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NAS BANCAS

‘Puxadinhos’ pioram ventilação de
casas em loteamentos habitacionais

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Estudo aponta que a ventilação natural nas casas autoconstruídas em loteamentos habitacionais piorou em 20% nos últimos anos. A arquiteta Mariela Cristina Ayres de Oliveira, a partir de simulação computacional, analisou as alterações dos projetos num loteamento da Cohab entre os anos de 2000 e 2005. “Verifica-se que grande parte das edificações aumentou na área construída e que o aparecimento de garagens, muros e edículas na área posterior são cada vez mais frequentes”, explica Mariela. Com isso, ficou comprovado, pelo uso da ferramenta Computational Fluid Dynamics (CFD), que o aumento da taxa de ocupação nos lotes altera o fluxo do vento e pode acarretar perda de qualidade da ventilação nas edificações.

O estudo tomou como base um bairro no município de Campinas e os resultados possibilitam criar padrões de ornamentação da fachada ou coberturas que reduzam o impacto de fechamentos nos espaços entre a rua e habitação para se manter a circulação de ar no interior das habitações. Esses dados constam da tese de doutorado apresentada na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC). A pesquisa foi orientada pela professora Lucila Chebel Labaki e co-orientada pelo professor Paulo Vatavuk. A pesquisa faz parte do projeto “Difusão e Aplicação de Tecnologia em áreas Habitacionais de Interesse Social para Construção de Ambientes Saudáveis e Sustentáveis em Campinas/SP”, financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Segundo Mariela, a elaboração de um projeto que viabilize a ventilação natural nas casas parte da necessidade de melhorar a qualidade de vida da população vinculada a conjuntos habitacionais. Ela esclarece que os loteamentos para essas construções são realizados em razão da topografia de cada gleba específica, o que acarreta a repetição do desenho da quadra sem a prioridade em relação ao clima especifico.

“A configuração acaba atrapalhando e interferindo na ventilação natural muitas vezes ocasionada pela falta de conhecimento, pois os parâmetros da ventilação ficam determinados pela implantação aleatória nos lotes, que pode oferecer ou não condições de arejamento e ventilação”, explica.

A lei de uso e ocupação do solo de Campinas estabelece valores entre a distância do muro e das aberturas. Entretanto, não são especificados como e em qual proporção as áreas de fronteira de cada lote devem ser cercadas. “Desta forma, as construções passam a trocar os elementos das fachadas e construir garagens, alterando as áreas pré-determinadas. Com isso, é natural que ocorram as alterações no espaço do lote padrão, exterior às habitações”, revela Mariela.
  
As simulações foram feitas com o programa conhecido como Phoenics, que utiliza a linguagem CFD e estabelece análises complexas envolvendo variáveis e modelos diferenciados, o que permitiu ainda propor uma metodologia para obtenção de valores de velocidades externas às edificações com maior eficiência.

Numa próxima etapa, Mariela pretende avaliar a qualidade do ar oferecida pelos valores apontados. “Será possível, por exemplo, saber se a população está em contato com um ar considerado, prejudicando a qualidade de vida”, completa a arquiteta.

 
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