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Com aprovação do Consu, unidade inova ao reformular sua estrutura organizacional

Feagri substitui departamentos por conselhos integrados


MANUEL ALVES FILHO


A Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) é a primeira unidade de ensino e pesquisa da Unicamp a reformular oficialmente sua estrutura organizacional,Vista aérea da Faculdade de Engenharia Agrícola: mudança tem como objetivo proporcionar maior agilidade e eficiência (Foto: Antoninho Perri) com base na alteração do Estatuto da Universidade, aprovada pelo Conselho Universitário (Consu) em dezembro de 2002. Com a medida, a Feagri substitui os atuais departamentos por conselhos integrados. A mudança, conforme o diretor da faculdade, professor Roberto Testezlaf, objetiva proporcionar maior agilidade e eficiência na condução das atividades administrativas e acadêmicas. “Depois de muita reflexão e negociação, a congregação da Feagri concluiu que este modelo seria o mais adequado à nossa realidade”, afirma.

Mudança é fruto de longo processo

A mudança na estrutura organizacional da Feagri, como o professor Testezlaf destacou, obedeceu a um longo processo. Antes de ser aprovada pela Congregação da Faculdade, em abril de 2004, e posteriormente pelo Consu, no último dia 3 de agosto, a proposta foi exaustivamente estudada e debatida pelo comunidade interna.O diretor da Feagri, professor Roberto Testezlaf: Creio que chegamos a uma decisão madura e consensual (Foto: Antoninho Perri) Para orientar os debates, o próprio diretor foi buscar exemplos de reestruturações executadas em outras instituições de ensino e em empresas privadas. “Levamos em conta várias experiências e tentamos extrair o melhor de cada uma. Ao final, creio que chegamos a uma decisão madura e consensual”, analisa o dirigente.

O professor Testezlaf ressalta que as primeiras discussões em torno da necessidade de modernizar a estrutura organizacional da Feagri remontam ao ano de 1997. Naquela época, segundo o diretor, já havia o entendimento de parte da comunidade interna de que o modelo baseado na departamentalização não era o mais adequado às características e necessidades da unidade. “Em virtude do tamanho e das especificidades da faculdade, os departamentos se mostravam muito estanques, o que trazia problemas de ordem administrativa e dificultava a integração entre os professores”, relata o diretor. Ele faz questão de destacar, porém, que esse diagnóstico refere-se apenas à realidade da Feagri. “Cada unidade de ensino e pesquisa tem uma dimensão e uma característica própria. É possível que a estrutura baseada em departamentos sirva a umas e a outras não. No nosso caso, optamos pela mudança”, explica.

Pelo novo modelo organizacional, a Feagri, que conta com 37 docentes, 66 servidores técnico-administrativos e cerca de 500 alunos de graduação e pós-graduação, extingue seus cinco departamentos e os substitui por três conselhos integrados: Infra-estrutura Rural, Planejamento e Gestão, e Tecnologia de Processos. Estes, no entender do professor Testezlaf, além de não terem uma estrutura tão rígida quanto a dos departamentos, permitem uma maior integração entre os docentes. “Os conselhos integrados foram constituídos a partir de temas que a congregação considerou importantes e não com base na reunião pura e simples de professores que trabalham em áreas correlatas. Assim, abre-se a possibilidade para um diálogo maior entre pesquisadores e cria-se uma nova perspectiva de cooperação interdisciplinar. Com isso, esperamos produzir reflexos positivos para o ensino, a pesquisa e a extensão”, diz o dirigente da Feagri.

Outro ponto positivo da alteração, de acordo com o professor Testezlaf, diz respeito à avaliação dos resultados das atividades da faculdade. Regimentalmente, isso será feito a cada quatro anos ou a qualquer momento, se a congregação assim entender. No caso de algum conselho integrado não conseguir atingir seus objetivos, por exemplo, ele poderá ser remodelado, substituído ou sofrer modificações por parte da comunidade interna. “Quando tínhamos os departamentos, essas avaliações praticamente inexistiam. Além disso, os departamentos só podiam ser criados ou extintos pelo Consu. Agora, as decisões ficam todas no âmbito da Faculdade, o que permitirá um acompanhamento muito mais próximo e eficiente das nossas ações”, esclarece.

Atualmente, informa o diretor da Feagri, os conselhos integrados estão preparando os seus regimentos internos e discutindo os seus planejamentos. Testezlaf espera que até o final de 2004 eles estejam funcionando a plena carga. Outra mudança que ocorreu na Feagri foi a substituição do Conselho Interdepartamental pelo Conselho Estratégico. Este é formado pelos presidentes de conselho, por representantes dos docentes, servidores e estudantes, e tem como atribuição principal assessorar a diretoria em suas tomadas de decisões, além de acompanhar a implementação do planejamento estratégico da faculdade. “Na minha avaliação, essa estrutura organizacional é muito mais ágil e democrática, pois permite que as decisões sejam tomadas de forma amadurecida e consensual”, sublinha. Segundo o dirigente, todo esse processo de alteração tem sido um aprendizado para a coletividade da Feagri.

Ele lembra que até que o Consu aprovasse a flexibilização, as unidades de ensino e pesquisa só poderiam ser estruturadas na forma de departamentos, conforme determinava o estatuto da Universidade. “Como só conhecíamos um tipo de experiência, é natural que enfrentemos algumas dificuldades e resistências para promover mudanças. Mas o importante é que as alterações foram fruto de muita reflexão e negociação. Esperamos que o novo modelo ajude a Feagri a atingir suas metas e que esse ganho de qualidade e produtividade se reflita nas nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão”, reforça o diretor.

De acordo com Testezlaf, por ser a primeira experiência nesse sentido, é possível que a reformulação conduzida pela Feagri possa servir de modelo para que outras faculdades e institutos da Unicamp reflitam sobre a necessidade de também promover mudanças. “O importante, nesse caso, é que essas unidades tenham um diagnóstico da sua situação e que busquem um modelo que atenda a suas necessidades e características. Penso que nós da Feagri chegamos a uma boa solução, mas só o tempo poderá dizer se ela será duradoura ou não”, pondera o diretor.

Na ocasião em que o Consu aprovou a flexibilização da estrutura das unidades de ensino e pesquisa, o vice-reitor e coordenador geral da Unicamp, professor José Tadeu Jorge, afirmou ao Jornal da Unicamp que a medida objetivava justamente permitir que as faculdades e institutos escolhessem o modelo organizacional que julgassem mais adequado tanto do ponto de vista administrativo quanto acadêmico. “Ao flexibilizar a estrutura organizacional, o Consu abriu a perspectiva para que as unidades optem pela melhor forma de atingir seus objetivos. Tanto as que decidirem manter os departamentos quanto as que optarem por substituí-los por outros modelos o farão baseadas em critérios administrativos e acadêmicos”, disse à época o vice-reitor.

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