Enfrentar o tabu do suicídio foi o desafio do Fórum Permanente

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auditorio CDC lotado

Suicídio foi o tema do fórum que levou mais de 900 pessoas ao Centro de Convenções da Unicamp na quarta-feira (8). Além dos inscritos que lotaram os auditórios do espaço, mais de 700 pessoas ficaram na lista de espera. Muitas delas, acompanharam o evento, ao vivo, pela internet. Alguns números podem ajudar a explicar o amplo interesse pelo fórum. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos, sendo o suicídio a segunda maior causa de morte entre os jovens entre 15 e 19 anos. Além de altos, os números são crescentes e ainda mais assustadores quando são levadas em conta as tentativas não exitosas.

fila

Promovido pelo Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó” (Nepo) da Unicamp, em parceria com o Centro Brasileiro de Análises e Planejamento (Cebrap), o debate "Suicídio - Des/compassos da vida: números, atos e demandas", fez parte da programação dos Fóruns Permanentes, da Diretoria de Cultura (DCult) da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec).

mesa de abertura

“Vamos falar aqui sobre a vida. Esse é o nosso tema: a vida com seus desafios, sofrimentos, dores, mas também com solidariedade, responsabilidade e afetos. Nosso objetivo nesse fórum é um diálogo interdisciplinar e que possa dar uma perspectiva humanista para tratarmos da questão do suicídio e da prevenção do suicídio. Buscamos a reabertura do diálogo, a ruptura de barreiras e a quebra do silêncio e do preconceito”, afirmou Sandra Garcia, pesquisadora do Cebrap, antropóloga e doutora em Demografia. Compuseram também a mesa, o reitor Marcelo Knobel; a coordenadora da Cocen (Coordenadoria de Centro e Núcleos), Ana Carolina Maciel; o coordenador do Nepo, Alberto Augusto Jakob; a pesquisadora do Nepo, Margareth Arilha; e a diretora da DCult, Carmen Lúcia Rodrigues Arruda .

Margareth Arilha lembrou que o desenvolvimento do tema do suicídio pelo Nepo foi uma demanda da demógrafa Elza Berquó, uma das fundadoras do núcleo. “Há um ano ela nos alertava: precisamos entender o que está acontecendo com essa civilização, com a nossa humanidade. Por que o suicídio toma essa proporção no mundo contemporâneo?”, relembra.

mesa
Margareth Arilha, Alberto Augusto Jakob, Marcelo Knobel, Ana Carolina Maciel, Carmen Lúcia Rodrigues Arruda e Sandra Maria Garcia

O reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, leu um trecho do livro “Adolescência Normal”, escrito em 1971, por seu pai, o psicanalista Maurício Knobel, que ocupou papel importante na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp:

“Adolescência isolada não existe. Como não existe ser alguém desligado do mundo, nem mesmo para adoecer. A patologia é sempre expressão do conflito do indivíduo com a realidade. (...) Assim vemos o adolescente de um e de outro sexo em conflito, em luta, em posição marginal frente ao mundo que o limita e reprime”

O reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, com o livro "Adolescência normal", do pai, o psicanalista Maurício Knobel
O reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, com o livro "Adolescência normal", do pai, o psicanalista Maurício Knobel



Próximo Fórum
Os Fóruns Permanentes da Unicamp, criados com o objetivo de promover a aproximação entre pensamento acadêmico e sociedade, completam 15 anos de realização em 2018. Na próxima terça-feira (14), o Fórum abordará o tema do autismo, com organização dos professores Kelly Cristina Brandão da Silva, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e Daniel Omar Perez, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), sob o título: “Vivemos uma epidemia de autismo? Pesquisas, experiências e desafios”. As inscrições podem ser realizadas pelo link.

Imagem de capa
Público acompanha evento no Centro de Convenções

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