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Na primeira vez, primeiro lugar
Unicamp é apontada pelo MEC como a melhor
universidade pública do país em sua estreia no
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

 

MANUEL ALVES FILHO

Em sua primeira participação no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), instrumento instituído em 2004 pelo Ministério da Educação (MEC) para aferir a qualidade dos cursos de graduação e o desempenho acadêmico dos estudantes, a Unicamp foi apontada como a melhor universidade pública do país. De acordo com o Índice Geral de Cursos (IGC) gerado pelo processo avaliatório, a instituição obteve conceito 4,69, dentro de um índice que varia de zero a cinco. As notas de três a cinco significam desempenho satisfatório e as de um a dois, insatisfatório. Ao todo, foram examinadas 2.176 escolas de ensino superior, sendo 229 públicas e 1.947 privadas. Para formular o ICG, o MEC leva em consideração as condições de ensino, em especial as relativas ao corpo docente, às instalações físicas, ao projeto pedagógico e às notas dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).

A liderança da Unicamp no ranking estabelecido pelo MEC decorre da execução de uma série ações voltadas ao aperfeiçoamento das atividades nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. As iniciativas envolvem desde investimentos em obras físicas, como construção e remodelação de laboratórios e salas de aula, até o desenvolvimento de programas de incentivo à mobilidade internacional de estudantes e professores, passando pela atualização dos currículos de cursos, entre outras. O pró-reitor de Graduação, professor Marcelo Knobel, lembra que a participação da Unicamp no Sinaes foi precedida de um longo processo de discussão. Inicialmente, a Universidade decidiu não participar da avaliação por considerar que algumas questões não estavam bem resolvidas.

A partir de 2009, porém, os debates em torno da eventual participação da instituição no Sianes foram retomados. “Nós criamos um Grupo de Trabalho, que fez uma série de reflexões. Isso gerou um relatório, que foi posteriormente discutido nas unidades de ensino e pesquisa e nos órgãos colegiados. Ao final das discussões, entendemos que seria importante para a Universidade se submeter à avaliação, inclusive porque, dessa forma, poderíamos contribuir de maneira mais efetiva, por meio da apresentação de críticas e sugestões, para o aperfeiçoamento do processo”, explica. Knobel observa que apesar de a mídia dar mais destaque à nota do Enade, ela é somente um dos pontos analisados pelo MEC para a definição do IGC. Sobre esse assunto especificamente, o pró-reitor de Graduação lembra que houve um boicote parcial por parte de alunos de alguns cursos, que se negaram a fazer a prova.

Tal postura, prossegue Knobel, também gerou um debate interno muito positivo sobre a validade desse tipo de exame. “Tanto eu quanto assessores da Pró-Reitoria de Graduação participamos de diversos debates e mesas-redondas sobre o tema, que geraram reflexões muito interessantes. Quanto ao resultado do Sinaes em si, ele nos enche de orgulho”. O pró-reitor de Graduação ressalta que o bom desempenho alcançado pela Unicamp no ranking do MEC está relacionado a um conjunto de ações e programas. Ele destaca, por exemplo, o papel do vestibular, que promove uma seleção rigorosa dos alunos de graduação – no atual certame, são 61 mil candidatos para 3.200 vagas. Ou seja, apenas os melhores estudantes têm condição de ingressar na Universidade.

O mesmo ocorre em relação a professores e funcionários, que também são contratados depois de criteriosos processos seletivos. “Além disso, estamos investindo fortemente em algumas áreas, entre as quais a de infraestrutura. Nos últimos dois anos, lançamos editais no valor de R$ 8 milhões para oferecer melhores condições ao ensino de graduação. Fora isso, oferecemos inúmeras formas de apoio aos estudantes, como a concessão de bolsas moradia, pesquisa, alimentação etc. E ainda executamos diversos programas para valorizar a atividade docente e estimular a mobilidade internacional de alunos e professores . Combinadas, essas ações fazem com que a Universidade esteja sempre em busca da excelência para as suas diferentes atividades”, analisa Knobel.

Fronteira do conhecimento

O pró-reitor de Pesquisa, professor Ronaldo Aloise Pilli, raciocina na mesma linha. Segundo ele, a Unicamp sempre valorizou, desde a sua fundação, há 45 anos, o binômio ensino e pesquisa. “Nós acreditamos que o ensino de boa qualidade, seja o de graduação, seja o de pós-graduação, não pode vir dissociado das atividades de pesquisas que estejam na fronteira do conhecimento. Isso exige, evidentemente, bons estudantes e bons professores. Nesse sentido, nós temos cuidado com particular empenho da renovação do quadro docente da Universidade”, afirma. Além disso, continua Pilli, a Pró-Reitoria de Pesquisa oferece um programa denominado Papdic [Programa Auxílio à Pesquisa para Docente em Início de Carreira], cujo objetivo é favorecer a implantação de grupos de pesquisa por parte de jovens docentes. No último ano, 76 deles foram beneficiados com a medida.

