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Unicamp recruta professores visitantes

Anúncios em veículos de divulgação científica já atraíram 153 pesquisadores

O reitor Fernando Costa: atração para elevar a já reconhecida excelência da Universidade. Foto: Antoninho Perri Cinco meses após começar a publicar anúncios de oportunidades de trabalho em importantes veículos internacionais de divulgação científica, a Reitoria da Unicamp foi oficialmente comunicada do interesse da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) em receber como professores visitantes dois dentre os mais de 150 candidatos que enviaram currículos à Universidade. Os escolhidos foram o biólogo francês François Artiguenave, cujo perfil acadêmico também chamou a atenção do Instituto de Biologia (IB), e o fisiologista de Trinidad e Tobago Alan Hazell, professor da Universidade de Montreal (Canadá) desde 2000.

A FCM convenceu-se de que Artiguenave e Hazell dariam boas contribuições à unidade depois que eles vieram a Campinas, em meados de março, para conhecer a Unicamp e apresentar os trabalhos que desenvolvem no exterior. Em vista do sucesso das visitas, a Reitoria decidiu convidá-los a passar de um a dois anos na Universidade exercendo atividades de ensino e pesquisa mediante o pagamento de uma bolsa. A ideia é permitir que eles se adaptem à vida no Brasil e se prepararem para ingressar formalmente na instituição por concurso ou processo seletivo.

“Aproveitamos a oportunidade dada pela administração da Universidade e selecionamos dois entre dezenas de currículos que nos foram encaminhados”, conta o diretor da FCM, professor José Antonio Rocha Gontijo. “Artiguenave e Hazell são, respectivamente, ativos pesquisadores em bioinformática e neurociências — áreas de abrangência multidisciplinar, em franco desenvolvimento e com grande repercussão quando tomadas como ferramentas de pesquisa básica ou inseridas no desenvolvimento de novos conhecimentos ou tecnologias aplicadas à clínica.”

O diretor do IB, professor Paulo Mazzafera, reforça os elogios feitos a Artiguenave. “O currículo dele é muito bom”, afirma. “A Universidade inteira sairá ganhando se a Reitoria conseguir trazê-lo para cá — seja para a Medicina ou para a Biologia.”

O professor Ronaldo Aloise Pilli, pró-reitor de Pesquisa: recrutamento de professores com experiência internacional. Foto: Antoninho PerriPassado e futuro
A procura por docentes de primeira linha faz parte da história da Unicamp. O exemplo mais emblemático é o dos primeiros anos de existência da Universidade, quando o pioneiro Zeferino Vaz conseguiu trazer de uma só vez, para um campus ainda em construção, cerca de 180 pesquisadores que estavam no exterior, entre brasileiros e estrangeiros, e outros 200 que atuavam nos principais centros universitários do País.

“Foi isso que fez a Unicamp se tornar uma das melhores instituições de ensino e pesquisa do Brasil em muito pouco tempo”, lembra o reitor Fernando Ferreira Costa, que incluiu a atração de docentes entre as estratégias da atual administração para elevar a já reconhecida excelência da Universidade em ensino e pesquisa. O objetivo dessas estratégias é aumentar a inserção da Unicamp no cenário internacional, colocando-a ao lado das principais universidades do mundo.

“Temos a visão de que a Unicamp deve ser uma universidade de classe mundial”, diz o professor Ronaldo Aloise Pilli, pró-reitor de Pesquisa e coordenador do grupo de trabalho encarregado das ações relacionadas ao recrutamento de pesquisadores no Brasil e no exterior. “Para que isso seja possível, precisamos ter um número considerável de professores com experiência internacional, sejam eles brasileiros ou estrangeiros.”

O fisiologista de Trinidad e Tobago Alan Hazell, professor da Universidade de Montreal: encontros produtivos. (Foto: Antonio Scarpinetti)Grupo de trabalho
Criado em outubro de 2009, o grupo coordenado por Ronaldo Aloise Pilli já cuidou da publicação de sete anúncios de oportunidades de emprego na Unicamp em revistas de grande circulação e impacto na comunidade científica internacional. Três desses anúncios dirigiam-se a pesquisadores de todas as áreas do conhecimento, com a única exigência de que possuíssem doutorado completo. Dois deles foram publicados na Nature (edições de 30 de outubro e 4 de fevereiro) e um, na Science (edição de 29 de outubro).

