Pelo convívio de ideias

Um dos pilares do regime democrático é o respeito à legislação como forma de organizar a sociedade e preservar as liberdades civis, que garantem a todos os cidadãos o direito de assumir e externar livremente suas convicções, sem sofrer perseguição de qualquer governo, instituição ou grupo étnico ou social. As universidades públicas, que tiveram papel de destaque no processo de redemocratização do Brasil, sempre valorizaram o poder do diálogo, reconhecendo que a divergência de ideias é a matéria-prima mais importante no meio acadêmico. A Unicamp, por sua vez, sempre procurou seguir à risca esse modelo norteador, não apenas por um dever constitucional, mas também pela natureza educativa de suas atividades.

Por esse princípio, todos os integrantes da comunidade acadêmica podem e devem expressar suas opiniões sobre temas relevantes para a sociedade, sem, contudo, perder de vista a necessidade da convivência pacífica em respeito às liberdades individuais e ao estado democrático de direito. Se é certo que a liberdade de pensamento e de expressão constituem conceitos fundamentais na construção de uma sociedade mais justa e plural, não é menos verdade que, nas democracias mais desenvolvidas, o exercício destas liberdades se apoia no respeito ao contraditório mediante o clima de civilidade.

Como é de conhecimento público, a sociedade brasileira passa por um grave momento de polarização política no contexto das eleições presidenciais. Obviamente, a polarização política, em si, não constitui um fenômeno incomum. Entretanto, chama atenção o clima de acirramento que, em muitos casos, extrapola o campo das ideias para entrar no terreno das hostilidades, que em nada contribuem para a consolidação de um regime democrático arduamente conquistado. Preservar essa conquista, situando o debate no campo das ideias, é um sinal de maturidade intelectual e inteligência política.

Importante destacar que a convivência respeitosa e democrática constitui condição indispensável para que as universidades cumpram sua missão, voltada para a geração de conhecimento e formação de cidadãos nas mais diversas áreas. Afrontar o ambiente acadêmico com atitudes antidemocráticas e hostis compromete não apenas a missão primordial da instituição, mas sobretudo a sua relação com a sociedade, que, em última instância, é a principal fiadora de suas atividades.

Diante desse quadro, a Reitoria vem a público apelar para o espírito democrático e o senso de responsabilidade de todos os integrantes da comunidade acadêmica. A Unicamp, que acaba de completar 52 anos de atividades, orgulha-se de pertencer ao grupo de instituições cuja atuação vem resultando em indiscutível contribuição à sociedade nas mais diversas áreas. Além da inegável qualidade de seus docentes, estudantes e funcionários, os resultados alcançados só foram possíveis em razão do espírito democrático e respeito ao estado de direito, que desde o início nortearam sua trajetória. Preservar esse espírito democrático significa, também, preservar a sua história e a sua missão.

Reitoria da Unicamp

Campinas, 17 de outubro de 2018.

Imagem de capa
Imagem área do campus

twitter_icofacebook_ico

Atualidades

A honraria foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Campinas 

As instituições são avaliadas a partir de cinco critérios: qualidade do ensino, pesquisa científica, mercado de trabalho, inovação e internacionalização

O professor de Direito Internacional  da Unicamp Luís Renato Vedovato foi o convidado do videocast Analisa, uma produção da Secretaria Executiva de Comunicação

Cultura & Sociedade

O coral leva um repertório de música popular brasileira, com as canções da parceria Toquinho e Vinícius, e o samba paulista de Adoniran Barbosa

Para o pró-reitor, Fernando Coelho, a extensão deve ser entendida como “o braço político do ensino e da pesquisa”