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Newton da Costa, um cientista incansável,
recebe título de professor emérito
Matemático, lógico e filósofo também será
homenageado em evento internacional

MANUEL ALVES FILHO

Newton da Costa em seu apartamento em São Paulo, exibindo o livro Non-Classical (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)A entrevista havia sido marcada minutos antes. No horário combinado, ao terceiro toque do telefone, a mesma voz madura e firme volta a atender. Saudações de praxe. Não é o contato mais adequado entre entrevistado e entrevistador. Faltam gestos, olhares. Felizmente, do outro lado da linha está um dos mais importantes cientistas brasileiros, o matemático, lógico e filósofo Newton da Costa. Não poderia haver melhor garantia de boa prosa. Às vésperas de completar 80 anos, o professor, embora formalmente aposentado, segue fazendo o que mais gosta: gerando e compartilhando conhecimento. “Eu me considero um privilegiado. Trabalhei a vida inteira com o que mais gostava. Fui pago para manter um hobby”, afirma. Newton da Costa (centro), com o irmão Haroldo e Marina Ribas, em 1936 (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)No final de agosto, Newton da Costa fará uma pausa nas suas atividades para uma visita à Unicamp, onde deu aulas no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) e Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Virá para receber o título de professor emérito da Universidade e para participar de evento Science, Truth and Consistency, organizado pela Académie Internationale de Philosophie de Sciences e pelo Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE), do qual foi um dos criadores, ocasião em que será homenageado pelo seu 80º aniversário (veja texto na página 7).

A jactância não é uma característica de Newton da Costa. Ainda que se diga contente com as homenagens a ele reservadas, prefere creditá-las, inicialmente, à generosidade dos amigos que amealhou na Unicamp. “Também significa que fiz algo sensato, de certo significado”, admite. Para colocar o assunto na dimensão correta, é preciso assinalar que este curitibano, que mora atualmente em Florianópolis, é possivelmente o pensador brasileiro mais respeitado no exterior. Entre suas contribuições à ciência, a que mais ganhou destaque foi o desenvolvimento da Lógica Paraconsistente, hoje empregada em diversas áreas, inclusive a informática. Dito de forma simplificada, trata-se de um instrumento capaz de trabalhar simultaneamente informações Com a família, em Florianópolis, em foto deste ano (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)contraditórias, tarefa que a lógica clássica não daria conta de executar. “Quando formulei o conceito, eu jamais poderia imaginar que ele viria a ter tantas aplicações. Hoje ele é utilizado pelas áreas médica, de finanças, gestão ambiental, de controle de tráfego aéreo, entre outras, nas quais é preciso lidar com dados incompatíveis”, surpreende-se o docente.

A produção intelectual de Newton da Costa, como ele mesmo faz questão de observar, resulta em boa medida da educação que recebeu na infância nos planos formal e familiar, com elevado destaque para este último. Desde pequeno, foi estimulado a pensar de forma independente e crítica pelos familiares. “Minha mãe era professora de literatura francesa e minha tia, de Recebendo os cumprimentos durante a cerimônia de sua formatura em engenharia civil, em 1952, na UFPR(Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)literatura inglesa. Meu pai, funcionário público, gostava de matemática. Além disso, tinha um tio que lecionava filosofia. Em casa, nossas conversas giraram sempre em torno de ideias”, rememora. No entender do matemático e filósofo, as crianças e adolescentes de hoje se ressentem desse tipo de experiência. “A verdadeira educação começa no lar. Se os pais não são sensatos, se não falam bem de certos aspectos da vida e se não vivem de acordo com aquilo que dizem acreditar, como é que seus filhos vão conseguir se desenvolver bem na escola ou na vida?”, questiona.

Com mais de 50 anos de docência, Newton da Costa vê a educação formal brasileira com absoluta perplexidade. “A nossa educação é uma barbaridade. No Brasil, o aluno que consegue chegar ao fim do curso médio ou superior deve ser considerado um herói, visto que tudo concorre Ministrando aula na década de 1960 (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)contra ele. Falta infraestrutura, os professores são despreparados e o modelo pedagógico, com raríssimas exceções, privilegia a decoreba em detrimento da reflexão”, elenca. O intelectual adverte, porém, que a despeito de contribuírem para a manutenção deste estado de coisas, os educadores talvez sejam os menos responsáveis. “Vou lhe contar uma pequena história. Há algum tempo, professores secundários de Florianópolis foram entrevistados sobre a questão de salário. Vários deles disseram que aproveitavam o período de recesso escolar, entre dezembro e fevereiro, época em que o fluxo de turistas na cidade é maior, para catar latinhas de alumínio para complementar a renda. Agora eu pergunto: isso é admissível? A meu juízo, os professores primários e secundários deveriam ganhar tanto quanto um professor universitário”, defende.

