Diretoria Executiva de Direitos Humanos inaugura nova sede e Auditório Raízes

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Foram inaugurados nesta terça-feira (10), em uma cerimônia virtual dupla, dois novos espaços ligados à Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH) da Unicamp: a nova sede da Diretoria e o novo auditório Raízes, criado a partir de uma parceria entre a DeDH e a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Universidade. Além de acolher os profissionais que compõem a equipe da Diretoria, a nova sede será um ambiente aberto para receber a todos da comunidade universitária, contando com locais de trabalho e de leitura, de reuniões, uma mini-galeria com fotos do concurso fotográfico anual “Como eu vejo os direitos humanos” e uma pequena biblioteca com obras sobre Direitos Humanos. Já o novo auditório Raízes é um espaço multifuncional para a realização de reuniões dos Grupos de Trabalho da Unicamp, da Comissão Central de Graduação (CCG) e suas subcomissões, do Conselho Consultivo da DeDH, das comissões assessoras da Diretoria, subcomissões e também para receber eventos diversos. Ele também conta com parte da mini-galeria de fotos. 

A inauguração dos novos espaços contou com a participação do Reitor Marcelo Knobel, da Coordenadora Geral da Universidade, Teresa Atvars, da Pró-Reitora de Graduação, Eliana Amaral, da Diretora Executiva de Direitos Humanos, Néri de Barros Almeida, e das responsáveis pelas seis Comissões Assessoras que compõem a DeDH: Acessibilidade, Diversidade Étnico-Racial, Inclusão e Participação dos Povos Indígenas, Combate à Discriminação baseada em Gênero e/ou Sexualidade e à Violência Sexual, Observatório de Direitos Humanos e Cátedra Sérgio Vieira de Melo, dos refugiados. 

Em suas apresentações, os professores lembraram um pouco da história do espaço, localizado no segundo andar do Ciclo Básico 1, que era utilizado antes pela equipe da CCG. Eliana Amaral pontuou que o compartilhamento do local com a DeDH contribui para que a pauta dos Direitos Humanos seja cada vez mais incorporada ao ensino de graduação e ao trabalho de professores e pesquisadores da Universidade. "A combinação dessas coisas é o que leva à verdadeira inclusão, que além dos aspectos, sociais e dos direitos, tem o aspecto acadêmico. Entendemos então que esse novo espaço simboliza tudo isso", comentou a Pró-Reitora. 

A Coordenadora Geral, Teresa Atvars, também reconheceu a importância do trabalho realizado pela DeDH desde seu início. Segundo ela, é por meio de iniciativas como a que criou a Diretoria que a Unicamp mostra seu potencial de inovação. "Hoje, engolidos por uma pandemia sem precedentes, observamos reflexos terríveis sobre as populações mais carentes. Não apenas do ponto de vista da saúde, mas das condições sociais e da fragilização de seus direitos sociais. Por isso, esta diretoria se torna cada vez mais necessária", refletiu. 
 

foto mostra neri de barros almeida falando ao microfone
Néri de Barros Almeida destaca a importância de ensino, pesquisa e extensão estarem comprometidos com os Direitos Humanos

Para Néri de Barros Almeida, Diretora Executiva de Direitos Humanos, a inauguração da nova sede e do auditório Raízes simboliza o compromisso da Unicamp com as demandas pelos Direitos Humanos. “Ao longo dos próximos anos, o trabalho transversal ao ensino, à pesquisa, à gestão, à extensão e ao convívio que a DeDH tem a missão de desenvolver tem o potencial de trazer muitos resultados positivos para a universidade. Todos caminhando para mostrar que a melhor pesquisa e o melhor ensino são aqueles em que o respeito à dignidade da vida está presente como princípio inegociável", afirmou Néri. A perspectiva é compartilhada pelo Reitor Marcelo Knobel, que reconheceu o envolvimento crescente de docentes, estudantes e funcionários com essas pautas: “Olhando a quantidade de pessoas que está envolvida, tem participado, tem se dedicado a esta ação, tenho a convicção que este é um assunto consolidado na Universidade". 

Em entrevista ao Portal Unicamp, Néri de Barros Almeida faz um balanço do trabalho desenvolvido pela DeDH até o momento e traça perspectivas de novos projetos para o futuro.

Como a sede da DeDH foi pensada? O que a comunidade vai encontrar nesse espaço?

