Como criar seu próprio
aplicativo para iPhone

23/09/2015 - 08:56

Rodrigo Takase, Danilo Marshall e Fernando Galembeck

A Unicamp está lançando quatro novos cursos pelo Coursera – plataforma educacional aberta para projetos no modelo MOOC (Massive Open Online Course). Os quatro fazem parte do Programa de Cursos Integrados de Desenvolvimento iOS, sob a responsabilidade do professor Eduardo Galembeck, do Instituto de Biologia (IB). O primeiro curso, “Como criar um aplicativo para iPhone”, foi disponibilizado no dia 15 de setembro; em seguida virão “Como criar aplicativos com múltiplas telas para iPhone e iPad” (15 de outubro), “Como aprimorar e monetizar seu aplicativo para iOS” (15 de novembro) e “Como criar jogos 2D para iPhone e iPad” (15 de dezembro). Os alunos deverão desenvolver e apresentar até fevereiro de 2016 seus próprios aplicativos, que serão avaliados pelos colegas do curso para obtenção do certificado. 

O professor Eduardo Galembeck, que atua no Laboratório de Genômica e Proteômica do IB, esclarece que os cursos pelo Coursera não têm relação com a área de biologia, e explica por quê. “Minha linha de pesquisa é a informática aplicada ao ensino de biologia, desde 1996, ainda no doutorado, quando desenvolvi um software para o ensino de bioquímica. Logo que lançaram o iPad em 2010, propus converter um software que tínhamos criado para esta nova tecnologia – lançamos a versão em 2011, com grande aceitação no mercado. Este programa foi aceito e financiado pelo Coursera por conta dos muitos materiais que já desenvolvemos.” 

Em suas pesquisas, Galembeck conta com a colaboração de dois engenheiros de computação, Rodrigo Takase e Danilo Marshall, que ministrarão os quatro cursos gravados no estúdio da Rádio e TV Unicamp. “Os cursos vão evoluindo do básico ao avançado”, informa Rodrigo Takase, responsável pelo primeiro. “Faço uma introdução à linguagem Swift, fácil de aprender, e ao Xcode, que o estudante precisa ter para baixar as ferramentas diretamente do ambiente da Apple e desenvolver aplicativos para iPhone. Também transmito princípios de design –posicionamento dos elementos, fontes e cores a utilizar – a fim de tornar o aplicativo mais atrativo. No final, o aluno precisará desenvolver um aplicativo a partir do zero, que será avaliado por colegas de curso.” 

Danilo Marshall ministrará os dois cursos seguintes, começando por abordar aplicativos um pouco mais avançados, como por exemplo, que naveguem por duas ou mais telas, que apresentem dados em tabelas ou que contenham diversos conteúdos em uma única tela com barra de rolagem. “O próprio Xcode possui as ferramentas para isso e vou dar uma introdução a cada uma delas. No terceiro curso avanço um pouco mais, mostrando como colocar fotos, áudios e vídeos, posts no Facebook ou Twitter, bem como conectar o aplicativo ao AppleWatch. E, ainda, princípios de monetização, como a inserção de um aplicativo pago.” 

O quarto curso será sobre desenvolvimento de jogos para iPhone e iPad, segundo Rodrigo Takase, que vai transmitir alguns princípios e mostrar ferramentas para esta finalidade, com várias vídeo-aulas passo-a-passo. “É uma área que tem crescido bastante e com alta percentagem de aplicativos, os mais rentáveis do mercado – e por isso desperta grande interesse. Daí, realizarmos um curso inteiro para iPhone e iPad. Além disso, vamos ensinar como ‘gameficar’ um aplicativo que não seja jogo: usamos bastante esse recurso em aplicativos educacionais de biologia e química, incrementando-os com ranking, pontuação, objetivos a cumprir, etc.” 

O professor Eduardo Galembeck afirma que o curso inicial, apenas uma semana depois de lançado, já registrava 218 alunos ativos, dentre 575 visualizações. “Considero o número elevado, já que praticamente não houve divulgação, apenas a inserção no site do Coursera. Mas a expectativa é de que o curso envolva 14.000 pessoas e que 1.000 cheguem ao final (um índice de 5% é considerado bom); quatro alunos já o concluíram, mesmo tendo sido pensado para quatro semanas. A maioria dos inscritos é do Brasil (79%), havendo também dos Estados Unidos, Portugal e Angola. A oferta de cursos em português é uma estratégia do Coursera para conquistar este mercado.” 

Outros cursos da Unicamp 

A Unicamp passou a integrar o Coursera em setembro do ano passado, juntamente com USP e Fundação Lemann do Brasil, com a proposta de oferecer cursos MOOCs em língua portuguesa. A parceria foi firmada através da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, tendo o professor João Frederico Meyer como responsável. A plataforma aberta de ensino on-line possui 15 milhões de usuários no mundo (600 mil no Brasil) e mais de 1.000 cursos ofertados por instituições como Yale, Stanford, Princeton, Universidade de Genebra, Universidade Autônoma de Barcelona, Universidade de Londres e Universidade de Michigan, entre outras. 

O primeiro curso brasileiro foi lançado pela Unicamp, sobre “Processamento digital de sinais”, em maio deste ano, sob a responsabilidade do professor Renato da Rocha Lopes, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC). Segundo Gláucia Lorenzetti, gerente de projetos dos MOOCs na Escola de Extensão (Extecamp), este curso pioneiro já é um sucesso, contando atualmente com 4.245 alunos ativos (dentre 5.689 inscritos), sendo que 62 já o concluíram e 39 pagaram a taxa para obtenção do certificado. Outro curso lançado em agosto, “Empreendedorismo e as competências do empreendedor”, está com 3.365 alunos ativos (4.860 inscritos); 105 já completaram e 177 também pagaram a taxa do certificado. Estão sendo preparados mais três cursos, dois deles ainda para este ano.