"Conseguimos realizar uma prova com todo um contexto de adversidades"

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Candidatos aos cursos de Ciências Biológicas/Saúde participaram nesta quinta-feira (7) do segundo e último dia da primeira fase do Vestibular 2021 da Unicamp. Dos 41.631 inscritos que eram previstos hoje, 5.433 não compareceram, totalizando um índice de abstenção de 12,45% neste segundo dia de provas, menor do que o percentual de ausentes do primeiro dia, calculado em 15,54%. Com isso, o índice geral de abstenção da primeira fase do vestibular é de 13,80%, o maior desde 2003, segundo informações da Comvest. Ainda assim, o valor surpreendeu positivamente a organização do exame, que esperava uma taxa maior. 

foto mostra candidata olhando a lista de inscritos fixada na parede. ela usa máscara
Abstenção da primeira fase do Vestibular 2021 foi de 13,80%. No ano passado, o índice foi de 8,27%

"Esse índice (13,80%) não é muito diferente da média geral, que é em torno de 9%. Nós tínhamos uma expectativa de que a abstenção chegasse a cerca de 20%, considerando tudo o que envolve o cenário de preparação de uma prova em um contexto como este. Estamos altamente satisfeitos com a participação dos estudantes e com este número que tivemos hoje", observa José Alves de Freitas Neto, diretor da Comvest. 

O segundo dia de provas também teve a única ocorrência médica registrada em toda a primeira fase. O caso foi observado na Escola Estadual Pandiá Calógeras, em Belo Horizonte (MG). De acordo com a Comvest, em respeito aos protocolos de saúde da capital mineira, todos os candidatos passavam pela aferição de temperatura na entrada da escola e um dos estudantes apresentou a temperatura de 37,4°C, dentro da faixa de suspeita da Covid-19. O candidato foi encaminhado a uma sala separada dos demais e recebeu atendimento por telemedicina. Por apresentar essa temperatura corporal e outros sintomas, como tosse, a organização do vestibular e o próprio candidato compreenderam que ele não teria condições de realizar o exame. Ele recebeu a orientação de procurar um serviço médico para realização de teste para detectar o coronavírus e não teve contato com os demais candidatos na escola. 

Pandemia e valorização da ciência caíram na prova

Assim como outros temas contemporâneos, a pandemia do coronavírus também foi um assunto cobrado na primeira fase do Vestibular 2021. "Tivemos questões tratando da pandemia, mas sempre com a perspectiva de que ela é parte desse contexto atual em que os alunos vivem e em que a Universidade se insere como parte dessa sociedade, assim como ocorre com outros temas", explica Márcia Rodrigues Mendonça, coordenadora acadêmica da Comvest. Ela destaca também a abordagem da valorização da ciência em uma questão em que os candidatos deveriam se imaginar como cientistas e avaliar dados que davam sustentação a uma pesquisa e outros que poderiam colocá-la em questão. Segundo Márcia, esta é uma preocupação da Universidade que se refletiu nas provas. 

fotos mostram candidatos sentados em uma escadaria aguardando o início da prova. eles usam máscara
No total, 66.936 alunos fizeram as provas da primeira fase do Vestibular 2021 da Unicamp

"Não só o conhecimento químico foi trabalhado, mas também o fazer científico, na figura do cientista que revisa seu trabalho e é capaz de corrigir percursos para um resultado mais confiável socialmente. Nós, como Universidade, gostaríamos de vir a público dizer isso e dissemos por meio de uma questão que mobilizava conhecimentos escolares da Química", detalha. 

Os resultados da primeira fase do vestibular serão divulgados em 29 de janeiro e as provas da segunda fase estão previstas para os dias 7 e 8 de fevereiro. José Alves Neto comenta que, após a aplicação da primeira fase, haverá reuniões para avaliação do que pode ser aperfeiçoado para a segunda fase e garante que todos os protocolos de segurança serão mantidos. Ele também explica que a Comvest também deve avaliar quais mudanças feitas para esta edição do exame podem trazer aprimoramentos para o futuro, mas garante que a experiência foi um grande aprendizado para a Universidade. 

"Buscamos reconhecer o valor da ciência, dizer que é possível fazer uma prova com conteúdos mais básicos, tendo uma dimensão de exigência necessária para entrar em uma universidade. Não é uma prova difícil, ou super difícil, que atesta a qualidade de um processo de seleção. Também para nós da Comvest esse vestibular é uma experiência de aprendizado", avalia José Alves Neto. 

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fotos mostram candidatos do vestibular durante a primeira fase com máscaras
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fotos mostram candidatos do vestibular durante a primeira fase com máscaras
fotos mostram candidatos do vestibular durante a primeira fase com máscaras
fotos mostram candidatos do vestibular durante a primeira fase com máscaras
fotos mostram candidatos do vestibular durante a primeira fase com máscaras
Imagem de capa
foto mostra candidata recebendo orientação de fiscal de provas. as duas usam máscaras

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