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Teses consolidam parceria entre Unicamp e Petrobras

17/2/2011 – Duas teses de doutorado defendidas no último dia 17 celebraram o sucesso de três anos de parceria entre o Instituto de Química (IQ) da Unicamp e a Petrobras. Os autores das pesquisas são Yuri de Corilo, que criou um inédito software para análise de dados em química e petroleômica, de altíssima eficiência e qualidade; e Boniek Gontijo Vaz, que desenvolveu novas metodologias, já em uso pela Petrobras, para processos de tratamento de petróleo e seus derivados, além de ferramentas de monitoramento destes processos que estão permitindo ganhos de eficiência.

Ambas as teses, que foram orientadas pelo professor Marcos Eberlin, frutificaram no âmbito das redes temáticas financiadas pela Petrobras junto a instituições de pesquisa de todo o país. “O petróleo é de longe a mistura mais complexa do nosso planeta e, para nós químicos, é um grande desafio analisar, caracterizar e determinar toda a sua composição química. A Petrobras e as outras empresas da área possuem um arsenal de técnicas desenvolvidas e utilizadas por anos, mas a espectrometria de massas recentemente trouxe uma nova proposta, que é da petroleômica”, explica Eberlin, que coordenada o Laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas do IQ.

Segundo o docente da Unicamp, a petroleômica é uma técnica que vem sendo desenvolvida por poucos grupos no mundo, principalmente por pesquisadores da Flórida (EUA). “Percebendo que ela é necessária, a Petrobras nos incentivou a desenvolvê-la no Brasil. Juntamos todo o conhecimento sobre petróleo por parte da empresa e o conhecimento da técnica pelo nosso laboratório, que é reconhecidamente líder na pesquisa em espectrometria de massas. Hoje é um dia bastante especial porque comemoramos com as teses o sucesso deste projeto”.

Marcos Eberlin assegura que nesses três anos de parceria a técnica foi completamente dominada, além de demonstradas suas aplicações em refino, diesel, óleo bruto e em várias outras linhas abertas pelo trabalho. “Não só temos o desenvolvimento científico, que trouxe um aumento quântico de qualidade ao nosso laboratório, como também teses e aplicações desta nova estratégia de estudos. Criamos um espelho, onde o mesmo equipamento e técnicas aqui desenvolvidas são aplicados na empresa, e vice-versa”.

Rosana Cardoso Lopes Pereira, coordenadora da área de Química Analítica das redes da Petrobras, afirma que a técnica elaborada com auxílio da Unicamp vem apresentando resultados muito bons para a resolução de problemas enfrentados pela empresa. “Ela também trouxe a confirmação de hipóteses levantadas por químicos do passado, permitindo ver os fatos acontecendo. É uma técnica bastante abrangente e inequívoca”.

Na opinião de Eugênio Vaz dos Santos Neto, coordenador da rede de Geoquímica da Petrobras, à qual as teses defendidas no IQ estão atreladas, o retorno do investimento em pesquisas com universidades foi excepcional. “Os produtos que estão sendo gerados nesta parceria já são muito evidentes, na forma de teses, artigos científicos e treinamento de mão de obra qualificada”.

As apresentações

Yuri de Corilo defendeu sua tese de doutorado oferecendo detalhes sobre o software batizado PetroMS. O professor Marcos Eberlin explica que o petróleo traz em sua composição milhares e milhares de componentes, cuja caracterização por técnicas convencionais levaria meses. “Com a petroleômica é possível destrinchar e obter em alguns minutos uma quantidade enorme de dados. E, para tratá-los um a um, é preciso um software de estratégias cibernéticas”.

De acordo com Eberlin, existe uma ferramenta comercial similar, importada dos Estados Unidos e que chegou a ser utilizada no início da pesquisa, mas logo abandonada porque o PetroMS se mostrou muito superior. “É uma ferramenta bem elaborada, que tem embutidos a parte gráfica e a inteligência química e geoquímica que construímos no projeto. Da montanha de dados, chegamos rapidamente a diagramas úteis para decidir aspectos importantes de refino e produção do óleo”.

Os comentários sobre a tese de Boniek Gontijo Vaz ficaram por conta de Rosana Pereira, que levou o doutorando para trabalhar a seu lado na Petrobras. “A fase inicial da pesquisa foi de aplicação da petroleômica para avaliar o que acontece na composição do petróleo à medida que ele vai evoluindo termicamente no seu processo de formação. E depois na área de refino, procurando observar como muda a composição dos compostos, como por exemplo, no diesel, que precisa atender a uma especificação cada vez mais restrita pelas condições ambientais”.

A pesquisadora observa que, para atingir tal especificação, o diesel precisa passar por tratamentos – o hidrorrefino – visando à retirada de compostos do petróleo. “O uso da técnica para acompanhar a mudança de composição foi muito promissor, ajudando-nos a elucidar e confirmar expectativas. O estudo foi finalizado com a caracterização de resíduo através de destilação molecular, o que também é inédito, já que esta técnica ainda não é aplicada em refino”. (Luiz Sugimoto)

 

 


 
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