| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU |Edição 343 - 13 a 19 de novembro de 2006
Leia nesta edição
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Artigo: A festa dos ex-alunos
Cartas
Prêmio Capes de Tese
Países Africanos
Arqueologia da repressão
Ex-alunos: feliz retorno
Eletromiografia
Menopausa
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Esclerose 2
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Livro da semana
RMC
Ciência na Escola
 

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Doutorados do IFCH e da FCM ganham bolsas no exterior,
medalhas e diplomas no Palácio do Planalto

Prêmio Capes mostra a força
da pós-graduação da Unicamp

Claudio Teodoro de Souza, professor Lício Augusto Velloso, professor José Antonio Rocha Gontijo (diretor da Faculdade de Ciências Médicas) e o pró-reitor Daniel Pereira (Foto: Antoninho Perri/Divulgação)A Capes, a mais importante agência de fomento à pós-graduação e responsável por 60% das bolsas concedidas a instituições de ensino, realizou na última quarta-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília, a cerimônia de entrega do Grande Prêmio Capes de Tese. A historiadora Maraliz de Castro Vieira recebeu o Grande Prêmio “Florestan Fernandes” e o biomédico Claudio Teodoro de Souza o Grande Prêmio “Carl Peter von Dietrich”. Ambos fizeram o doutorado na Unicamp. Maraliz no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e Claudio na Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Os vencedores receberam bolsas de pós-doutorado de um ano no exterior, medalha e diploma. Os prêmios foram entregues pelo ministro da Educação, Fernando Hadad. O pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, professor Daniel Pereira, representou o reitor José Tadeu Jorge na solenidade.

Universidade recebe mais seis prêmios e duas menções honrosas

 A tese de Maraliz Vieira, associando o quadro “Tiradentes esquartejado”, de Pedro Américo, com manifestações culturais e artísticas no Brasil e no mundo, foi considerada a melhor da área de Ciências Humanas em 2005. Maraliz afirmou que a premiação é um incentivo para a continuidade de suas pesquisas. Ela espera que com a divulgação de seu trabalho alguma editora se interesse por publicá-lo. A pesquisadora ressaltou também que encontrou na universidade uma sólida infra-estrutura para levar adiante seu trabalho. “Principalmente por suas bilbliotecas. Tive também um cordial e estimulante convívio com professores e colegas, além, claro, do apoio competente do meu orientador, o professor Jorge Coli”, revelou Maraliz, que é docente da Universidade Federal de Juiz de Fora.

 O professor Jorge Coli, do Departamento de História do IFCH, devolveu o elogio. Afirmou ter muita sorte com seus orientados, revelando que Maraliz foi uma aluna excepcional.  Dizendo-se feliz e orgulhoso pela formação de sua aluna e com a direção de seu trabalho, Coli chamou a atenção para o aspecto que, em sua opinião, merece ser enfatizado. “Este trabalho, que é uma espécie de ‘Oscar acadêmico’, põe em evidência a importância de uma disciplina muito nova na universidade brasileira, que é a História da Arte, o ramo dos estudos históricos, o que ficou claramente evidenciado nesta premiação”.

 O docente destacou o fato de o Grande Prêmio Capes não homenagear professores avançados na carreira, o que considera “justo e positivo”, mas que, segundo ele, pontua antes o término de um percurso. “O prêmio significa um estímulo vivo para a pesquisa e para o pesquisador jovem. Põe em evidência essa tese de Maraliz, de excepcional qualidade. Ela será lida e discutida. Nossas práticas e métodos serão divulgados e debatidos. Tudo isso é altamente estimulante para todos”, afirmou Coli, para quem a Unicamp tem o melhor departamento de história das universidades brasileiras. “Trabalhar com colegas de tão alto nível como os meus é encontrar um ambiente extremamente propício para os estudos e para o desenvolvimento intelectual”.
 
A historiadora Maraliz de Castro Vieira: à espera de uma editora para publicar seu trabalho premiadoObstáculos – Cláudio Teodoro de Souza, autor da tese sobre uma nova substância de combate a diabetes, defendida na Faculdade de Ciências Médicas, disse ter sido gratificante ver coroado um trabalho de anos de envolvimento com a pesquisa depois de enfrentar uma série de obstáculos. Souza cresceu na zona rural da cidade de Clementina, na região de Araçatuba. Trabalhou nas plantações de café, milho e amendoim do pai. Na infância andava até seis quilômetros para chegar à escola e foi ter luz elétrica em casa quando tinha 14 anos de idade. “Até então eu estudava à luz de lamparinas”, revela. O pesquisador diz que ali, observando a lavoura, começou o seu interesse pela pesquisa, embora admita que não tivesse idéia do que fosse ciência. Cursando escola pública e sem fazer cursinho, Souza ingressou na Unesp onde se graduou e fez sua dissertação de mestrado.

 A Unicamp, porém, mudaria a sua vida. “Foi muito importante o fato de ter ido fazer doutorado na Unicamp. O apoio da instituição à pesquisa pavimentou o meu percurso, abrindo caminho para que eu pudesse desenvolver o meu trabalho com tranqüilidade”, afirmou o premiado, destacando o papel desempenhado pelo seu grupo de pesquisa. “Só tenho a agradecer por integrar esta equipe. São pesquisadores que fazem ciência com muita competência.  O apoio dos professores Lício Velloso e Mario Saad foi fundamental”.