A sede da DeDH, foi pensada para funcionar como espaço administrativo e área de acolhimento. Desse modo, além de respeitar a princípios de acessibilidade, o projeto, idealizado pela Profa. Gabriela Celani da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, também tem áreas descontraídas para espera e recepção de visitantes, inclusive daqueles que quiseram passar para apenas um cafezinho, para consultar nossos livros ou para conhecer nossa mini-galeria. O acolhimento se estende, evidentemente, àqueles que procuram por nossa ajuda e por nossos serviços. Para isso contamos com uma pequena sala de reuniões. As responsabilidades das comissões assessoras se referem ao combate ao racismo e todas as formas de preconceito e violência contra minorias, o acolhimento e valorização da diversidade por meio da atenção a negros e indígenas, mulheres e LGBTs, pessoas com deficiência, estudantes em condição de refúgio e, claro, da educação em direitos humanos.  

foto mostra uma mesa de trabalho em primeiro plano, com luminárias, e uma estante com livros em segundo plano
Sede conta com mesas de trabalho, espaço de leitura e livros que abordam questões relacionadas aos Direitos Humanos

Qual o balanço que você faz do trabalho executado pela DEDH até agora?

Nosso objetivo é dar suporte à comunidade para o desenvolvimento de uma cultura de direitos que garanta cada vez maior autonomia para os diferentes órgãos lidarem com questões relativas ao preconceito e à discriminação e para uma efetiva inclusão da diversidade em todas as suas atividades. O fundamento do nosso trabalho é o desenvolvimento de uma cultura inclusiva na linguagem da cultura de paz, ou seja, tendo por princípio uma lógica antagônica ao conflito. A DeDH foi criada para ajudar a universidade a lidar com problemas que ela já conhecia. A diretoria passou a organizar essa pauta reunindo informações, produzindo material informativo, atendendo a demandas específicas das unidades e órgãos, elaborando ações educativas e discussões e propondo normas. Nesses dezoito meses de existência da DeDH algumas ações importantes foram realizadas: iniciamos em parceria com a Educorp a oferta permanente de um curso de capacitação em direitos humanos voltado para os funcionários com foco no atendimento, foi desenvolvido o protocolo do processo de averiguação da autodeclaração dos candidatos cotistas do nosso vestibular, garantindo segurança jurídica para a universidade, foi criada a política de combate à violência e à discriminação baseada em gênero e sexualidade. Juntamente com a reforma e adequação do espaço, trabalhamos na certificação do órgão e na constituição e capacitação de nossa equipe que envolve hoje duas na administração e uma assistente social que atua no Serviço de Atenção à Violência Sexual, o SAVS. Contamos também com uma equipe de bolsistas divididos entre o apoio a tarefas administrativas e atividades de comunicação e com um grupo valoroso de voluntários que nos apoia em frentes que vão da comunicação à TI. 
Nesse período mediamos, no bojo de acordos de cooperação novos e preexistentes, a constituição de Planos de Trabalho que firmam parcerias entre instituições públicas e centros e núcleos, com o IFCH, a Faculdade de Ciências Médicas e o Instituto de Economia e outros. Em parceria direta com o Ministério Público de São Paulo participamos da atualização da cartilha de combate à violência doméstica para as línguas inglesa, francesa e espanhola e realizamos sua tradução integral para o árabe e para o creole haitiano. Essa foi uma atividade realizada inteiramente por voluntários sob a supervisão de docente da área de línguas. Nos deixa muito felizes, podermos mediar situações em que o pesquisador que trabalha com Direitos Humanos é prestigiado e em que a comunidade externa é beneficiada. 

E quais as próximas ações da Diretoria que você destaca?

Nós estamos encaminhando para a sessão do Consu de novembro a minuta da Política de Direitos Humanos da Unicamp, com orientações mais claras do que se espera da comunidade, de quais são os compromissos que a comunidade deve ter para abraçar concretamente a pauta dos Direitos Humanos. Junto a essa política, será enviado também um código de conduta, que nós chamamos de Código de Direitos Humanos da Unicamp, que será apresentado à comunidade para discussão e eventual apreciação pelo Consu em março (de 2021). O código detalha as prescrições apresentadas na política oferecendo explicações mais detalhadas sobre os fundamentos históricos e jurídicos dessa política e oferecendo ilustrações para a mesma. Também estamos criando um prêmio de Direitos Humanos que deve  prestigiar projetos de pesquisadores que trabalham com o tema no Estado de São Paulo. Há outros projetos e parcerias em estudo, esses são apenas alguns exemplos. A nossa política é trabalhar com metas de curto, médio e longo prazo.  

Acredito que a pandemia trouxe demandas para vocês que não eram previstas. O que vocês precisaram incorporar ao trabalho da DeDH com ela?

