Guilherme Borelli, CEO da FoxES, é o Empreendedor do Ano 2022 da Unicamp

Edição de imagem

No encerramento do 17º Encontro Anual Unicamp Ventures, que aconteceu ontem (20) à noite, a diretora-executiva da Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas (Inova Unicamp), a professora Ana Frattini, anunciou que Guilherme Borelli, biólogo e CEO da FoxES, foi escolhido pela banca avaliadora como o Empreendedor do Ano 2022 da Universidade. O reconhecimento é uma das principais categorias do Prêmio Empreendedor da Unicamp, que está em sua sexta edição e é organizado pela Inova Unicamp e pelo grupo de empreendedores Unicamp Ventures.

“Esse foi mais um importante reconhecimento que nos permite lembrar e comemorar todo esforço que possibilitou que a nossa equipe de cientistas desenvolvesse formas de continuar atuando, mesmo diante de todos os desafios impostos pela pandemia, criando soluções que puderam atender a demanda brasileira e ajudar outros laboratórios a manterem suas atuações de diagnóstico preciso. Continuamos firmes no propósito da ampliação da biologia molecular no Brasil”, comemorou Guilherme.

Na ocasião, a professora comentou o desempenho e a visão estratégica do empreendedor em se preparar para a possível demanda de testes clínicos para atender a pandemia da covid-19 antes que ela chegasse ao Brasil. Isso permitiu que a empresa se abastecesse com o material necessário para suprir o mercado brasileiro e atendesse 300 mil pessoas com testes de RT-qPCR, uma variação do método PCR, para diagnosticar a doença. 

“Foi uma escolha bastante difícil, porque estávamos muito bem representados entre os quatro finalistas. Mas o Guilherme teve um diferencial crucial para o momento que estávamos vivendo: ele teve coragem! Coragem de pivotar o negócio dele, que se dedicava ao mercado de etanol e de genética e biologia molecular em animais, para atuar com exames humanos e atender o país durante o auge da pandemia. Ele percebeu oportunidades e mudou o rumo dos negócios da empresa para fazer todos esses exames de uma forma rápida e barata, além de suprir o mercado com insumos brasileiros”, justificou a diretora-executiva da Inova.

A empresa-filha também foi premiada como destaque na categoria de Maior Crescimento (Scale-up). Desde que a empresa foi fundada em 2018, a startup passou por saltos de faturamento, com crescimento de 185% em 2019, 3.650% em 2020, 126% em 2021. Ela deve fechar 2022 com crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Isso significa que, em 2022, a FoxES registrou um crescimento 257 vezes maior em relação ao faturamento de 2018. O maior salto em 2020 foi influenciado pela expertise da empresa junto a demanda de testes clínicos para detectar covid-19 e pela capacidade da startup em atender o mercado, conforme explica Borelli.

“No início da pandemia, vimos os chamados países desenvolvidos bloquearem exportações de insumos essenciais para exames da covid-19. Entendendo nosso papel social e a importância histórica do momento, a FoxES focou seus esforços em oferecer análises por RT-qPCR. Simultaneamente, a produção de insumos próprios, independente de importações, passou a ser uma obsessão da empresa”, lembra o empreendedor.

Um mês após o início da pandemia no Brasil, a FoxES conquistou licença sanitária da Anvisa e a creditação junto ao Instituto Adolfo Lutz para atender com insumos próprios pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e do sistema privado. A empresa-filha da Unicamp atendeu os estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás com exames sem limitação e a preço baixo em relação aos oferecidos no mercado.

“Nós vencemos licitações e doamos cerca de 20 mil exames, aproximadamente dois milhões de reais, para atender comunidades carentes e indígenas em projetos específicos. Além disso, a startup conseguiu diminuir o prazo de entrega máximo dos exames de 4 dias úteis para 12 horas corridas. Também ofereceu, pioneiramente, uma análise menos incômoda, por meio de testes por saliva, que é aceita inclusive em viagens internacionais”, explicou o biólogo.

