Compositores ligados à Unicamp marcarão presença na Bienal de Música Brasileira Contemporânea

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Desde 1975, a Bienal de Música Brasileira Contemporânea é realizada no Rio de Janeiro, visibilizando o cenário da produção artística do país. Neste ano, em sua 23ª edição, foram selecionadas 52 obras para o evento, que ocorre de 10 a 14 de novembro na capital fluminense e na cidade de Niterói. Alunos, ex-alunos e professores da Unicamp fazem parte da programação. 

“A Bienal é a principal mostra da música erudita contemporânea no Brasil e revela muitos compositores. Desde a década de 1970, nesses mais de 40 anos, traz um panorama do que é feito no Brasil. Para um compositor de música erudita, ser selecionado para a Bienal é uma grande conquista”, explica Tadeu Taffarello, professor de Música na Unicamp e um dos selecionados para compor a programação neste ano. 

Tadeu Taffarello, professor de música na Unicamp
Para Tadeu Taffarello, Bienal é o principal evento de música contemporânea brasileira erudita

Tadeu irá apresentar a obra "Volare", originalmente composta com 11 poemas de Sônia Cintra, poeta jundiaiense, e dois interlúdios. Na Bienal, como as apresentações devem ter duração de até 12 minutos, será realizada uma versão reduzida, com seis poemas. Já na abertura, a primeira poesia, que dá título à obra, apresenta o tom da composição: quando um poeta/ abre as asas/ o mundo/ se cala/ e voa com ele. A composição será interpretada pela Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (OSUFRJ) e por Andréa Adour. 

Além de Tadeu, o doutorando em Música no Instituto de Artes da Unicamp, Carlos dos Santos, também foi selecionado. A obra de Carlos chama-se "Dois momentos" e foi composta para clarinete, violino e piano. O estudante destaca o grande esforço para que a Bienal fosse realizada neste ano, o que não foi fácil em um contexto de desmonte à Funarte. “Este ano quase não ocorreu, somente foi possível graças ao empenho de algumas pessoas que reconheceram a importância do evento que funciona como uma panorama da produção musical da música de concerto no Brasil”, observa. 

Carlos já participou de outras duas edições e reforça a importância da Bienal para a comunidade artística. “A participação na Bienal para um jovem compositor é importante para realizar contatos e divulgar a sua poética perante a uma comunidade específica. Para mim, ser selecionado é uma forma de reconhecimento desta comunidade específica do meu trabalho como compositor”.

Carlos Santos, doutorando em Música na Unicamp
Carlos Santos, doutorando em Música na Unicamp, se apresentará pela terceira vez em uma Bienal 

Outros contemplados e que tiveram parte da formação na Unicamp são: Cesar Traldi , Ivan Eiji Simurra, J. Orlando Alves, Rodrigo Lima e Tatiana Catanzaro.

Participação constante na Bienal
A participação de artistas ligados à Unicamp, ou que tiveram parte de sua formação na Unicamp, sempre foi constante nas edições da Bienal. Para o professor Tadeu, essa presença acontece pelo fato da Universidade ser pioneira na área do conhecimento da música erudita contemporânea. 

Na 23ª Bienal, a presença da Unicamp aconteceu também na comissão de seleção, sempre composta por nomes consagrados, e nas homenagens a artistas que se tornaram referência na música contemporânea brasileira. O professor José Augusto Mannis, do Instituto de Artes, participou da equipe responsável por avaliar e selecionar as 255 obras inscritas no edital. 

Já o compositor e professor aposentado da Unicamp, Raul do Valle, é um dos cinco nomes homenageados da edição. Raul possui várias obras sinfônicas, de câmara e eletroacústicas, e foi responsável pela criação, em 1983, do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora da Unicamp. É membro fundador da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea e da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica e integra a Academia Brasileira de Música desde 1994.

23ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea

A Bienal
A Bienal de Música Brasileira Contemporânea é organizada pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), sendo o programa mais duradouro do órgão. Em 22 edições, 1.800 obras foram apresentadas, metade delas estreias. A origem remonta aos Festivais da Guanabara, de 1969 e 1970, sendo o maestro Edino Krieger, a pianista e empresária Myrian Dauelsber e o musicólogo Flávio Silva figuras que encabeçaram a criação do evento que, neste ano, está sendo realizado em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e acontece em Niterói e no Rio de Janeiro. 

Pelo falecimento de Flávio Silva, no dia 8 de outubro deste ano, a 23ª Bienal fará uma homenagem póstuma. A programação completa pode ser acessada aqui.

Imagem de capa
Orquestra Sinfônica da UFRJ, em apresentação

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