Na cerimônia da eleição para a Academia de Ciências do Chile, em Santiago, em 1982 (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)Se a situação da educação desgosta Newton da Costa, o que dizer da política? “Aos 80 anos, confesso que já não consigo mais reagir como antes. O que eu podia fazer, eu já fiz. Entretanto, não deixo de ficar indignado como a sucessão de escândalos. O que está acontecendo atualmente no Senado Federal é uma vergonha. Infelizmente, o tal ‘jeitinho brasileiro’ está entranhado na nossa cultura. Aliás, gostaria de ter tempo para estudar sociologia para investigar esse assunto mais a fundo. A prática começa nos altos gabinetes e atinge até o funcionário público mais humilde. Diante de tudo isso, infelizmente o jovem começa a considerar que o melhor caminho talvez seja virar vigarista. Estamos vivendo num tempo no qual a honestidade virou sinônimo de tolice”, analisa.

Da esq. para a dir., Newton da Costa (o segundo), palestrante não identificado, Ubiratan D’Ambrósio, Rolando Chuaqui e Ayda Arruda, na Unicamp, em 1975 (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)Como a conversa não é linear, o assunto volta a ser a múltipla formação do entrevistado. “Frequentemente me perguntam por que me dediquei tanto em várias áreas, algumas aparentemente conflitantes entre si. Ocorre que matemática e filosofia não se anulam. Ao contrário, complementam-se. Além disso, sempre quis contribuir para que o Brasil se projetasse internacionalmente nos campos intelectual e educacional. Considero um absurdo que sejamos conhecidos no exterior apenas como o país do futebol. Ora, temos que ser conhecidos como uma nação que usa mais a cabeça do que os pés. A cabeça, nesse caso, tem obviamente que ter uma aplicação mais nobre do que acertar a bola”.

No Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em São José dos Campos, em julho de 1962 (segundo, da dir. para a esq.)(Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)Mesmo se considerando, de certo modo, fora da frente da batalha por um Brasil melhor, Newton da Costa mantém uma indispensável trincheira na capital catarinense. Lá, continua atuando como professor visitante na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Na sua rotina, estão as aulas e as orientações de teses. Quando não está na UFSC, estuda e pesquisa em casa. Nas horas de relaxamento, dedica-se à leitura dos clássicos da literatura nacional e estrangeira [adora Euclides da Cunha e Guimarães Rosa], bem como à audição de música. “Sempre gostei muito de música. Não me dediquei a ela por absoluta falta de talento”. Com a conversa se encaminhado para o final [se o papo fosse presencial haveria ao menos a possibilidade do prolongamento proporcionado pelo cafezinho], e considerando-se acolhido pelo interlocutor, o repórter sente o incontrolável impulso de fazer uma pergunta de principiante. Que mensagem apreender da trajetória de um intelectual tão brilhante?

 Com Décio Krause em homenagem que recebeu de ex-alunos da UFPR, em Curitiba, em outubro de 1998 (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)Demonstrando cumplicidade, Newton da Costa responde com naturalidade. “Eu diria aos jovens que o mais importante é pensar originalmente. Sempre pensem por conta própria. Isso não significa que devam desconsiderar os livros e as autoridades das diversas áreas. Todavia, é importante que cada um seja o protagonista da sua história. Em uma passagem de David Copperfield, romance de Charles Dickens, o protagonista pergunta-se: serei eu o herói da minha vida? Atualmente, o brasileiro não tem sido o herói da própria vida. Antes, tem sido um náufrago, que é levado de um lado a outro por conta das circunstâncias. Se quiser ser realmente um país de primeiro mundo, o Brasil precisa oferecer às novas gerações uma educação que estimule esse pensamento original”. Parece lógico, não?

Colegas exaltam pioneirismo e liderança

Acompanhando palestra de Elias Humberto Alves durante o Simpósio Latino-Americano de Lógica Matemática, realizado na Unicamp em 1975 (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)Os professores Décio Krause, Elias Humberto Alves, Itala M. L. D’Ottaviano e João Ricardo Moderno destacam, nos depoimentos que seguem, a importância do trabalho desenvolvido por Newton da Costa. Os docentes participarão do evento Science, Truth and Consistency, que ocorrerá de 23 a 28 de agosto no Auditório do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc).

Organizado pela Académie Internationale de Philosophie de Sciences e pelo Centro de Lógica, Epistemologia e Filosofia da Ciência (CLE) da Unicamp, o encontro reunirá mais de 60 matemáticos, lógicos e filósofos de todo o mundo. Trata-se do primeiro evento da academia francesa no Brasil. No dia 25, Newton da Costa receberá o título de professor emérito da Unicamp, em cerimônia no Centro de Convenções. O título foi proposto pela Congregação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e pelo Conselho Científico do CLE.

