Terceira audiência pública discute política de cotas étnico-raciais

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Imagem do auditório da FCM com palestrantes

A terceira e última audiência pública realizada pela Unicamp para discutir a política de cotas étnico-raciais teve como tema "Cotas e ações afirmativas: o PAAIS, seus alcances e limites". A audiência foi realizada na terça-feira (12) no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Houve a participação de palestrantes, docentes, alunos, membros da Reitoria da Unicamp e do Grupo de Trabalho (GT) que organizou os debates e discute o tema na Universidade. Na plenária participaram movimentos sociais. [Assista vídeo produzido pela RTV Unicamp]

Foram convidados da mesa de debates para falar sobre o tema, o coordenador executivo da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) Edmundo Capelas, o docente do Instituto de Geociências (IG) Renato Pedrosa, ex-coordenador da Comvest, o docente e pesquisador João Feres, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e a professora Amélia Artes, da Fundação Carlos Chagas.

Capelas e Pedrosa recuperaram o histórico da implantação das políticas de ações afirmativas na Unicamp com um balanço dos 12 anos do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais) desde sua criação, até a última reformulação em 2016. Foi apontada a relevância do programa para a ampliação da inclusão social e étnico-racial na Unicamp e discutidas as diferenças entre a política de reserva de vagas e a política de bonificação.

“A ação afirmativa faz sentido na universidade pública, mas a gente não deve se iludir de que elas irão resolver o problema da desigualdade social e racial no Brasil. É um pingo no oceano de uma situação educacional catastrófica. A luta que temos que fazer é por uma melhora significativa da educação básica”, afirmou Renato Pedrosa, o primeiro a falar na audiência pública.

Edmundo Capelas fez projeções comparando o sistema adotado pela Unicamp à política de cotas e afirmou que há uma diferença qualitativa, principalmente. “Na hipótese da implantação das cotas, haverá o ingresso de alunos em cursos com baixa demanda, já com o Paais, o ingresso de alunos se dá em cursos de grande demanda. O Paais garante uma inclusão mais qualificada do que as cotas”, afirmou.

João Feres foi o terceiro a falar. O pesquisador da UERJ apresentou resultados de um estudo realizado sobre o Paais Unicamp, intitulado “Ação Afirmativa na Unicamp: bônus ou cotas? ”. Para Feres, a maior inclusão seria garantida por um modelo que somasse a política de cotas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). “Com o Sisu você garante que os alunos competentes, de fato concorram pelas vagas das universidades, com a vantagem de ser aberto para o Brasil inteiro”.

A última convidada da mesa, Amélia Artes, apresentou a experiência da Fundação Carlos Chagas em parceria com a empresa Ford para financiamento de programas de ação afirmativa na pós-graduação. “O que a Fundação fez, durante 15 anos, foi auxiliar jovens oriundos das camadas populares, pretos, pardos e indígenas a acessar a pós-graduação pelo Brasil. Quero falar da importância de disponibilizar programas diferenciados para garantir um acesso mais equitativo para o ensino superior no País”, salientou.

Movimentos sociais presentes no debate

Audiências

A primeira audiência do ciclo que discute a política de cotas étnico-raciais foi realizada na Unicamp em outubro com o tema: “Cotas e ações afirmativas: perspectiva histórica e o papel da Universidade Pública no Brasil". A segunda audiência, realizada em novembro, foi sobre “Cotas e ações afirmativas: experiências nacionais e internacionais”. Sob a condução do reitor José Tadeu Jorge, as audiências tiveram o objetivo de subsidiar a discussão a ser encaminhada ao Conselho Universitário (Consu) sobre a política de cotas étnico-raciais, como procedimento de ingresso nos cursos de graduação da Universidade.

O relatório com todos os depoimentos, apresentações e manifestações será elaborado pelo GT que organizou as audiências, coordenado pela pró-reitora de Pós-Graduação da Unicamp, Rachel Meneguello. Ela afirmou que o relatório deve ser encaminhado ao Consu em fevereiro do próximo ano.

O GT foi composto ainda por outros docentes, alunos e funcionários, nomeados pela Portaria GR-50 (6/9/2016) e também teve a colaboração do professor Julio Cesar Hadler Neto, coordenador do Fórum Pensamento Estratégico (Penses), presente à mesa da terceira audiência. O grupo foi formado a partir da mobilização na Universidade para o tratamento deste tema. Os procedimentos da audiência Pública estão registrados em edital.

O reitor Tadeu Jorge observou que os debates foram fundamentais “em especial para o Conselho Universitário, a quem cabe determinar as diretrizes de como deve ser o vestibular da Unicamp”.

Edumundo Capelas em foto durante a entrevista
A pesquisadora Amélia Artes dá entrevista
Reitor fala ao microfone durante a audiência
Foto de Rachel Meneguello, coordenadora do GT
Professor Pedrosa fala na tribuna
João Feres fala na tribuna
Imagem de capa
Foto da plateia do auditório da Faculdade de Ciências Médicas que mostra participação de movimentos sociais

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