Alunos começam curso
de mandarim na Unicamp

24/03/2015 - 14:18

/
Ideogramas do mandarim

Ideogramas do mandarim

Professor Walter Belik, diretor do IC

Professor Walter Belik, diretor do IC

Primeiro dia de aula de mandarim

Primeiro dia de aula de mandarim

Alunos informantes acabam assistindo aula

Alunos informantes acabam assistindo aula

Ao serem indagados por curiosos sobre o local do primeiro dia de aula de mandarim, no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, três estudantes que passavam diante da sala de aula em que seria realizado o curso, não somente se interessaram pela novidade como entraram na sala para assistir à aula de mandarim. Trata-se de um curso de extensão para a comunidade desta Universidade e para a comunidade externa. São três aulas por semana em seis níveis somente no curso básico, perfazendo 30 horas semestrais. A vantagem para aqueles que são da Unicamp é que o curso é gratuito. Para os de fora, o curso está sendo oferecido ao custo de 160 reais. Saiba mais.

Este é o primeiro curso de mandarim ministrado na Unicamp em iniciativa conjunta com o Instituto Confúcio (IC), envolvendo a Beijing Jiaotong University. Também é ofertado em outros Confúcios espalhados pelo Brasil. Em São Paulo, por exemplo, o Instituto está presente na Unesp, onde soma mais de 600 alunos, e na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), onde soma chega a 200 alunos. “Estamos otimistas com o curso da Unicamp e imaginamos que ele deve atrair mais atenção ainda com o seu desenvolvimento”, enfatiza o docente do Instituto de Economia (IE) Walter Belik, diretor brasileiro do IC. Da parte chinesa, a atual diretora do IC, a professora Gao Hongyan, deu as boas-vindas aos alunos no IEL nesta terça-feira (24), a maioria composta de estudantes da Unicamp.

Bárbara Bonfim, 17 anos, primeiranista do curso de engenharia de alimentos, conta que fez mandarim em São Paulo. Como parou e não teve mais contato com a língua, fica com receio de esquecê-la. “Essa oportunidade da Unicamp vem a calhar”, retrata a estudante. Ela revela que se interessou pelo mandarim meramente pelo conhecimento de uma nova língua e que a sua maior dificuldade (e que deve ser a dos alunos também) é a identificação dos ideogramas. “Se errar um, o significado muda completamente”, mencionou. Agora Bárbara planeja se comunicar com os chineses nas redes sociais.

Por outro motivo, mas também pelo interesse no mandarim, o pós-graduando Vagner Andrade foi levado a buscar o estudo do mandarim. Vagner, que faz doutorado em ensino e história de ciências da terra, explica que gosta da China e que pretende desenvolver sua pesquisa lá por meio de um doutorado-sanduíche. Estava ansioso pela primeira aula, ministrada pela professora chinesa Wang Li. Tanto Bárbara quanto Vagner se juntaram a 20 alunos inscritos numa das três turmas do curso, que ainda mantém inscrições abertas aos interessados.

Segundo Belik, a China é subavaliada em termos de importância para o Brasil, do qual é o primeiro parceiro comercial. “Sabemos pouco dessa cultura. As notícias que chegam de lá em geral vêm através das agências internacionais. A recíproca é a mesma, da China em relação ao Brasil. Logo, a ideia é estreitar os laços entre os dois países”, comenta. “Como essa é uma instituição universitária, então nos interessa muito consolidar as nossas relações culturais e acadêmicas.”

Belik pontua que as empresas chinesas têm chegado mais intensamente ao Brasil e que por essa razão o Instituto Confúcio deve aproveitar a sua capacidade empresarial na região de Campinas. Ele destaca a necessidade que o Brasil tem de conhecer melhor os costumes chineses e o modo de se relacionar com a China nos negócios. “Estamos falando de um país com uma tradiação de mais de 3 mil anos e com uma população superior a 1 bilhão e 300 milhões de habitantes”, acentua.

No dia 22 de abril, será inaugurado oficialmente o Instituto Confúcio na Unicamp. “O curso de mandarim começou um pouco antes”, afirma Belik. No dia da inauguração, a Unicamp receberá uma grande delegação, de 22 estudantes, da Beijing Jiaotong University. Eles virão acompanhados de dois docentes daquela instituição. Será uma nova etapa na relação com o Instituto Confúcio. De 22 a 24 do mês que vem estará ocorrendo então no campus de Campinas uma semana cultural chinesa, com apresentação de filmes, teatro, debates e gastronomia, entre outras atividades programadas.