Lício Velloso, da Faculdade de Ciências Médicas, orientador de Souza, diz que o prêmio da Capes é um reconhecimento nacional da qualidade do trabalho desenvolvido por seu grupo de pesquisa. “Ficamos duplamente felizes, pois o prêmio representa o reconhecimento simultâneo de duas das mais importantes atividades desenvolvidas no ambiente acadêmico, o ensino e a pesquisa”. Na opinião do docente, a Unicamp é importante nesse âmbito por fomentar o ensino e a pesquisa por meio de políticas que estimulam a dedicação integral e a busca por financiamento público e privado, além de incentivar a produção e o desenvolvimento de tecnologia, investindo sempre na busca por inovação.
 
Mais prêmios – Na quinta-feira, depois do fechamento desta edição, a Unicamp receberia mais seis prêmios e duas menções honrosas, ainda como parte do Prêmio Capes de Tese, que escolheu os 38 melhores trabalhos.  A entrega seria às 9 horas, no Naoum Plaza Hotel de Brasília. Além de Maraliz de Castro Vieira (IFCH) e Claudio Teodoro de Souza (FCM), que também levaram o Grande Prêmio, os outros quatro prêmios foram para os institutos de Biologia (dois), Física e Química. A Unicamp e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul conquistaram o maior número de Prêmios Capes de Tese, cada uma com seis indicações. A Unicamp ganhou também duas menções honrosas através das faculdades de Engenharia de Alimentos e de Engenharia Elétrica e de Computação.

 Flávia Cristina Nery, do Instituto de Biologia (IB), conquistou seu prêmio com estudos funcionais e estruturais da proteína reguladora humana Ki-157. Gustavo Quevedo Romero, também do IB, trabalhou a associação entre aranhas Salticidae e Bromeliácea e sua história natural, a distribuição espacial e mutualismo. Gustavo Garcia Rigolin, do Instituto de Física Gleb Wataghin, estudou os estados quânticos emaranhados. Márcia Maria Rippel, do Instituto de Química (IQ), ganhou o Prêmio Capes com a caracterização microestrutural de filmes e partículas de látex da borracha natural.

 Uma das menções honrosas foi para Izabela Dutra Alvim, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), com o trabalho sobre a produção e caracterização de micropartículas obtidas por spray drying e coacervação complexa e seu uso para alimentação de larvas de peixes. Valter Júnior de Souza Leite, da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC), que estudou a estabilidade robusta de sistemas lineares por meio de funções dependentes de parâmetros, ganhou a outra menção honrosa.

Para pró-reitores, prêmios refletem liderança nacional

“Os prêmios recebidos pelos alunos da Unicamp são de grande representatividade. O sistema de avaliação da Capes é extremamente rigoroso. Esse reconhecimento reflete a liderança atual da Unicamp no cenário de ciência e tecnologia no país”. A opinião é do pró-reitor de Pesquisa, professor Daniel Pereira, que representou o reitor José Tadeu Jorge na cerimônia no Palácio do Planalto.

Pereira lembra que os programas de pós-graduação da Unicamp têm a maior média nacional pelo sistema de avaliação da Capes. Segundo o pró-reitor, essa liderança verifica-se também quando se olha para outros indicadores, como aqueles que mostram que a Unicamp detém 15% da produção científica cultural e artística brasileira ou que 11% da produção científica indexada é da Universidade, o que a coloca na liderança do ranking da produção científica per capita no cenário brasileiro.

Na opinião da pró-reitora de Pós-Graduação da Unicamp, professora Teresa Dib Zambom Atvars, os dois grandes prêmios concedidos pela Capes comprovam o histórico de excelência acadêmica da pós-graduação e se constituem em mais um importante componente do reconhecimento externo, que pode ser traduzido nos vários prêmios recebidos por alunos e docentes nos últimos anos, no Brasil e no Exterior. “É uma evidência forte da qualificação dos nossos programas”, afirmou a docente.

A pró-reitora enfatizou que, além de motivo de orgulho, os prêmios colocam um grande desafio para a Unicamp – o de aprimoramento constante de um contexto que já é de excelência. “Este é o desafio permanente ao qual a Unicamp está submetida”. Nesse ambiente, argumenta Teresa Atvars, há pouco a ser corrigido, o que não significa pré-requisito para acomodações. “Não somos meros observadores de um processo. Esse contexto exige uma ação pró-ativa de permanente busca de manutenção dessa qualidade”.

A pró-reitora destacou que a Unicamp vem recebendo prêmios em todas as áreas do conhecimento, o que demonstra que essa qualidade está bem-distribuída. “Estamos na vanguarda. Trata-se de um reconhecimento, tanto no caso da Capes como em outros, que deve ser creditado aos professores, que se envolvem nas atividades de orientação, e aos nossos alunos, que trabalham com afinco nos projetos de pós-graduação”.

 


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