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Relações entre gerações
são
tema de livro e dissertação

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A psicóloga Ewellyne Suely de Lima Lopes: "As crianças percebem as diferenças" (Foto: Antoninho Perri/Divulgação)Há muito que a figura do idoso não corresponde mais ao estereótipo de tempos atrás por meio do qual o indivíduo era visto à margem da sociedade por não ter mais uma vida ativa. Este aspecto fica evidente no estudo de mestrado realizado pela psicóloga Ewellyne Suely de Lima Lopes. A pesquisa foi publicada no livro Encontros Intergeracionais e Representação Social – o que as crianças pensam sobre os velhos e velhice, lançado em março último pela Editora Setembro.

“As crianças percebem as diferenças e reconhecem que os velhos estão inseridos em práticas cotidianas como lazer, trabalho e outras”, destaca a psicóloga. O local escolhido para o estudo foi uma escola localizada na cidade de Jarinu, Estado de São Paulo. Lá, a professora Margareth Park, sua orientadora no mestrado em Gerontologia pela Unicamp, coordenou o projeto “Jarinu Tem Memória” que consistiu na ressignificação sócio-histórica e cultural do município, a partir da participação da comunidade local.

Ewellyne analisou as falas das crianças de cinco a seis anos, freqüentadoras das aulas de pré-primário, quando os velhos foram convidados pela escola para discorrer sobre a cidade e suas ocupações. Inicialmente, conta a psicóloga, a idéia era ouvir apenas as crianças, mas o projeto evoluiu para analisar também as falas dos idosos. “Foi enriquecedor por conhecer e ter contato com os dois lados”, acredita.

Pelos dados apresentados no livro, a representação social que as crianças fazem da velhice diz respeito aos cabelos brancos, rugas e dificuldades no andar. Mas, segundo a autora, elas percebem a participação dos idosos em várias atividades sociais da cidade como encontros nas praças e festas. “Para elas, os velhos estão espalhados pela cidade, desenvolvendo ações e integrados na comunidade”, relata Ewellyne.

Já os velhos se ressentem pelas diferenças nos valores culturais e religiosos por parte das crianças. Lamentam também as ações de destruição do patrimônio da cidade. Porém, acreditam em uma aproximação das gerações em prol da perpetuação da história da cidade. “Os velhos possuem um sentimento de passar o bastão, deixar o conhecimento e a experiências para os mais jovens”, analisa.

A publicação é direcionada a gerontólogos, pedagogos, professores e todos os envolvidos na promoção do relacionamento entre crianças e velhos. O livro, segundo a autora, convida ao debate acerca dessa relação e da possibilidade de criar espaços de encontros e quebrar preconceitos. O estudo de mestrado foi financiado pela Fapesp.

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