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Campinas, junho de 2001 - ANO XV - N. 163.........
     
   
 

SEU ESPAÇO

Malhação
Somos alunas do Cefam Campinas, projeto de formação e aperfeiçoamento do Magistério. Temos acesso ao Jornal da Unicamp na biblioteca da escola.
Na edição de abril, especialmente a matéria sobre a produção da TV Globo, “Malhação”, chamou atenção do público jovem. Achamos muito interessante o enfoque dado pela pesquisadora. Gostaríamos de parabenizar o jornal pela qualidade das matérias oferecidas e sugerir mais assuntos ligados à área de educação, pedagogia e afins para podermos ficar sempre por dentro do que rola na Universidade nesse setor.

Interessante também sabermos quais são os resultados finais ou os andamentos das pesquisas realizadas. Acreditamos ser de interesse da população em geral, saber os produtos das pesquisas divulgadas pela Universidade, que uso a população pode fazer deles, principalmente na área da saúde.

Espero que aceitem nossa sugestão.

Parabéns mais uma vez e obrigada.

Liliane Souza, Erika, Desiree e Isadora.
Cefam Campinapinas

Oban
Li a edição especial do Jornal da Unicamp sobre os 10 anos da descoberta do Cemitério Dom Bosco, em Perus, SP. Parabéns! Quando “descobrirão” a Operação Bandeirantes (Oban)???

André Mascia
Economista

Racismo
Creio que lhes cabe uma crítica muito importante. Acho que vocês estão errando sem saber que estão, por boas intenções e tentando ser o melhor possível realistas, porém com um paradigma que já foi ultrapassado.
O que estou dizendo é que vocês estão participando de palestras, fazendo entrevistas, mas não estão ouvindo o que as pessoas estão falando porque ainda estão presos a um senso comum, a uma concepção de jornalismo que não admite mudanças...

As pessoas que vocês entrevistaram e a absoluta maioria dos pesquisadores dos negros, da questão racial e do racismo no país não concorda que o racismo “começou quando chegou o primeiro negro”, ou que o negro vive “à margem da história” ou, pior ainda, que é um povo “sem história”.
Essas opiniões são as mesmas de Fernando Henrique Cardoso, que num Mais! de 1996 confirmou que continua achando que os negros são “desvãos da história”. Essa opinião dele é a mesma de todo o grupo mau chamado de “Escola Paulista de Sociologia”, da qual fizeram parte Florestan Fernandes e o professor emérito da Unicamp Octávio Ianni.

Porém, tanto antropólogos, como historiadores, sociólogos e economistas que hoje pesquisam a questão, não concordam generalizadamente com essa concepção. E ficam muito frustrados quando vêem manchetes desse tipo. Principalmente num jornal universitário.

Porque eles comprovaram – e cada vez comprovam mais – que os negros sempre lutaram, sempre fizeram história (mesmo a partir das margens) e que, por isso mesmo, são as margens que estabelecem a história central.
Também não dá para afirmar que o racismo começou no século XVI (quando entrou o primeiro negro no país). Primeiro, não era negro, não era país e não era racismo. O país só começou a se entender como país por volta de 1821. Negro era uma expressão ideológica religiosa que significava “não iluminado” e designava os índios (chamava-se os africanos de pretos e os negros brasileiros de “crioulos”). E, por último, o racismo é uma invenção do século XIX! Antes disso não se considerava uma pessoa inferior por causa de sua pele. Mas por sua crença e atos! E exemplos há de sobra.

Se quiserem, podem re-entrevistar Suely Kofes e Marisa Correa. Mas também deveriam entrevistar Célia Marinho, Bob Slenes, a Lília Schwarz da USP... Há muita gente.

Eu tenho uma posição que não é única. Mas estou pensando seriamente em fazer uma pesquisa/levantamento sobre como a Imprensa divulga pesquisas sociais – notadamente de História, que é meu curso – porque os erros são inúmeros e geralmente colocados nas manchetes, pois se fundamentam numa visão culturalista e evolucionista que impede que se vejam os progressos nas Ciências Humanas, que relativizam ainda mais as antigas concepções sobre o ser humano. Não só uma pesquisa, mas também um projeto de divulgação científica na área de humanas.
Claro, não são erros intencionais, mas erros para mim ideológicos e que permitem, sim, reportagens e concepções opostas e portanto podem manter a aparência da “imparcialidade”. Mas essa crítica é necessária e um levantamento também, porque a imprensa nunca publica críticas como essa, nunca aceita propostas que vão contra a concepção dominante na redação e nunca relativizam suas posições.
Agradeço muito a oportunidade e deixo aqui registrado que muita gente e a grande maioria dos pesquisadores de humanas gostaria de ver algumas reportagens enfocando também essas mudanças de modo de ver (ou de “paradigmas” como se diz, num termo já tido como estúpido) e modos de estudar a realidade humana.

Warney Smith
Aluno do Instituto de Filosofia
e Ciências Humanas (IFCH)

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Arte
Sou aluno da graduação em artes plásticas na Unicamp. Eu tenho apenas uma pergunta: por que sempre o Instituto de Artes é retratado no seu jornalzinho como uma escolinha de artesanato? Talvez por ignorância da parte de quem produz essa publicação, mas arte é um trabalho sério e é antes de tudo um trabalho intelectual.

No último jornal (Semana da Unicamp 143) tem uma reportagem sobre a “arte da caligrafia”. Vocês conseguem perceber que isso é somente uma questão técnica? Por que vocês nunca comentaram por exemplo sobre a peça “Primus”, dos alunos do IA, que foi um destaque no festival de Curitiba e ganhou espaço na revista “Bravo” (que para explicar para vocês trata-se de uma revista especializada em arte).

Nós já sofremos preconceito dentro da Unicamp: falta de professores, prédios caindo aos pedaços e comumente ouço comentários de que dinheiro para o IA é grana jogada fora. Vocês poderiam colaborar mostrando que investimento na cultura é essencial, e que arte é política, que produz conhecimento e que transforma o ser humano em pes-soas mais plenas, mais desenvolvidas, enfim, em pessoas melhores.

Gabriel Braga

 

 
 
 

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