DÉCIO KRAUSE
Newton da Costa é um grande cientista e um grande mestre por várias razões. Primeiramente, seu trabalho mostrou-se de uma relevância surpreendente em uma área que, antes dele, o Brasil não tinha qualquer projeção, a Lógica. Na verdade, não seria descabido dizer que a Lógica surge em nosso país com Newton da Costa, pois os trabalhos anteriores nessa área eram quase que exclusivamente de cunho didático, sem qualquer desenvolvimento original.

Ademais, com da Costa surge uma forte escola de Lógica, e seus alunos e discípulos, muitos dos quais radicados na Unicamp, alcançaram projeção internacional. Seus contatos com cientistas de várias partes do mundo, em especial da América Latina, contribuíram para as relações que passaram a haver entre a escola brasileira e outros centros. Mas isso não é tudo. Newton da Costa tem contribuições não só em várias partes da Lógica, mas em temas relacionados aos fundamentos da Matemática, aos alicerces da Ciência da Computação, aos fundamentos da Física e à Filosofia. Com colaboradores, como gosta de trabalhar, tem atacado muitos problemas nessas diversas áreas, mas creio que é com relação à sua filosofia que ele tem dado contribuições significativas depois da Lógica.

Importante em tudo isso é sua atitude. Se posso tentar resumir o papel de Newton da Costa quanto a isso, faço uma analogia que, acredito, se aplica perfeitamente a ele: referindo-se ao seu mentor, J. Müller, o grande físico Hermann Helmholtz disse que “quando alguém entra em contato com uma pessoa realmente de primeiro nível, a sua concepção intelectual toda muda para o resto de sua vida”. Esta é, acredito, a sensação que, de uma forma ou de outra, têm todos aqueles que foram alunos, colaboradores, colegas ou que tiveram a oportunidade de conviver com o prof. Newton Carneiro Affonso da Costa. A comunidade acadêmica reconhece com razão a sua importância.

Décio Krause é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

 Com a professora Itala M. L. D´Ottaviano durante o World Congress on Paraconsistency, realizado em São Sebastião, em maio de 2000 (Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)ELIAS HUMBERTO ALVES
Newton da Costa é o maior lógico brasileiro, reconhecido internacionalmente, embora, infelizmente, nem tanto no Brasil – poderia ser mais. Ele trabalhou em outras áreas, mas na parte que diz respeito à Lógica Paraconsistente sua atuação é realmente muito interessante. Trata-se de algo que foi feito com muito cuidado e que tem uma grande repercussão, a tal ponto que na Mathematical Review, na qual aparecem os resumos dos trabalhos de matemática do mundo todo, há uma sessão especial dedicada à Lógica Paraconsistente, que é a grande contribuição que Newton deu para a Lógica. Trata-se de uma criação reconhecida mundialmente. Isso faz com que ele seja um dos grandes nomes da Lógica contemporânea.

Elias Humberto Alves é professor da Faculdade de Filosofia de São Bento.

ITALA M. L. D’OTTAVIANO
Newton da Costa é o exemplo vivo do pensador, pesquisador, criador, sedutor intelectual e professor apaixonado. Indiferente à crítica mesquinha, sempre ousou inovar e criar novos caminhos. Muito influenciado por sua mãe, sua tia e um de seus tios, iniciou-se em filosofia aos 15 anos de idade. Graduado em Engenharia Civil e Matemática, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tornou-se professor titular de Análise Matemática e Análise Superior na UFPR, em 1964, tendo trabalhado na Unicamp e na USP e sendo atualmente professor colaborador convidado da UFSC. Da Costa é membro fundador do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE) da Unicamp, tendo sido um dos idealizadores da Sociedade Brasileira de Lógica, da qual foi o primeiro presidente, dos Encontros Brasileiros de Lógica, dos Simpósios Latino-Americanos de Lógica Matemática e da criação do The Journal of Non-Classical Logic, o primeiro periódico de circulação internacional na área de lógicas não-clássicas. É internacionalmente considerado o fundador da Lógica Paraconsistente, área de pesquisa internacionalmente reconhecida.

Sua paixão pela Lógica, pela Filosofia e pelos Fundamentos da Ciência, sua mente brilhante, sua intensa dedicação, a magnitude e a repercussão de sua obra tornaram-no um dos cientistas brasileiros mais citados e homenageados em nível nacional e internacional. Newton, entretanto, não ficou restrito ao trabalho científico, tendo se dedicado à formação e orientação de muitos estudantes, hoje disseminados em diversas universidades brasileiras, latino-americanas e nas mais diversas partes de outros continentes.

