Medalhistas em olimpíadas científicas fazem balanço do primeiro ano

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Gabriely Camilo, Cursão – medalha de prata na OBMEP
Gabriely Camilo, Cursão – medalha de prata na OBMEP

“Acredito que a universidade pública é muito importante e, sobretudo, a Unicamp tem sido muito importante para mim, pois tem contribuído para que eu seja a cientista que quero ser, mas não só. Ela vem construindo a pessoa que sou. As experiências que tenho aqui me fazem um ser humano mais ciente de si e do mundo”. A declaração emocionada vem após um ano intenso de dedicação, estudos e aprendizado. Para a jovem Gabriely Camilo, de 18 anos, de Jacutinga, sul de Minas Gerais, chegar à Unicamp no começo de 2019 foi a realização de um sonho. A estudante ocupou uma das 90 vagas destinadas pela primeira vez, na Unicamp, a medalhistas em competições de conhecimento do ensino médio, as olimpíadas científicas.

Pela modalidade Vagas Olímpicas, os candidatos ingressam nos cursos de graduação, sem precisar fazer o vestibular, já que conseguiram um desempenho excelente nessas competições científicas. O que não significa que para esses jovens, a vida acadêmica seja mais fácil. Gabriely conta que a adaptação nesse primeiro ano foi difícil. “O primeiro semestre foi um choque muito grande, pois eu não estava acostumada a estudar fora da sala de aula. Eu gostei muito do Cursão e de como ele funciona, apesar de ser bem mais pesado e mais difícil do que os outros cursos no começo, ele é perfeito para você descobrir o que quer de fato e se está fazendo o que gosta”, comentou Gabriely, referindo-se ao Curso 51, o chamado Cursão, em que os estudantes podem optar – após o núcleo comum – entre Física, Matemática, Matemática Aplicada e Engenharia Física.

Anne Feng Cai, Engenharia de Computação – medalha de ouro na OBQ
Anne Feng Cai, Engenharia de Computação – medalha de ouro na OBQ

Nesse cenário de adpatações, o apoio da Universidade, por meio de diversos programas, e dos estudantes veteranos, foram fatores determinantes para a também ingressante das Vagas Olímpicas em 2019, Anne Feng Cai, do curso de Engenharia de Computação. “O apoio do pessoal mais velho e das próprias plataformas da Unicamp ou de alunos dela (GDE por exemplo), me ajudou muito. Dois cursos de extensão que fiz na Faculdade de Educação Física também contribuíram: natação e roda alemã. Além disso, faço parte de uma empresa júnior da Computação (a Conpec), que é muito mais que uma empresa, é uma grande família e desenvolve soluções em TI para seus clientes. Lá aprendi muita coisa, que não veria na graduação, como saber lidar com questões emocionais”, disse Anne.

Natainá Barbosa, Estatística - medalha de ouro na OBMEP
Natainá Barbosa, Estatística - medalha de ouro na OBMEP

Oportunidades

As oportunidades que o ambiente universitário proporciona costumam ser um ponto destacado pelos estudantes ingressantes, que descobrem um mundo de possibilidades na vida acadêmica, para além da sala de aula. Natainá Barbosa, que entrou no curso de Estatística, pelas Vagas Olímpicas 2019, cita um programa de iniciação científica e, também, o trabalho na empresa junior do curso. “Sou bolsista SAE e participei de um projeto do Programa de Iniciação Científica Júnior da OBMEP, no qual era instrutora de alunos medalhistas de 12-13 anos, com aulas aos sábados. Foi uma oportunidade incrível que a Unicamp me ofereceu. Também participo de projetos dentro da Estat Júnior, que me proporciona uma experiência diferente e prática do curso que escolhi”, contou Natainá.

As estudantes reforçam a importância da mudança promovida pela Unicamp, com a diversificação das formas de ingresso nos cursos de graduação, a partir de 2019 e que incluem cotas étnico-raciais, vestibular indígena, vagas pelo Enem, a própria modalidade de Vagas Olímpicas, além de bonificação para alunos da rede pública e do Profis (Programa de Formação Interdisciplinar Superior). “A Unicamp é uma das melhores universidades do Brasil e da América Latina e foi a única que prestei vestibular, pois tentei entrar de todos os jeitos que eu podia: pelo Profis, pelo Enem, pelas medalhas e pelo Vestibular. Tive um professor de química no ensino médio que era doutor pela Unicamp e sempre falava que no seu primeiro dia de aula o professor dele tinha dito que naquele momento todos que estavam naquela sala tinham ganhado uma tatuagem carimbada na testa: ‘Unicamp’. Eu sempre pensei que essa era uma tatuagem que eu gostaria de ter!”, disse Gabriely.

Ensino superior público

“Eu acredito na importância da universidade pública, pois é nesse universo diverso onde as grandes ideias surgem, então é necessário que perspectivas diversas estejam presentes na universidade”, afirma Anne Cai, ressaltando a importância do ensino superior público de qualidade. A opinião é compartilhada pela caloura Gabriely, para quem a importância da universidade pública para a produção científica de um país não deveria ser questionada. “Aqui na região de Campinas, por exemplo, a Unicamp é muito importante ao realizar operações e exames gratuitos na população. Meu pai mesmo já foi beneficiado, porque passou por uma cirurgia nos olhos, que não poderíamos pagar, e que foi feita gratuitamente pela Unicamp”, disse.

É justamente nesse sentido que Gabriely afirma que mostrar essa imagem da Universidade para a sociedade é o maior desafio atualmente. “A sociedade tem se tornado tão incrédula em relação aos fatos científicos, ao ponto de ser necessário explicar novamente o fato de a Terra não ser plana, ou a importância das vacinas, o que tem dificultado a produção científica. E é por isso que é tão importante hoje em dia falar sobre divulgação científica e como fazê-la, para que a ciência chegue na população também”, defende.

Animada, após um primeiro ano letivo que avalia como muito produtivo, Natainá, que veio da cidade de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, sempre estudou em escola pública e teve um dos melhores desempenhos no curso de Estatística neste ano, defende a universidade pública. “Eu acredito que as universidades públicas são o que há de melhor no nosso país e também que são a solução para desenvolver e melhorar vários problemas que persistem no Brasil. São elas que capacitam a população para que haja conhecimento e habilidade para a execução de várias atividades necessárias e também são elas que possibilitam que qualquer pessoa, independentemente da faixa salarial, da cor ou da raça, possa ter direito a uma educação justa e de qualidade”. 

As inscrições para a modalidade Vagas Olímpicas 2020 estão abertas até o dia 10 de janeiro de 2020 e são gratuitas. São oferecidas 114 vagas: http://www.comvest.unicamp.br/vagas-olimpicas-2020/

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Vagas Olímpicas Unicamp

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