Os quatro anúncios restantes saíram em revistas lidas por pesquisadores de áreas específicas: Chemical & Engineering News (Química), Communications of the ACM (Ciência e Engenharia da Computação), Nature Materials (Engenharia de Materiais) e Physics Today (Física). Isso não significa, contudo, que o grupo tenha escolhido áreas prioritárias. “Queremos atrair pesquisadores de alto nível para todas as faculdades e institutos da Unicamp. Por isso, é muito importante que as unidades informem o tipo de profissional que estão procurando e indiquem sites e revistas para publicação de anúncios”, diz Pilli.

Envolvimento das unidades
O grupo de trabalho recebeu 153 currículos entre 29 de outubro, quando saiu o primeiro dos sete anúncios de oportunidades de emprego na Unicamp (na Nature), e 31 de março, pouco antes de o último deles ter sido publicado (na edição de abril da Physics Today). Parte desses currículos — incluindo os de François Artiguenave e Alan Hazell — foi enviada em CD aos diretores das faculdades e institutos da Universidade no começo de dezembro; outra parte seguiu na primeira semana de março. Os currículos recebidos a partir de então serão encaminhados em breve em um terceiro CD.

Segundo Pilli, que se encarregou de divulgar o recebimento dos currículos nas reuniões da Comissão Central de Pesquisa (CCP) da Unicamp e demais instâncias, o envolvimento das unidades na análise desse material é fundamental para o sucesso da estratégia de atração de docentes. “As unidades precisam dizer se têm ou não interesse em conhecer algum dos candidatos para avaliar melhor suas qualificações.” Fernando Costa completa: “A Reitoria dará todas as condições para as unidades reforçarem seus quadros de professores e pesquisadores, mas não interferirá na autonomia de nenhuma delas.”

O biólogo francês François Artiguenave em sua visita à Universidade, em março: despertando o interesse da FCM e do IB.  Foto: Antoninho PerriPerfil dos candidatos
Dentre os 153 pesquisadores que responderam aos anúncios da Unicamp, 49 — quase um terço — são da área de Ciências Exatas; 45, de Ciências Biomédicas; 16, de Ciências Tecnológicas; e apenas 5, de Humanidades. Os demais 38 encaixam-se em duas ou mais áreas ao mesmo tempo. Destes, 28 são de Ciências Exatas e Tecnológicas.

“Embora grande parte dos currículos seja de pessoas muito novas e de países sem tradição em pesquisa, pude encontrar bons candidatos”, afirma o diretor do IB, Paulo Mazzafera. “Além disso, foi interessante descobrir que os doutores titulados recentemente no Brasil não estão atrás dos jovens doutores formados nos principais centros mundiais de pesquisa.”

Concursos e processos seletivos
Paralelamente à publicação de anúncios e distribuição de currículos, o grupo de trabalho coordenado por Ronaldo Pilli vem estudando formas de tornar os concursos e processos seletivos para contratação de novos docentes mais conhecidos e concorridos. “Em algumas áreas, ainda há concursos com apenas um candidato”, observa o pró-reitor.

Uma das saídas encontradas para minimizar esse problema foi a construção de um site bilíngue só com informações sobre oportunidades de emprego para pesquisadores brasileiros e estrangeiros na Unicamp. Por meio do site, que deverá começar a funcionar ainda neste semestre, será possível enviar mensagens para todos os usuários cadastrados sempre que um concurso ou processo seletivo for aberto.

Outras medidas, relacionadas a alterações nos editais dos concursos e processos seletivos a fim de deixá-los mais atrativos para pesquisadores nacionais e estrangeiros, estão sendo analisadas em parceria com a Procuradoria Geral (PG) e a Secretaria Geral (SG) da Unicamp.

 

‘Fiquei impressionado com tudo o que vi’

Uma universidade comparável, em muitos aspectos, às que existem na América do Norte. Foi assim que o fisiologista Alan Hazell, professor do Departamento de Medicina da Universidade de Montreal (Canadá) há dez anos, descreveu a Unicamp depois de passar dois dias no campus de Campinas a convite da Reitoria, na terceira semana de março. A organização da visita coube à Faculdade de Ciências Médicas (FCM), que havia se interessado pelo currículo do pesquisador e desejava saber mais sobre seus trabalhos.

“Hazell faz investigações funcionais em neurociências importantes tanto para o Departamento de Neurologia como para o de Psiquiatria”, afirma a presidente da Câmara de Pesquisa da FCM e diretora da Divisão de Hematologia do Hemocentro, professora Sara Olalla Saad. “Ele tem muita experiência em bioquímica, biologia celular e modelos animais de doenças neurológicas.”

