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Projeto revê políticas públicas para adolescentes

Projeto desenvolvido na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), em Limeira (SP), pretende ampliar as discussões em relação às políticas públicas de saúde voltadas para o público adolescente. Coordenado pela psicóloga Marta Fuentes-Rojas, docente da área de Saúde Coletiva nos cursos de Ciências do Esporte e Nutrição, o trabalho foi dividido em três fases. A primeira, que se encontra em sua etapa final, consiste de um levantamento da produção científica em revistas especializadas na área de saúde pública.

Para tanto, a professora contou com o apoio de quatro bolsistas-trabalho para a busca na base de dados Scielo e nos sites das próprias revistas. Foram pesquisadas 15 revistas de saúde pública, no período de 1994 até 2009. Foram encontrados 8.961 artigos, dos quais 613 tinham relação direta com a adolescência. Isso significa, proporcionalmente, uma média entre 7% e 8% da produção. “Escolhi esse período porque, justamente em 1995, o Ministério da Saúde (MS) se propôs a investir em projetos relacionados com o adolescente, mesmo que desde 1990, as necessidades de saúde dos adolescentes fossem legalmente reconhecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, revelou Fuentes-Rojas. Até aqui, o projeto teve apoio financeiro do Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e Extensão (Faepex).

A docente explicou que esse projeto foi elaborado primeiramente como pré-requisito para o concurso promovido pela Unicamp, que culminou com sua contratação. Inicialmente, pensou em trabalhar as discussões dos programas com os adolescentes, partindo do pressuposto de que os programas oferecidos a eles às vezes não dão certo porque os verdadeiros interessados não foram consultados. Na busca que ela realizou com seus alunos percebeu que era necessário conhecer o que os estudos dizem sobre o adolescente e qual é o interesse dos pesquisadores sobre esta faixa etária. “A importância de se fazer um levantamento para conhecer a produção científica está baseada no que falam os acadêmicos sobre as políticas públicas de saúde do adolescente e qual é o interesse dos temas discutidos nos diferentes estudos”, disse.

Aos poucos, Fuentes-Rojas foi percebendo que, se os estudos pouco se interessam por discutir com o adolescente a questão das políticas públicas, como foi identificado na produção (4,9%), nesta pesquisa são tratados assuntos como atenção integral, avaliação dos serviços, capacitação dos profissionais, eficácia dos programas, saúde e prevenção nas escolas, entre outras. Isto suscitou uma nova abordagem sobre o conhecimento por parte dos jovens acerca das políticas públicas de saúde, com o pressuposto de que a pouca adesão desse público se deve a falta de conhecimento sobre as políticas e compreensão do sentido dos programas que lhe são oferecidos. Portanto, de alguma forma isso o impede de se interessar pela participação ou manutenção nos programas.

A partir daí foi elaborada a segunda etapa da pesquisa, na qual, através de questionário previamente definido, será perguntado ao adolescente o que ele entende por política pública de saúde e quais programas ele já participa ou participou. “Esta parte do projeto está no Comitê de Ética da Unicamp, aguardado a liberação”, disse a docente. Após essa liberação, Fuentes-Rojas – que também manteve contato com a secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Limeira –, aplicará um questionário junto aos estudantes da rede estadual de ensino daquele município. “Nós já fizemos uma avaliação com um grupo de adolescentes, para que eles nos digam se realmente entendem as perguntas que estão contidas ali”, disse.

Já para a terceira etapa, os adolescentes reconhecidos como participantes de programas de saúde irão atuar nos grupos de discussão. O intuito é avaliar qual o impacto desses programas em suas vidas e, também, qual o significado de suas participações.

A professora disse ainda que, a partir desse projeto, outros fatos novos estão se agregando. Com relação à produção científica, é fundamental saber qual o interesse dos pesquisadores sobre o assunto e se os adolescentes fazem parte desta discussão. O que se encontrou nos artigos foi que não se discute com eles questões de saúde, mas se discutem ações para serem trabalhadas com eles. “Os acadêmicos discutem mais sobre os serviços prestados para o público adolescente, do que propriamente se os programas são adequados a essa faixa etária”, acrescentou.

Em 15 anos de produção científica, de acordo com a docente, fica claro que em grande parte os programas estão apoiados na ideia de que a adolescência é uma idade de risco, e muitos deles se focalizam em reintegração e ressocialização social, uso do tempo livre, entre outros, com o intuito de protegê-los das drogas e da violência. No entanto, dentro dos temas mais referenciados, encontra-se grande interesse dos pesquisadores na sexualidade focada na gravidez e nas doenças sexualmente transmissíveis e HIV. Assim como na violência relacionada com fatores de abuso, maus tratos e influência da mídia. Igualmente, a morbimortalidade do adolescente por causas externas como acidentes de trânsito, homicídio e suicídio e por doenças especificas. “Um ponto que chamou bastante a atenção foi o interesse pelo estado nutricional dos jovens, sendo uns dos temas mais referenciados nos últimos anos”, concluiu Fuentes-Rojas.

 


 
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