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Jornal da Unicamp - 3 a 9 de junho de 2002
Agora semanal

Semana da Unicamp

Maurício Knobel recebe título internacional
Sua jornada de trabalho nunca é inferior a 15 horas por dia. Mesmo depois de aposentado – após 55 anos em atividade –, o psiquiatra e professor Maurício Knobel ainda freqüenta o Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, participando das reuniões da congregação da Faculdade. "E como tal, vou lá e aproveito para dar algumas aulas, passar alguma informação nova e matar a saudade", diz. Knobel trabalha em seu consultório durante quase toda a semana e ainda encontra tempo para escrever artigos científicos para revistas especializadas e reescrever o texto para novas edições de seus livros. Isso aos 80 anos de idade, completados no mês de março.

Acostumado a prêmios e honrarias, Knobel acaba de receber mais um título importante: o International Fellow concedido pela Associação Americana de Psiquiatria, organização fundada em 1884, em reconhecimento às significativas contribuições às pesquisas desenvolvidas na área da psiquiatria. "Não me apego muito a títulos, mas é sempre bom quando nosso trabalho é reconhecido".

Maurício Knobel é titular convidado da FCM e nomeado professor emérito. Foi vice-presidente da Federação Internacional de Psicoterapia da Alemanha e membro emérito do Colégio Internacional de Medicina Psicossomática, também da Alemanha. Idealizador e ex-coordenador dos cursos de especialização em psicopatologia e psicoterapia da infância e em psicopatologia da adolescência da FCM, atua ainda como consultor científico de diversas revistas nacionais e estrangeiras. Já produziu mais de 300 textos científicos divulgados nas mais importantes revistas e periódicos especializados.

Anos de prática — Knobel lembra que o neurologista e psiquiatra austríaco Sigmund Freud (1856-1939), criador da psicanálise, considerado um dos pilares da cultura contemporânea, foi quem primeiro lhe chamou a atenção. Freud foi o responsável pela descoberta de componentes do inconsciente da personalidade, que procurou estudar o desenvolvimento humano dentro do contexto da família. Centrou suas pesquisas basicamente na histeria, canalizando seus interesses para a psicopatologia. Mas, com o tempo, Knobel criou a sua escola, seguindo o seu próprio caminho, desenvolvendo uma técnica particular de atendimento. Isso obtido com a experiência acumulada durante muitos anos de prática como profissional da área da saúde mental.

E não por mero acaso acabou escrevendo o livro Orientação Familiar, já na segunda edição. Um livro que trata de temas como ciúme, desconfiança, solidão, amor, superproteção, liberdade e interesse. Na obra, Knobel procura resgatar a possibilidade de crédito no ser humano e o prazer de conviver em família, como diz. "Um costume quase fora de moda". Para o psiquiatra, vive-se hoje um clima de terror, incerteza e perda de valores. A incompetência no manejo de questões econômicas leva a angústias reais e não a fantasias doentias. As propagandas em saúde e saúde mental são enganosas ou inadequadas. "É verdade que a Aids mata, porém também é verdade que a fome mata, e mata mais pessoas que as doenças".

Na opinião do professor, paralelamente existem seres humanos, grupos e instituições a serviço do bem-estar da comunidade; há governantes honestos e líderes comunitários, de classes sindicais, que lutam por um mundo melhor a que todos almejam. O psiquiatra costuma dizer que os profissionais da saúde mental são uma partícula social treinada para colaborar na luta por "uma sociedade mais justa, constituída por seres humanos mais sadios e em convivência amorosa". E arremata: "não é utopia, é possível".

Ginástico representa o Brasil na Alemanha
O Grupo Ginástico da Unicamp, formado por alunos e professores de várias unidades da Universidade, participou, na cidade de Leipzig, Alemanha, de um dos mais importantes eventos de ginástica do mundo: o Deutsches Turnfest-2002, considerado o mais antigo evento de ginástica do mundo. O grupo da Unicamp é o primeiro e o único elenco brasileiro convidado para o evento, que este ano reuniu cerca de 100 mil jovens de diversas partes do continente. O festival aconteceu de 17 a 25 de maio.

O convite para o Grupo Unicamp, que teve como principal propósito representar o Brasil no festival, partiu da Deutsches e Turnfest e ISCA (International Sport and Culture Association), do qual a Unicamp é associada. O grupo participa do International Youth Camp – evento dentro do Deutsches Turnfest – que integra jovens entre 14 e 25 anos, para trocar experiências e conhecer culturas e povos de outros países. O evento reuniu cerca de 100 mil jovens participantes.

O grupo da Unicamp participou do festival com dois trabalhos coreográficos: "Amazônia", uma coreografia de ginástica geral, que busca atrair a atenção do público tanto para a questão da beleza e da riqueza da região amazônica, quanto para alertar, por exemplo, sobre os perigos da devastação daquela região do Brasil. O outro trabalho denomina-se "Pára-quedas", e revela uma coreografia utilizando-se um tecido colorido de 10 metros de diâmetro.