Esse conhecimento, completa a professora Sara, também vem ao encontro das necessidades dos projetos de pesquisa que o Departamento de Neurologia, o Hemocentro e o Instituto de Biologia (IB) conduzem juntos com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue. “Precisávamos de um modelo animal para estudo de doenças neurológicas e agora vamos utilizar o que Hazell padronizou em seu laboratório.”

Leia, abaixo, o relato do pesquisador
sobre suas experiências Unicamp:

“Gostei muito da visita à Unicamp e fiquei impressionado com tudo que vi. A Universidade e seus recursos são, em muitos aspectos, comparáveis aos que existem na América do Norte. Agora entendo por que a Unicamp é considerada uma das melhores universidades do Brasil — uma distinção realmente merecida.

Durante toda a visita, fui acompanhado de perto pelo professor Fernando Cendes e seus colegas, meus anfitriões.
Os encontros com o reitor Fernando Costa e o pró-reitor de Pesquisa, professor Ronaldo Pilli, foram cordiais, informativos e úteis para que eu compreendesse a estrutura e os interesses da Universidade.

Também tive um encontro muito produtivo com a professora Sara Saad, durante o qual pude conhecer as amplas instalações do Hemocentro, conversar com alunos orientados por ela e discutir interesses comuns de pesquisa. Essas discussões resultaram em entendimentos para que um aluno de doutorado passe dois meses em Montreal estudando um dos modelos experimentais desenvolvidos em meu laboratório.

Estive ainda com a professora Iscia Lopes-Cendes, que me mostrou as impressionantes instalações do Laboratório de Genética Médica, e com o professor Li Li Min e seus alunos, meus guias em um agradável ‘tour’ pelo Laboratório de Neuroimagem — com o qual vejo grande potencial para futuras colaborações em pesquisa.

Além disso, dei uma palestra para alunos e membros dos Departamentos de Neurologia e Psiquiatria, que recebeu bom público e gerou questões interessantes e bem-fundamentadas.”

 

 

Um especialista em bioinformática

Duas unidades de ensino e pesquisa — a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e o Instituto de Biologia (IB) — torcem pela vinda do biólogo François Artiguenave para a Unicamp. O motivo do interesse é o fato de o pesquisador francês ser um especialista em bioinformática. Embora esta ferramenta tenha inúmeras aplicações em pesquisa e seja essencial para a análise de grandes volumes de dados, como no caso de projetos de sequenciamento de genomas, o número de profissionais ainda é insuficiente no Brasil.

“Se vier para a Unicamp, Artiguenave poderá cooperar para a formação de recursos humanos e o avanço de pesquisas na área de ciências biomédicas”, opina a presidente da Câmara de Pesquisa da FCM e diretora da Divisão de Hematologia do Hemocentro, professora Sara Olella Saad. A FCM já manifestou oficialmente o desejo de receber Artiguenave como professor visitante por período de um a dois anos, em carta enviada à Reitoria no final de março.

O diretor do IB, professor Paulo Mazzafera, acredita que sua unidade também se beneficiaria com a chegada do pesquisador francês — mesmo se ele for para a FCM. “O currículo dele é muito bom e nós temos uma ótima relação com a FCM”, diz.

Doutor em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Paris Descartes (França), Artiguenave dirige desde 2006 o Laboratório de Bioinformática do Genoscope–Centre National de Séquençage (França), centro de sequenciamento de genomas criado em 1997 e incorporado dez anos mais tarde à agência francesa de energia atômica. Ele veio à Unicamp na segunda semana de março, a convite da Reitoria, justamente para conhecer a FCM e o IB.

Durante a visita, Artiguenave, que fala português fluentemente por ter passado três anos na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Belo Horizonte como cientista visitante, esteve com o reitor e o pró-reitor de Pesquisa, professor Ronaldo Aloise Pilli, conversou com docentes da FCM e do IB e deu palestra sobre as pesquisas que conduz no Genoscope. Também se reuniu com o grupo de professores coordenado pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) que estuda a implantação de um laboratório multiusuário nas áreas de genômica, proteômica e biologia celular na Unicamp.

A conversa com os docentes do IB foi “informal”, conta Mazzafera. “Docentes de seis laboratórios que trabalham com sequenciamento explicaram o que fazem e falaram da importância da bioinformática para a sobrevivência de suas pesquisas”. Segundo o diretor, Artiguenave “viu que existe certa competência em bioinformática no IB” e disse que o Instituto lida com vários assuntos nos quais ele poderia aplicar seus conhecimentos.

 

 

 
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