina anualmente, em média, recursos da ordem de cerca de R$ 14 milhões, repartidos entre as cinco modalidades de bolsas do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) – bolsa-trabalho, pesquisa-empresa, auxílio-emergência, auxílio-alimentação e auxílio-transporte) – e outros itens de assistência. O estudante tem também à disposição o atendimento médico-odontológico prestado no Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) e o subsídio à alimentação estudantil.

Vestibular no Ciclo Básico: segundo o pró-reitor,"as oportunidades foram horizontalizadas" (Fotos: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)No âmbito do ensino e da pesquisa, De Decca destacou as ações relacionadas ao programa de iniciação científica. No XIV Congresso Interno, realizado na semana passada no Ginásio Multidisciplinar da Universidade, foram expostos 1.050 estudos, um incremento de 13,5% em relação ao ano passado. Divididos em cinco grandes do conhecimento (Artes, Humanas, Biológicas, Exatas e Tecnológicas), os trabalhos mostram, segundo o pró-reitor, a importância da interação entre o ensino e a pesquisa na Unicamp, fomentada desde os primeiros anos da Graduação. “Esse modelo se encaixa nas propostas históricas da Universidade, que sempre investiu num perfil diferenciado de formação dos alunos”, afirma.

Novo campus

O titular da Pró-Reitoria de Graduação entende que o novo campus de Limeira representa um “salto histórico” da Universidade por vê-lo como um projeto inovador em vários sentidos. Na opinião do historiador, além de terem uma inserção mais imediata do ponto de vista do mercado de trabalho, os cursos a serem implantados apontam para novos eixos de atuação e de intervenção da Unicamp. “A única iniciativa comparável é um campus da Universidade da Califórnia, do qual tomei conhecimento depois do projeto de Limeira”, entusiasma-se. “Trata-se de um grande projeto de otimização de recursos humanos, que vai formar um número expressivo de alunos”.

O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou em agosto um conjunto de doze cursos a serem implementados no novo campus da universidade. A implementação está condicionada à aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Pela proposta aprovada pelos conselheiros, os cursos são os seguintes: engenharia de produção, engenharia de manufatura, terapia ocupacional, fisioterapia, nutrição, ciências do esporte, conservação e restauro, produção cultural, gestão de agronegócio, gestão de comércio internacional, gestão de políticas públicas e gestão de empresas.

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