A trajetória empreendedora da FoxES na Unicamp Fundada em 2018, a FoxES é uma spin-off acadêmica da Unicamp que tem como missão ser uma ponte entre os conhecimentos técnicos produzidos na Universidade e o mercado, em especial, ao que tange às técnicas de Biologia Molecular para análises de material genético de diversos organismos, que inicialmente não era humano, mas sim de cana-de-açúcar.

A história da empresa está intrinsecamente relacionada à trajetória de Guilherme Borelli, cofundador da startup, junto com Marcus Vinicius Gonçalves, matemático formado pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) da Unicamp. Além de biólogo, Guilherme é Mestre e aluno de Doutorado do programa de Genética e Biologia Molecular do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. “Durante o meu mestrado, fiz uma disciplina de empreendedorismo em Ciências da Vida do IB porque sempre me interessei por startups. E o pesquisador Welbe Bragança, do Laboratório de Genômica e Bioenergia (LGE) do IB, comentou comigo sobre uma patente da Unicamp em que eu já me envolvia junto ao professor Gonçalo Pereira. Tudo se encaixou, e eu tive a ideia de empreender com essa tecnologia”, lembra o biólogo.

Já com a intenção de trabalhar com a patente da Unicamp voltada ao mercado de usinas de etanol, o grupo decidiu participar do Desafio Unicamp de 2019, uma competição de modelagem de negócios a partir de tecnologias da Universidade, que é organizada pela Inova Unicamp. Eles escolheram para modelar a tecnologia do IB, que viriam a licenciar em 2021. “Quando participamos do Desafio Unicamp, já tínhamos criado a nossa empresa e queríamos usar a tecnologia desenvolvida no IB. O modelo de negócio que desenvolvemos a partir das capacitações do Desafio variou pouco do que atuamos hoje com essa tecnologia. Após o licenciamento, em 2021, temos alguns clientes fixos no campo de usinas de etanol”, comenta Guilherme.

Hoje, a startup compõe o grupo Gene Solux, outra empresa-filha da Unicamp, e colocou mais três empresas spin-offs da FoxES no mercado: A Micro Forge, que atua na indústria química e produz insumos laboratoriais; a FoxTrot, que é uma transportadora de materiais biológicos; e a AdMe, que é responsável pela parte administrativa das empresas do grupo, para que elas se dediquem apenas aos seus core business.

Com o crescimento da empresa, que tem matriz baseada na cidade de Paulínia, neste ano a FoxES abriu uma nova unidade em São José dos Pinhais, município próximo de Curitiba, no Paraná, com o objetivo de atingir novos mercados brasileiros. Somando a FoxES e suas spin-offs, a empresa emprega direta e indiretamente mais de 100 pessoas, sendo que mais de 80% têm instrução superior de graduação, mestrado ou doutorado. “Vale ressaltar que, por se tratar de um laboratório de análises clínicas, altamente regulamentado pela Anvisa, é obrigatório que os colaboradores técnicos tenham no mínimo formação técnica”, explica Borelli sobre o quadro de funcionários.

Matéria originalmente publicada no site da Agência de Inovação Inova Unicamp.

 

Leia mais

Confira como foi o Encontro Unicamp Ventures 2022; com fotos e vídeo

Imagem de capa
O reconhecimento é uma das principais categorias do Prêmio Empreendedor da Unicamp

twitter_icofacebook_ico

Comunidade Interna

O orçamento será de R$ 300 mil, distribuídos entre um único projeto com teto de até R$ 100 mil e, no mínimo, mais quatro projetos com o teto de até R$ 50 mil

Atualidades

Total de 64.705 candidatos é o maior das últimas três edições 

Evento será realizado nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro na Esalq e tem o objetivo de abrir um espaço aos servidores técnico-administrativos para que compartilhem projetos e experiências de sucesso 

Estudo analisou 1.012 atendimentos na emergência pediátrica do HC da Unicamp

Cultura & Sociedade

Tito Aureliano estudou a evolução do sistema respiratório de dinossauros por meio da histologia de tecidos fossilizados

Luiz Carlos da Silva terá mandato de dois anos em grupo composto por membros da Alesp, de universidades e de institutos de pesquisa