Nanopartículas feitas de óleos de cozinha são aposta no combate ao colesterol

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Os problemas de coração são os que mais matam no país. Dois óbitos são registrados a cada três minutos. E até o fim do ano, a Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que 400 mil pessoas sejam vítimas de problemas cardíacos no país. 18,4 milhões de brasileiros estão com altos níveis de colesterol no sangue, o que é considerado um fator de risco.

Preocupada com esses números, a startup Cognita Technology – formada por alunos e ex-alunos da Unicamp – trabalha com nanotecnologia para aumentar a oferta de alimentos funcionais que ajudam no controle do colesterol. Pensando nisso, foi desenvolvida uma nova tecnologia, já patenteada, que usa nanoestruturas lipídicas, feita de óleos convencionais, para carrear compostos bioativos em alimentos, mantendo sua estabilidade sem promover alterações indesejadas nos produtos onde são adicionados.

Esses compostos são fitoesteróis, esteróis vegetais, naturalmente presentes em alguns grãos e óleos, como por exemplo, na soja. Eles atuam como redutores do colesterol sanguíneo, pois competem com o esterol de origem animal, o colesterol, no momento da absorção. Estão presentes também, em outros alimentos de origem vegetal, mas em pequenas proporções. Desta forma, a quantidade de fitoesteróis consumida pelas pessoas ainda fica muito abaixo do recomendado para a redução dos níveis de colesterol sanguíneo.

As nanopartículas com fitoesteróis foram desenvolvidas durante a pesquisa de doutorado da química de alimentos, Valeria da Silva Santos, orientada em parceria pelas professoras Maria Helena Andrade Santana, da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e Ana Paula Badan Ribeiro, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), da Unicamp. O pedido de patente foi feito junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) pela Agência de Inovação Inova Unicamp que também foi responsável pela licença junto a empresa recém fundada.

Ana Paula explica que existem dois tipos de fitoesteróis na natureza. O esterificado é ligado a uma molécula de ácido graxo e, por isso, é solúvel em óleo, já sendo usado pela indústria alimentícia em apenas uma margarina disponível comercialmente no Brasil. Já o fitoesterol livre é cerca de dez vezes mais eficaz para redução do colesterol, porém insolúvel. Quando adicionado a alimentos, os fitoesteróis livres se cristalizam, precipitam e, em geral, não são incorporados de forma eficaz.

As nanopartículas foram desenvolvidas, justamente, para revestir os fitoesteróis livres e evitar essa cristalização indesejada, o que pode ocasionar a separação de fases nos produtos onde eles são adicionados. Elas são feitas a partir de óleos convencionais como o de soja, canola, girassol e outras gorduras vegetais comestíveis, que também são fontes naturais de fitoesteróis. Segundo Ana Paula, essa é a primeira patente no mundo a usar tal tecnologia. “A tecnologia não requer nenhuma síntese química, não temos nenhum processo que envolva o uso de solvente. É um processo que está totalmente dentro do contexto da indústria de óleos e gorduras.”, avalia a docente da FEA.

Leia matéria na íntegra publicada no site da Agência de Inovação (Inova) da Unicamp.

 

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Pesquisadora manipulando amostras em laboratório

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