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Tese revela efeito de
remédios em tratamentos ortodônticos

O cirurgião-dentista Gustavo Hauber Gameiro: maior rigor no uso de medicamento (Foto: César Maia)Estudo inédito feito em ratos revela que um dos antiinflamatórios mais utilizados pela medicina pode retardar o tratamento de pacientes que fazem uso de aparelhos ortodônticos. Segundo o cirurgião-dentista Gustavo Hauber Gameiro, os medicamentos à base de celecoxibe – um exemplo de nome comercial é o Celebra – reduzem em até 50% a velocidade da movimentação dentária, um efeito induzido na colocação de aparelhos para a correção de problemas de ortodontia. Neste sentido, a recomendação do cirurgião é que seja analisado com maior rigor o tipo de medicamento sugerido ao paciente, como analgésico ou antiinflamatório, para o alívio de eventual dor associada ao tratamento ortodôntico.

“É importante ressaltar que tanto o uso prolongado quanto a ingestão em curto prazo de determinados antiinflamatórios podem atrasar o tempo de tratamento e aumentar os intervalos entre as visitas ao ortodontista”, explica o cirurgião que realizou a pesquisa na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), orientado pelo professor Darcy Nouer. O estudo contou ainda com a colaboração dos professores Maria Cecília Ferraz de Arruda Veiga, da Fisiologia; Eduardo Dias de Andrade, da Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica: e Pedro Duarte Novaes, da Histologia e Embriologia.

Gameiro explica que o Celebra é indicado, principalmente, para pacientes que necessitam de antiinflamatório, mas sofrem de complicações gastrointestinais, como por exemplo, hemorragias e úlceras. Estudos anteriores já apontavam para a interferência de outros medicamentos no tratamento ortodôntico. Foi a primeira vez, no entanto, que o efeito do Celebra foi demonstrado. “Trata-se de um antiinflamatório muito utilizado por não ter efeito gastrointestinal colateral, como é o caso dos remédios como aspirina, que são baseados em substâncias do tipo acetilsalicílico. Por isso, quis investigar a influência no tratamento ortodôntico, uma vez que os medicamentos tanto podem ser recomendados pelo ortodontista como há a possibilidade de já estarem sendo consumidos pelo paciente por outros motivos quando da colocação do aparelho”, esclarece.

Os testes foram feitos em dois grupos de ratos, em intervalos diferentes de ingestão do medicamento. No primeiro grupo, os animais tomaram o celecoxibe por apenas três dias. Isto porque quando se ativa o aparelho no paciente, é natural uma reação inflamatória mais intensa nos primeiros dias, o que pode levar ao consumo de remédios. Outro grupo fez uso da medicação por um prazo maior de 14 dias, período estimado para que ocorra a movimentação dentária.

Em ambos os testes a velocidade da movimentação foi reduzida, sendo que o efeito do tratamento crônico foi mais significativo. Em uma próxima etapa do estudo, Gameiro pretende dar seqüência aos testes, só que em humanos, avaliando outros tipos de medicamentos. Para isso, irá desenvolver o estudo na Universidade Vale do Rio Verde (Unincor), em Minas Gerais, onde é pesquisador e professor. (César Maia)

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