Nós entendemos que a cultura de paz, deve ser apoiada por uma comunicação coerente, clara  franca e rápida. Assim que a pandemia começou, nós nos apresentamos para apoiar a comunicação a fim de darmos segurança aos sujeitos de nosso compromisso com o bem estar de todos. Desse modo, participamos de rodas de conversa na moradia estudantil e apoiamos a testagem do coronavírus, sobretudo na moradia estudantil. No começo houve muita ansiedade, , principalmente para quem mora longe da família, mas atuamos na comunicação permanente para a tranquilização das pessoas mostrando que a gestão estava empenhada em resolver as dificuldades (testagem, acesso ao restaurante, segurança no uso do ônibus universitário, distribuição de cestas básicas, utensílios e vestimentas). Esperamos desse tipo de ação, resultados a médio e longo prazo com o aumento do grau de confiança institucional e a prevenção de conflitos por meio da prevalência da cultura do diálogo. . 
Quando a Unicamp, tomou a decisão de continuar com suas atividades de forma remota, ela ao mesmo tempo assumiu a necessidade de atenção à desigualdade no acesso a equipamento de informática entre nossos estudantes. Imediatamente o reitor Marcelo Knobel propôs a criação de um voluntariado, que foi situado na DeDH. Hoje esse voluntariado tem várias frentes e foi fundamental para mobilização da comunidade para conseguirmos equipamentos que foram emprestados aos estudantes da Unicamp que precisavam desse gesto de inclusão digital. Foi um passo muito importante, recebeu bastante atenção da mídia e acabou sendo um modelo de atuação para outras instituições do país nesse contexto. A coordenadora dos primeiros passos do Voluntariado da Unicamp foi a profa. Josianne Cerasoli. A atividade contou com as valiosas parcerias da PRG, DGA, DAC e SAE. Hoje o Voluntariado está sob e coordenação da professora Sônia Cal Seixas e desenvolve outros projetos. 

Quais expectativas você tem para o trabalho da DeDH junto à comunidade da Unicamp?

É importante que a comunidade pense que a mudança cultural que a DeDH tem por missão realizar é um processo profundo construído por muitos sujeitos e por meio de diferentes modalidades de ação. Desse modo ele é lento. Isso não significa que pretendemos ser lentos também no combate e apuração de formas de violência. Trata-se de duas coisas diferentes. Pretendemos avançar rapidamente no combate a ações explícitas, mas é no que se refere às mudanças mais profundas que acreditamos temos um longo caminho a realizar. Quanto mais a comunidade se mobilizar em torno dessa pauta, menos longo ele será. Nós também temos a missão de fazer com que a comunidade pense suas responsabilidades com os Direitos Humanos nas suas atividades fim. Isso significa que o ensino, a pesquisa, a extensão, a gestão e o convívio sejam pensados à luz do respeito aos Direitos Humanos. Desse modo, a política de direitos humanos pode ter impacto na produtividade na medida em que for bem sucedida em promover ambientes de trabalho mais harmônicos, mais confiantes no interesse e capacidade da instituição para a resolução de conflitos. Precisamos resgatar nosso sentimento de pertencimento e de co-responsabilidade pela universidade. Para isso, é fundamental melhorar a percepção de nossas conquistas comuns. Vivemos tempos difíceis, e, nesse contexto, comemorar o que fizemos no passado e o que temos feito hoje, nos fortalece como pessoas e como instituição. A crise sanitária irá passar, mas continuaremos em situação de crise e nesse contexto precisamos pensar o papel da Universidade como um lugar de compreensão de seu papel na garantia dos Direitos Humanos na sociedade. Isso não passa apenas pelo trabalho das Humanidades. Passa pelo compromisso, ou por uma identificação desse compromisso, entre os cientistas das áreas de Exatas, Biológicas, Engenharias, Tecnologias, com os Direitos Humanos. E a Unicamp tem muita gente nessas áreas trabalhando com os olhos voltados para os  os direitos humanos. 
 

foto mostra espaço da sede da diretoria de direitos humanos
foto mostra espaço da sede da diretoria de direitos humanos
foto mostra espaço da sede da diretoria de direitos humanos
foto mostra espaço da sede da diretoria de direitos humanos
foto mostra espaço da sede da diretoria de direitos humanos
foto mostra espaço da sede da diretoria de direitos humanos
foto mostra espaço da sede da diretoria de direitos humanos
Imagem de capa
foto mostra espaço com uma estante de livros, duas poltronas e uma moça sentada em uma das poltronas

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