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Reitor José Tadeu Jorge analisa importância do novo
campus de Limeira, que começa a funcionar em 2009


A expansão para o oeste

Na terça-feira, 27 de maio, o Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou a implantação em 2009 dos oito primeiros cursos de graduação para o novo campus da universidade em construção em Limeira, cidade situada a 58 quilômetros de Campinas.

As 480 vagas totalizadas pelos oito cursos elevam de 2.830 para 3.310 o número de vagas oferecidas no vestibular da Unicamp, representando um acréscimo de 17%, o maior já realizado de uma só vez na história da universidade.

EUSTÁQUIO GOMES

Reitor José Tadeu Jorge (Foto: Luis Paulo Silva)O projeto do novo campus prevê um total de 1 mil vagas na graduação para os próximos anos, das quais um pouco menos da metade será implementada no próximo vestibular. Com a implantação total do campus e a inclusão futura de outros cursos previstos mas não incluídos nesta etapa do projeto, a Unicamp terá aumentado em um terço o número de vagas em seus cursos de graduação.

Os cursos que entrarão em funcionamento no próximo ano são os seguintes: engenharia de produção, engenharia de manufatura, nutrição, ciências do esporte, gestão de agronegócio, gestão de comércio internacional, gestão de políticas públicas e gestão de empresas. Os cursos não repetem as carreiras já oferecidas pela Unicamp e terão 60 vagas cada um. Alguns desses cursos, como gestão de agronegócio, gestão de comércio internacional e engenharia de manufatura, são inéditos no país com a configuração acadêmica dada pela Unicamp. As 480 vagas iniciais serão distribuídas eqüitativamente nos períodos diurno e noturno.

Para abrigar os oito novos cursos, a Unicamp já realizou 10 mil metros quadrados de obras físicas no novo campus, incluindo salas de aula, anfiteatros, laboratório de informática e as primeiras instalações para biblioteca, administração e salas de professores. Na seqüência será iniciada a construção dos prédios que abrigarão os laboratórios e o restaurante universitário.

Essa primeira fase do projeto prevê a contratação, mediante concurso público, de 75 docentes e de 40 funcionários até 2013. Na entrevista que segue, o reitor José Tadeu Jorge lembra que a formação do corpo docente é um capítulo importante do projeto. “Serão levados em conta o padrão acadêmico da Unicamp, a preservação da qualidade dos cursos de graduação e a implantação progressiva dos programas de pesquisa, de pós-graduação e de extensão. O novo campus terá o mesmo perfil de excelência conquistado pela Unicamp ao longo dos anos”, disse o reitor, para quem o fato tem “grande importância social por significar mais oportunidades no contexto do ensino superior público, gratuito e de qualidade”. A titulação mínima exigida pela Unicamp para seus docentes é a de professor doutor.

Jornal da Unicamp – O começo deste último ano de seu mandato vem sendo marcado por realizações estruturais, como a consolidação do projeto da antiga Estação Guanabara, braço cultural da Unicamp no centro de Campinas, e agora a definição do início de funcionamento do novo campus de Limeira. No conjunto de sua administração, que lugar cabe a esses dois projetos?
José Tadeu Jorge – Bom, penso que são dois projetos importantes. O de Limeira, pelo oferecimento de mais oportunidades para os jovens cursarem uma universidade da qualidade da Unicamp, pública, gratuita e que certamente também contribuirá muito para o desenvolvimento da região. A Estação Guanabara, por permitir uma aproximação real com a cidade de Campinas, por constituir um espaço importante para nossa produção cultural e por ser uma nova opção privilegiada para a população, com eventos culturais com a marca da Universidade e cursos de formação profissional sobretudo para as pessoas menos favorecidas.

“Quando se pensa em expansão, é absolutamente
fundamental saber preservar a qualidade das atividades já existentes”

Jornal da Unicamp – São projetos antigos seus, não?
Tadeu Jorge – Tomei contato com o projeto da Estação Guanabara no início dos anos 1990, quando a Unicamp recebeu aquela área em comodato. Eu estava no Gabinete do Reitor e depois na Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário. Naquela época e nos anos seguintes, por razões diversas não conseguimos viabilizar o empreendimento. Essa viabilização ocorreu agora, graças a uma parceria com a empresa Campinas Decor, que reformou o prédio para realizar ali sua tradicional mostra de arquitetura, decoração e paisagismo. Depois da mostra, a empresa entregará o prédio à Unicamp pronto para iniciar suas atividades culturais. Quanto ao projeto do novo campus, é importante registrar que já em 1998, quando fui candidato a reitor pela primeira vez, meu programa já falava em expandir a Unicamp com mais cursos em Limeira. Não tínhamos propriamente a idéia já formulada de construir um novo campus, mas havia sim a proposta de expandir a Unicamp em Limeira. Concretamente o projeto nasceu em 2003, quando eu era coordenador-geral na gestão do reitor Brito Cruz. Coordenei o grupo de trabalho que realizou os estudos de viabilidade para a estruturação e implantação do novo campus. Era natural que, enquanto reitor, o projeto se tornasse uma prioridade no programa de trabalho que apresentei à comunidade em 2005, e que ela respaldou ao me eleger.

Jornal da Unicamp – Por que Limeira?
Tadeu Jorge – Um ponto importante que viabilizou Limeira foi a existência na cidade de uma área física de 500 mil metros quadrados de propriedade da Unicamp, ociosa, sem nenhuma utilização. Um outro fator, certamente mais forte que o da área, tem a ver com uma certa dívida histórica que a Unicamp tinha com a cidade pela saída do curso de Engenharia Civil de lá em 1989. Do ponto de vista da Unicamp, todos nós entendemos as razões pelas quais a Engenharia Civil veio para o campus de Campinas, mas como nada foi colocado no lugar, Limeira sempre encarou isso como uma ação inadequada da Universidade, que não teria levado em conta a importância da cidade. Outro ponto é que a existência isolada do Ceset [Centro Superior de Educação Tecnológica] em Limeira, como unidade de ensino superior, torna mais difícil o ambiente universitário pleno, já que ali são ministrados cursos de uma área apenas, a tecnológica, restrita a um tipo de atividade que é a formação de tecnólogos. Mais cursos de nível superior em Limeira, abrangendo todas as áreas, certamente vai propiciar uma formação universitária muito mais completa aos estudantes do próprio Ceset através do convívio acadêmico com alunos de engenharia, biologia, humanidades etc, além do compartilhamento de eventos e de outras interações que certamente vão surgir. Tudo isso vai contribuir muito para uma formação mais plena dos estudantes do Ceset.

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