Em ambas as coreografias são utilizados ritmos brasileiros variados, além de movimentos e gestos da cultura brasileira. Segundo explica Elizabeth Paoliello, da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, toda a concepção da ginástica geral foi desenvolvida pelo próprio grupo, com base na integração dos elementos ginásticos, artísticos, rítmicos, acrobáticos, com elementos da dança, do folclore, do circo e das artes cênicas de modo geral. Elizabeth diz ainda que, por diversas razões, poder participar de um evento desse porte é de extrema importância para os jovens da Universidade. Primeiro por se tratar de um dos eventos mais importantes do mundo na categoria, que, com raras interrupções, vem sendo realizado desde 1860. Depois, pela organização do evento e pelo objetivo a que se propõe. Elizabeth explica que ao contrário dos eventos envolvendo ginástica, sejam quais forem as modalidades, o encontro de Leipzig não tem conotação de competitividade.

O grupo da Unicamp, ressalta a professora, é o primeiro e o único grupo brasileiro convidado para o evento na Alemanha que é formado por 14 ginastas, alunos de graduação e de pós-graduação, e professores de educação física da FEF. O grupo é formado por Ana Guedes, Andréa Desidério, Bráulio Rocha, Cíntia Moura, Cristiane Fiorin, Eduardo Turuta, Eliana de Toledo, Jorge Ishisbaschi, Laurita Schiavon, Marina Guzzo, Rafaela Rodrigues, Rubens Venditti, Tatiana Bierrenbach e Leonardo Rodrigues, além dos professores Jorge Perez Gallardo e Elizabeth Paoliello, coordenadora.

Unicamp na Imprensa
na Imprensa

Nature

A edição de 23 de maio da mais renomada revista científica internacional, a inglesa Nature, publica a conclusão de um estudo comparativo entre os genomas das bactérias Xanthomonas citri e Xanthomonas campestris, concluído por pesquisadores da Rede ONSA (Organization for Nucleotide and Sequncing Analysis), criada em 1997 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fapesp. A X. citri é causadora do cancro cítrico, doença dos citros, e a X. campestris ataca o arroz, soja, repolho e outras plantas. Os laboratórios que participaram do projeto estão ligados à Unicamp, USP, Unesp e Centro de Citricultura Sylvio Moreira. João Carlos Setubal e João Paulo Kitajima, do Instituto de Computação da Unicamp, participam da equipe.

Agência Estado

Apenas a interação universidade-empresa não mudará a aplicação prática das pesquisas produzidas na Academia. A opinião é do reitor Carlos Henrique de Brito Cruz, manifestada no Fórum Gestão da Interação Ciência, Tecnologia e Sociedade, realizado em Londrina, no Paraná. Veja a íntegra da matéria da Agência Estado em http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2002/mai/20/124.htm


Folha de S.Paulo
Uma exposição aberta no dia 20 de maio, no Hospital das Clínicas da Unicamp, com ênfase para a cura através da arte-terapia, ganhou destaque na Folha de S. Paulo. "Arte é arma contra doença na Unicamp", diz a manchete. Os trabalhos da artista plástica Ângela Maria Ferreira da Rosa estão entre macas de pacientes submetidos a tratamentos de quimioterapia.

O Estado de S. Paulo
No editorial "A função da universidade", publicado no dia 15 de maio, o jornal O Estado de S. Paulo comenta idéias do reitor Brito Cruz, expressas em recente entrevista. O Estado destaca que "Uma universidade como a Unicamp, na visão de Brito Cruz, deve formar a liderança intelectual do País e para isso seus alunos precisam ter "formação muito especial". O reitor repetiu o que foi esquecido por muitos: ´Todo país que se desenvolveu tem universidades que educam bem os que vão fazer funcionar o país´. Algumas universidades precisam ser capazes de exercer esse papel de formação de lideranças, como a Unicamp, a USP e as universidades federais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, lembradas por Cruz".

Leia o editorial completo em http://www.estado.estadao.com.br/editorias/02/05/15/editoriais003.html


Biota/Fapesp é tema de programa
O Programa Biota/Fapesp é tema de uma série de documentários especiais produzidos pela TV Cultura e que serão exibidos nos dias 3 a 6 (segunda a quinta-feira), às 19h30. Coordenado pelo professor do Instituto de Biologia Carlos Alfredo Joly e financiado pela Fapesp, o Biota tem a finalidade de inventariar e caracterizar a biodiversidade do Estado de São Paulo, definindo os mecanismos para sua conservação, seu potencial econômico e sua utilização sustentável. Criado oficialmente em março de 1999, o programa, representa o resultado de três anos de articulação de um grupo de pesquisadores preocupados com a implementação das premissas preconizadas pela Convenção da Diversidade Biológica, assinada pelo Brasil durante a ECO-92.

Os documentários da TV Cultura serão apresentados em quatro episódios, sendo que o primeiro (dia 3) enfocará "O Instituto Virtual da Biodiversidade" como uma rede que envolve cerca de 400 pesquisadores. No dia 4 (terça-feira), o vídeo mostrará os resultados de projetos sobre a comunidade de algas, de macro-invertebrados e de peixes de água doce no tema "O caminho das águas". Dia 5 (quarta-feira), "A Mata Atlântica ainda respira" irá destacar que apesar da cobertura florestal do Estado ter sido significativamente reduzida – restam apenas cerca de 7% - sua biodiversidade é uma das mais ricas do planeta. "Os mistérios do Cerrado" encerra série a série especial, no dia 6 (quinta-feira).