Da Costa, uma vez, identificou-se repentinamente como “um vendedor... de ideias”. Sua criativa e inovadora obra, sua en­volvente personalidade, sua seriedade e sua inquestionável liderança acadêmica foram fundamentais para a emergência de uma “Escola Brasileira de Lógica” reconhecida internacionalmente – tenho muito orgulho em ser citada, em várias partes do mundo, como uma “filha” de da Costa, representante da considerada Escola Brasileira de Lógica.

O evento Science, Truth and Consistency, a ser realizado na Unicamp no final deste mês, primeira reunião da “Académie Internationale de Philosophie de Sciences” no Brasil, conjuntamente com o CLE, e o título de “Professor Emérito” da Unicamp que será outorgado a da Costa, constituem uma justa e merecida homenagem aos 80 anos deste brilhante e dedicado professor e intelectual, que tanto tem contribuído e enobrecido a Lógica, a Filosofia e a Ciência brasileira.

Itala M. L. D’Ottaviano é professora do Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH/CLE) da Unicamp e coordenadora da Cocen (Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da Unicamp).

JOÃO RICARDO MODERNO
O grande evento intitulado Science, Truth and Consistency organizado pelo Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp/ CLE e a Académie Internationale de Philosophie des Sciences/AIPS, e dedicado ao octogésimo aniversário do gênio da raça Newton da Costa, constitui uma bela demonstração do enorme prestígio do brasileiro. Ele é a expressão da inexcedível afetividade da comunidade acadêmica internacional pela pessoa de Newton da Costa.

Antropológica, política, genética, teológica e filosoficamente não existe raça. A expressão “gênio da raça” concerne àquele indivíduo que por valores inatos e adquiridos pelo mérito alcançou o mais elevado patamar da inteligência humana em determinada atividade e localizada sociedade. É o caso de Newton. Desde o primeiro momento da primeira conversa com ele, percebi imediatamente a presença de um cintilante espírito singular. Tudo em Newton da Costa desemboca na mais sofisticada metafísica, ainda que nascida em tudo concreta.
Newton da Costa reúne as mais finas qualidades intelectuais às mais elevadas qualidades morais e éticas; e as mais sensíveis qualidades humanas aos melhores sentimentos oriundos do mais íntimo recanto da alma humana à imagem e semelhança de Deus.

Em um Brasil em que uma parcela significativa da nação parece não ter mais o menor apreço pelos mais elementares valores humanos, Newton da Costa é modelo de inspiração para as gerações de hoje e do futuro. Proponho desde já um desafio à comunidade acadêmica brasileira uma homenagem perene a Newton da Costa, para que este como exemplo máximo da excelência filosófica possa habitar o imaginário amoroso das crianças e jovens de todo o Brasil.

João Ricardo Moderno é presidente da Academia Brasileira de Filosofia, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

 

Platão, Aristóteles e Russell

Auto-retrato em grafite de 1941(Fotos: Centro de Lógica/ Arquivos Históricos em História da Ciência/ FNCAC)Newton da Costa nasceu Newton Carneiro Affonso da Costa, em 16 de setembro de 1929, em Curitiba. Filho de Dimas Carneiro Affonso da Costa e Sylvia Carneiro Affonso da Costa, aos 15 anos interessou-se por questões de Lógica e pelos fundamentos da Matemática. Com o apoio de um de seus tios, Milton Carneiro, então professor de história da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR), iniciou-se em filosofia por meio de textos de Platão e de Aristóteles, ambos em traduções francesas.

Encantado com a filosofia, debruçou-se sobre as obras de autores como Descartes, Poincaré, Lalande e outros. Mas foi Bertrand Russell que exerceu forte impacto sobre o jovem Newton, embora este “divirja fundamentalmente de Russell como filósofo”, como observou. Newton da Costa obteve três graduações pela UFPR: em 1952, Engenharia Civil pela Escola de Engenharia; em 1955, o Bacharelado em Matemática; e em 1956, a Licenciatura em Matemática, ambos pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

Ainda na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UFPR, no ano de 1961, Newton da Costa recebeu o título de doutor em Matemática e se tornou livre docente de Análise Matemática e Análise Superior. Em 1964, tornou-se professor catedrático na mesma área de sua livre-docência. Lecionou 14 anos na UFPR. Também foi professor na USP e Unicamp, onde ocupou o cargo de diretor associado do Imecc. Atualmente, é professor visitante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É casado com Neusa Feitosa Affonso da Costa e tem três filhos: Newton da C.A da Costa Júnior, Sylvia Lúcia F.A. da Costa e Marcelo F.A. da Costa.

Fonte: CLE Unicamp



 
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