Na prática, isso significa que o professor recém-contratado que conseguir ter um projeto seu aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) pode pleitear recursos por parte da Unicamp da ordem de R$ 40 mil. “Desse dinheiro, R$ 12 mil devem ser utilizados para investimento em laboratório e em participação em congressos no exterior. O restante é para ser aplicado numa bolsa de mestrado por um período de dois anos”, pormenoriza o pró-reitor de Pesquisa. Ademais, esse jovem docente também pode solicitar até quatro bolsas ao Programa de Iniciação Científica mantido pela Unicamp. “Com isso, ele já pode estruturar o seu grupo de pesquisa. Trata-se de um diferencial importante, pois outras universidades, também qualificadas, dificilmente oferecem esse tipo de apoio”, reforça Pilli.

Outra política destacada pelo pró-reitor de Pesquisa é a que apoia a vinda de professores estrangeiros para atuarem juntos aos programas de pós-graduação. A iniciativa conjunta da PRP e PRPG financia a viagem, hospedagem, seguro-saúde e pró-labore do visitante, que permanece na Unicamp por até 60 dias. “Também financiamos a ida de nossos professores e pós-graduandos para as instituições parceiras no exterior, como forma de proporcionar-lhes maior experiência internacional”, afirma Pilli. No que toca à infraestrutura, o dirigente informa que a Universidade destinou até o momento R$ 12 milhões dos recursos orçamentários para a readequação de laboratórios de pesquisa. O dinheiro é aplicado em obras físicas e modernização dos sistemas elétrico, hidráulico e de climatização.

Embora todas essas ações provoquem impacto positivo no desempenho da graduação, visto que ensino e pesquisa são indissociáveis, o pró-reitor de Pesquisa considera que um dos programas que mais contribui para qualificar esse nível de ensino é a iniciação científica. Ao tomarem contato precocemente com os métodos de investigação, os estudantes ampliam o conhecimento adquirido em sala de aula e ganham maturidade. “A iniciação científica traz ainda outros ganhos. Normalmente, os alunos que participam do programa têm um desempenho melhor na graduação e concluem em menor tempo a dissertação de mestrado. Além disso, o programa contribui para reduzir a taxa de evasão, visto que os estudantes se tornam muito mais motivados”. O último Congresso Interno de Iniciação Científica da Unicamp, que completou 19 edições, contou com a participação de 1.300 trabalhos de todas as áreas do conhecimento. Destes, 20 foram escolhidos por um comitê externo, formado por bolsistas de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como os melhores do evento. Os autores receberam um prêmio de R$ 3 mil, mais ajuda de custo (viagem e hospedagem) para apresentar seus estudos na próxima reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorrerá em São Luís, capital do Maranhão, em julho de 2012.

Conforme Pilli, o desempenho da graduação da Unicamp na avaliação do MEC é consequência da conjugação desses e de outros fatores. “Nós temos a melhor média nacional da pós-graduação, segundo a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, órgão do MEC). Temos também a melhor média de publicações per capita do Brasil e somos a Universidade com o maior número de patentes depositadas. Todos esses elementos nos permitiam imaginar que a graduação poderia ter um bom desempenho, visto que todas essas áreas funcionam como vasos comunicantes. Se uma instituição não tem uma boa graduação, é pouco provável que tenha uma pós de qualidade. Além disso, boa parte das atividades de pesquisa de uma universidade como a Unicamp é feita pelos pós-graduandos. Então, para mim soa natural que a graduação seja bem avaliada. Evidentemente, o fato de termos ficado na primeira posição nos orgulha muito”.

Instado a lançar o olhar para o futuro, o pró-reitor de Pesquisa pensa que o principal desafio da Unicamp nos próximos anos é investir cada vez mais na qualificação das atividades ensino, pesquisa e extensão. “Em minha opinião, a Universidade dificilmente conseguirá ampliar significativamente o seu quadro discente, sob o risco de perder qualidade. Assim, penso que a nossa missão será aperfeiçoar nossas competências. Uma boa maneira de fazer isso é olhar para as unidades de ensino e pesquisa que já alcançaram um padrão de excelência internacional e aproveitarmos essa experiência para qualificar aquelas que ainda não atingiram o mesmo patamar. Além disso, temos que continuar selecionando os melhores alunos e docentes e adotar políticas que simplifiquem procedimentos em todos os níveis, de modo a tornar a gestão mais eficiente”.

Internacionalização

O pró-reitor de Pós-Graduação, professor Euclides de Mesquita Neto, enfatiza igualmente os avanços proporcionados às áreas de ensino e pesquisa pelos investimentos em infraestrutura. “Na Unicamp, a pesquisa é feita com a participação da pós-graduação. Assim, quando aprimoramos a infraestrutura da pesquisa, estamos melhorando também a de pós. Indiretamente, isso ainda traz benefícios para a graduação, uma vez que esse nível de ensino não está apartado das demais áreas”, explica. O dirigente chama a atenção para a ênfase que Administração Superior tem dado ao processo de internacionalização, ação classificada por ele como fundamental para elevar a Unicamp à categoria de universidade de classe mundial.

