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Testes avaliam evolução clínica de
pacientes com leucemia linfóide


RAQUEL DO CARMO SANTOS

A bióloga Mônica Aparecida Ganazza: “É importante incluir a avaliação da DRM nos protocolos de tratamento” (Foto: Antoninho Perri)Pesquisa apresentada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e desenvolvido no Centro Infantil Boldrini pela bióloga Mônica Aparecida Ganazza, sinaliza para a diminuição das chances de recaída pós-tratamento do paciente com leucemia linfóide aguda, um dos cânceres mais comuns na infância. A doença manifesta-se na medula óssea. Baseado em técnicas de biologia molecular, o estudo demonstrou a importância de se utilizar como critério para se avaliar a evolução clínica do paciente aquilo que os especialistas chamam de doença residual mínima ou DRM.

A DRM, explica Mônica, é tida como positiva quando o indivíduo, uma vez diagnosticado e após ter passado pelo primeiro estágio do tratamento por 28 dias, denominado de indução de remissão, ainda apresenta número substancial de células leucêmicas, as quais são ‘invisíveis’ nas análises rotineiras ao microscópio óptico. Este paciente, segundo estimativas, apresenta maior risco de recaída no quadro da doença. Pelo estudo realizado com crianças e adolescentes do Centro Infantil Boldrini, orientado pelo professor José Andrés Yunes, fica evidente a importância de se aliar tanto as técnicas de análises morfológicas como também a de DRM para se alcançar uma avaliação mais precisa e eficiente.

Mônica conseguiu dimensionar esta questão a partir de 91 amostras de células leucêmicas colhidas em dois momentos do tratamento de indução de remissão, no 14º e 28º dia. A primeira avaliação, ou seja, no 14º dia, de 63 pacientes, tidos como em remissão citológica, 16 ainda apresentavam células leucêmicas segundo o teste de DRM. Já os resultados do 28º dia de tratamento indicaram que, das 67 crianças, também consideradas em remissão citológica, 13 ainda apresentavam níveis de até 1% de células leucêmicas.

“Em resumo, pacientes que foram classificados como em remissão citológica pela análise morfológica ainda tinham a doença. O ideal é que estes pacientes sejam realocados nos grupos de maior risco de recaída, prosseguindo o tratamento, que usualmente consiste nas etapas de consolidação e manutenção, com uma quimioterapia mais intensa. Por isso, a importância de se incluir a avaliação da DRM nos protocolos de tratamento”, defende Mônica. Os testes conduzidos pela bióloga envolveram diferentes métodos de análise de marcadores moleculares, o que permitiu definir uma técnica simplificada, de baixo custo e bastante adequada para análise da DRM nos diferentes centros de tratamento.

A leucemia linfóide aguda afeta as células precursoras dos linfócitos, responsáveis pela defesa imunológica do organismo. Os atuais protocolos de tratamento são responsáveis por excelentes chances de cura do paciente, atualmente considerada em torno de 70% a 80%. A adoção da DRM contribui com o aperfeiçoamento da classificação dos pacientes nos diferentes grupos de risco, de modo que cada qual receba o tratamento mais adequado, sendo mais intenso nos casos de maior risco de recaída, e mais brando para os demais. Isto diminui riscos de sequelas eventualmente causadas pelos quimioterápicos.

 

 
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