Projeto reduz custos com água
no Laboratório de Genômica

18/11/2015 - 15:38

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Welbe, idealizador do projeto

Welbe, idealizador do projeto

Imagens do Laboratório de Genômica

Imagens do Laboratório de Genômica

Welbe (à esq.) e Igor mostram caixa d'água

Welbe (à esq.) e Igor mostram caixa d'água

Em 2013, quando ele começou a ouvir a falar na mídia sobre o drama da crise hídrica no país, buscou mudar o seu quadro imediato e, sem perceber, acabou fazendo uma 'revolução' no Laboratório de Genômica do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. Passou a medir o quanto isso impactava em termos ambientais. É que não saía da sua mente a ideia de que era preciso reduzir os gastos com água, depois de constatar o prejuízo que ela estava provocando no local: de 2,7 milhões de litros por ano, revela Welbe Oliveira Bragança, gerente do laboratório e idealizador do projeto. 

Para chegar a esse número, ele empregou estimativas da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, optando pelo menor impacto após as medições. Contou com o aval do responsável pelo Laboratório de Genômica, o docente Gonçalo Pereira. Com algumas ações relevantes no dia a dia, o sistema - que custou R$ 24 mil no total - em apenas um ano representou uma economia de R$ 49 mil. 

Welbe conta que passou a atacar o problema do consumo de água e escreveu um projeto. Também estabeleceu uma metodologia de trabalho com três cenários distintos: um de uso imediato, outro de médio prazo e outro ainda de longo prazo, que deve finalizar no mês de dezembro próximo. "Compramos duas caixas de água de 15 mil litros no total e hidrômetros", descreve.

A fim de reduzir o consumo, idealizou a reforma da parte hidráulica do prédio, para receber água de reúso. “Trocamos os destiladores por um equipamento de osmose reversa e as torneiras tradicionais por torneiras econômicas, reformamos os banheiros tirando as descargas e trocando-as por descargas econômicas, além de substituirmos os bebedouros. Só com esses bebedouros, conseguimos economizar 50 mil litros de água”, revela. “Aqui circulam normalmente 56 alunos e cerca de 30 pessoas de outras unidades por dia." As medidas foram fundamentais para a tomada de decisão e trouxe uma economia de água de 1,5 milhão de litros, o equivalente a R$ 49 mil de conta de água por ano que a Unicamp deixará de desembolsar, informa.

Uma outra etapa, que aconteceu no mês de julho, consistiu no aproveitamento do potencial de produção de água. O gerente comenta que 288 mil litros eram jogados dos destiladores. Com o sistema de osmose reversa, esse número caiu para 86 mil litros. “Contudo, no semestre passado, com a canalização, esses 86 mil litros também foram reaproveitados”, sublinha. 

Mas a tarefa não parou por aí. "Canalizamos os drenos de todos os aparelhos de ar-condicionado, que são 48, e a água da chuva. Welbe diz que a água que pinga do ar-condicionado gera um volume impressionante de quase 300 mil litros de água por ano. “Foi um grande susto. Mas, considerando a precipitação média anual de Campinas nos últimos dez anos, poderemos reutilizar 512 mil litros de água de chuva do município. E vamos conseguir economizar mais água ainda com o reaproveitamento operacionalizado por meio das caixas d’água”, garante. 

O gerente relata que aprendeu muito com a água e com a crise. "Eu desconhecia o estrago gigante do desperdício, mas aprendi que podemos ser ativos nesse processo", acentua ele que, ao lado de Igor Oliveira, também funcionário do laboratório, encontrou apoio para executarem juntos as medições no ar-condicionado, nas torneiras e nos purificadores, etc. Um novo projeto os desafia: o de redução da energia elétrica do laboratório. "Esperamos que outras unidades decidam replicar essa ação", conclui Welbe.