Olhe para cima!

Edição de imagem

No dia 30 de junho de 1908, um asteroide com aproximadamente 50m de diâmetro explodiu no céu de Tunguska, na Sibéria, causando ondas de choque que destruíram uma grande área florestal. Trata-se do maior evento dessa espécie registrado na história moderna. Não houve vítimas, pois a região era relativamente desabitada. E se algo assim ocorresse em uma cidade como São Paulo?

Para conscientizar a humanidade sobre os riscos do impacto de asteroides, as Nações Unidas instituíram o dia 30 de junho como o Dia Mundial do Asteroide (Asteroid Day), com atividades em diversas partes do mundo. Em Campinas, a Prefeitura Municipal, o Instituto de Geociências (IG) e o Museu Exploratório de Ciências da Unicamp estão organizando uma sequência inédita de eventos nos dias 29 e 30 de junho e 3 de julho. Abertos ao público e gratuitos, seu objetivo é difundir de modo criterioso conceitos científicos sobre esses objetos extraterrestres.

De acordo com Álvaro Crosta, professor de Geologia do IG e um dos organizadores dos eventos,  a explosão atmosférica na Sibéria liberou energia equivalente a mil vezes a da bomba nuclear que destruiu Hiroshima, no Japão. “Uma área maior que 2.000 km2 de floresta boreal foi destruída. Mais de 80 milhões de árvores foram derrubadas. Se isso acontecesse em uma cidade como São Paulo, as perdas humanas e os danos materiais seriam incalculáveis”. Segundo Paula Costa, da Coordenação do Museu Exploratório, o Dia do Asteroide pretende mostrar “a importância de investir recursos no desenvolvimento de tecnologias aptas a descobrir e estudar asteroides que representem uma ameaça à Terra”.

Programação ocorrida no Museu Exploratório de Ciências da Unicamp em 2018
Programação ocorrida no Museu Exploratório de Ciências da Unicamp em 2018

A NASA e a Universidade Johns Hopkins, com apoio da Agência Espacial Européia (ESA), estão testando uma tecnologia inédita de defesa planetária, que poderia desviar asteroides que ameacem a Terra. A missão DART (“Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo”) foi lançada em novembro de 2021, devendo ocorrer em setembro de 2022 sua colisão com um asteroide. “Impactos de grandes asteroides e cometas contra a Terra são o único tipo de desastre natural que pode ser previsto com antecedência e, desse modo, potencialmente evitado, se tivermos tecnologias apropriadas. Impactos assim ocorreram com frequência no passado geológico do Sistema Solar e voltarão a acontecer, embora não saibamos quando. Apesar de rara, o potencial destrutivo de uma colisão é tão grande que é absolutamente necessário estarmos preparados”, explica Crósta.

Foram comprovadas nove grandes crateras de impacto no Brasil. Elas estão localizadas nas regiões Sul, Centro-oeste e Nordeste, e seu diâmetro varia de 4,5 a 40 km. Todas são relativamente antigas, com idades entre 100 e 250 milhões de anos. “A cratera de Chicxulub, com cerca de 180 km de diâmetro, localizada na Península de Yucatán, no Golfo do México, corresponde a um dos episódios de extinção de vida no nosso planeta, que provocou mudanças climáticas que perduraram por séculos. O asteroide que produziu essa cratera tinha cerca de 10 km de diâmetro e colidiu com a Terra há 66 milhões de anos, tendo extinguido mais de 70% da vida então existente, inclusive os dinossauros”, explica Crósta.

O Museu Exploratório de Ciências comemorou a data em 2017 e 2018, em uma parceria com o Grupo de Pesquisas e Ensino de Ciências (GPEC). Neste ano, estão programados eventos na Unicamp, no Planetário do Museu Dinâmico de Ciências, na Lagoa do Taquaral e no Observatório Municipal “Jean Nicolini”, no Pico das Cabras. Além de palestras, haverá oficinas para crianças e jovens, sessões especiais do Planetário, oficina de astrofotografia para adultos, observação dos astros e atividades para educadores. O Fórum Permanente “Olhe Para Cima: Desafios da Comunicação Sobre Defesa Planetária” trará especialistas na área do Brasil e do exterior e está sendo oganizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. Na semana do evento, será inaugurada no Museu uma câmera para observação de meteoros, que ficará conectada à Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), já em funcionamento.

Crósta destaca a importância do evento mundial para combater a disseminação de notícias falsas sobre fenômenos naturais com poder de destruição, como o impacto de asteroides contra a Terra. “Trata-se de uma oportunidade para que o público conheça mais sobre esses temas e esteja preparado para ajudar no combate à desinformação”, diz ele.

Confira a programação do “Asteroid Day Campinas”. Faça sua inscrição para o Fórum Permanente "Olhe para cima: Desafios da Comunicação sobre defesa planetária"

Paula Costa explica que a parceria entre o ME e o IG na organização do Dia do Asteroide surgiu como uma continuidade de iniciativas anteriores. “O Museu tem um longo histórico de parcerias com o IG, incluindo as exposições Dinossauros e Areias do Mundo, que também geraram oficinas interativas hoje incorporadas a nosso catálogo de atividades, e que já contabilizam milhares de participantes”, conta Paula, que comemora a participação de Campinas em um evento internacional de divulgação científica.

O Observatório Municipal participa habitualmente de atividades que fazem parte do calendário astronômico e espacial patrocinadas pela NASA, como a noite internacional de observação da lua e a semana internacional do espaço. Já o Planetário de Campinas participa pela primeira vez do Asteroid Day. “Acrescentaremos três sessões no domingo, 3 de julho, para garantir maior disponibilidade de horários, e também a projeção de filmes no auditório”, afirma André Rolim, do Museu Dinâmico de Ciências de Campinas (MDCC). Ele lembra que o MDCC e o Planetário foram criados a partir de uma parceria entre a Prefeitura Municipal, a Unicamp e a Funcamp. “O planetário foi inaugurado em outubro de 1987. Desde então, a Unicamp esteve presente nas atividades, e, com o passar do tempo, nossa colaboração só tem se aprofundado”, finaliza.

Imagem de capa
“Asteroid Day” trará a Campinas eventos ligados à defesa planetária, astronomia e comunicação científica. Imagem da programação em 2018

twitter_icofacebook_ico

Comunidade Interna

Em reunião realizada entre a diretoria e alunos, foi anunciado o iniciou de estudos para verificar que tipo de ações poderão ser implementadas a fim de ampliar a sensação de segurança fora dos muros da escola

O evento, realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), aborda a aplicação da legislação nas universidades públicas do Estado de São Paulo

Atualidades

A honraria foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Campinas 

As instituições são avaliadas a partir de cinco critérios: qualidade do ensino, pesquisa científica, mercado de trabalho, inovação e internacionalização

O professor de Direito Internacional  da Unicamp Luís Renato Vedovato foi o convidado do videocast Analisa, uma produção da Secretaria Executiva de Comunicação

Cultura & Sociedade

Antonio Meirelles: "O jovem Apollo nunca andará por estas calçadas, e não sei se ele – como o nome indicava – iria gostar de esportes e ser um grande atleta ..."

O coral leva um repertório de música popular brasileira, com as canções da parceria Toquinho e Vinícius, e o samba paulista de Adoniran Barbosa