Dentre as iniciativas já adotadas nesse sentido, Mesquita Neto cita a versão em inglês e espanhol do site da Universidade, o que garante maior visibilidade às atividades da instituição no exterior. “Também criamos disciplinas junto à DAC [Diretoria Acadêmica] que permitem que alunos de graduação e pós-graduação entrem ou saiam da Unicamp a qualquer momento para participar de programas de mobilidade internacional. Temos feito diversas visitas a instituições estrangeiras com o objetivo de estabelecer colaborações estratégicas que permitam novos intercâmbios de estudantes e professores. Além disso, nos últimos três anos um de nossos programas investiu perto de R$ 1milhão para apoiar 69 propostas de ida de docentes ao exterior, acompanhados de um doutorando ou pós-doutorando”.

Em relação às recentes e futuras medidas voltadas à qualificação do ensino e pesquisa, o pró-reitor de Pós-Graduação expõe que uma das definições tiradas da Avaliação Institucional 2004/2008 foi a construção de um conjunto de prédios para fortalecer a infraestrutura da área de humanas. Edital nesse sentido já está sendo lançado. “Além disso, estamos elaborando também uma chamada para a criação de um conjunto de laboratórios para o uso de múltiplas unidades e dando prosseguimento ao processo de renovação do quadro docente. O esforço é no sentido de repor pelo menos 50 professores ao ano. Para atrair interessados de todas as partes do mundo, estamos permitindo que o concurso seja feito em inglês”, destaca Mesquita Neto.

Quanto à avaliação do MEC, o dirigente considera que ela é o resultado de um planejamento que vem sendo executado desde a fundação da Unicamp, mas que ganhou nova dimensão a partir do advento da autonomia universitária, em 1989. “Atualmente, a Universidade tem dois terços do seu quadro docente com doutorado ou pós-doutrado no exterior, 98% com o título mínimo de doutor, 90% com dedicação integral à carreira e 90% participando das atividades de pós-graduação. Tudo isso sem dúvida contribui para o êxito da graduação”. Sobre o futuro, Mesquita Neto pensa que a instituição tem por tarefa aprofundar o processo de modernização da sua infraestrutura, consolidar cursos e espaços inter e multidisciplinares, ampliar o grau de internacionalização e seguir fortalecendo o programa de estágio docente, entre outras medidas.

Obras

No que diz respeito à infraestrutura física dos campi em Campinas, Limeira e Piracicaba, apenas nos últimos dois anos, os investimentos em obras chegaram a R$ 106 milhões. Ao todo, entre construções, reformas, benfeitorias e serviços de conservação, foram realizados no período 45 mil metros quadrados de obras físicas. Dessas, 14 mil metros quadrados referem-se a edificações novas ou ampliações, 8,6 mil metros quadrados a reformas e 22,5 mil metros quadrados a obras de infraestrutura.

“Já há alguns anos a Unicamp vem dando uma atenção especial à infraestrutura física, que tem impacto importante nas atividades de ensino e pesquisa”, diz o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Paulo Eduardo Rodrigues da Silva. Entre as principais obras executadas nos últimos dois anos, destacam-se as reformas das salas de aula do Ciclo Básico II e das salas de aula do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), a construção dos edifícios da pós-graduação da FCM, e do edifício para o Centro de Estudo do Petróleo (Cepetro) e Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe). Parte significativa dos investimentos relaciona-se ao Instituto de Artes (IA), cuja produção acadêmica tem forte expressão no País. São ao todo 13 projetos, totalizando investimentos da ordem de R$ 12 milhões.

Ainda na área de infraestrutura para as atividades de ensino e pesquisa, o Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) recebeu nos últimos anos o aporte da ordem de R$ 9,2 milhões, destinados pelo Programa FAP-Livros, mantido pela Fapesp. Os recursos permitirão a aquisição de mais 75 mil livros até o final de 2011, a maioria editada no exterior. Com a chegada desses títulos, a universidade deverá se aproximar da marca de um milhão de volumes impressos disponíveis. Atualmente, o SBU soma 846.553 unidades, sem contar os mais de 252 mil e-books.

Outra ação importante no período foi a instalação de um novo software de gerenciamento do catálogo bibliográfico do SBU, a Base Acervus. O novo dispositivo proporcionou uma melhor gestão dos acervos realizado pelas bibliotecas, bem como maior agilidade no oferecimento de novos serviços à comunidade acadêmica, entre eles a renovação de livros on-line, realizada com a senha individual do usuário. Esse novo serviço possibilitou que a comunidade acadêmica realizasse, em 2009 e 2010, mais de 900 mil ações de renovação e reserva de materiais bibliográficos via Web.




 
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Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
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