Unicamp inaugura a Cátedra
Unesco em Educação Aberta

11/11/2014 - 16:05

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Mesa de abertura do lançamento da cátedra

Mesa de abertura do lançamento da cátedra

João Vilhete D’Abreu e Tel Amiel, do Nied

João Vilhete D’Abreu e Tel Amiel, do Nied

Celso Costa: aula sobre a educação aberta

Celso Costa: aula sobre a educação aberta

Adauto Soares falou pela Unesco Brasil

Adauto Soares falou pela Unesco Brasil

A Unicamp inaugurou nesta terça-feira (11), em cooperação com a Unesco, uma cátedra para promover um sistema integrado de pesquisa, capacitação, informação e documentação na área de educação aberta. A cooperação foi estabelecida por intermédio do Nied (Núcleo de Informática Aplicada à Educação), que organizou um evento de lançamento na manhã desta terça-feira, no auditório da Biblioteca Central Cesar Lattes (BC-CL). A Cátedra Unesco-Unicamp promoverá uma rede de colaboração ao redor da educação aberta (EA) e recursos educacionais abertos (REA) em proximidade com outras cátedras de temas similares apoiadas pelo órgão da ONU no Canadá, Eslovênia, Holanda, Nova Zelândia e México. 

O professor Alvaro Crósta, coordenador-geral da Unicamp, disse que a cátedra visando promover e facilitar a cooperação internacional é uma iniciativa em direção à interdisciplinaridade, estando afinada com o conceito da Unicamp expresso em sua Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares (Cocen). “Existem hoje mais de 600 cátedras no mundo e cerca de 30 no Brasil, sobre os temas mais diversos, sendo que algumas remontam à década de 1980. Estamos acrescentando mais uma cátedra e agradecemos à Unesco pelo acolhimento da proposta do Nied.” 

Alvaro Crósta acrescentou que a colaboração com mais cinco países cria um ambiente internacional, que é a palavra de ordem do momento em termos de ciência, tecnologia e também em educação. “Não é possível resolver essas questões apenas dentro das fronteiras artificiais criadas pelo homem. Há um esforço da Unesco em unir os países para refletir sobre um tema de imensa  importância e tão presente na pauta dos dias de hoje, inclusive com grandes movimentos na área de educação massiva aberta online, os chamados Mooc’s [de Massive Open Online Course] – tendência que vem alcançado contingentes de jovens de todo o mundo que não têm acesso regular a outras formas de ensino superior.” 

João Vilhete Viegas D’Abreu, coordenador do Nied, considera que esta Cátedra em Educação Aberta da Unesco eleva consideravelmente o nível de internacionalização do seu núcleo de pesquisa, que se limitava aos Estados Unidos. “É uma forma de interagir com outros países em uma disciplina interessante, que trata de tudo sobre conteúdos abertos, de como podem ser distribuídos e de como vamos lidar com eles nesta era contemporânea. O Nied vai disponibilizar basicamente seus trabalhos na área de tecnologia educacional e outros que vierem a ser desenvolvidos. Vamos mostrar aos pesquisadores de cada um desses países o que fazemos em termos de educação aberta, interagindo para multiplicar a ação da Unesco.” 

A programação do evento na BC-CL começou com uma aula aberta de Celso Costa, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ex-coordenador-geral da Universidade Aberta do Brasil. “Vou abordar a questão da educação aberta, um conceito emergente que tem ligação especial com a sociedade do conhecimento em que vivemos. Está havendo pressão para exista educação para todos e que, além disso, deve ser uma educação ao longo da vida. É preciso criar meios de atendimento para essa demanda e a educação aberta – que se intersecta com educação à distância – pode oferecer as ferramentas, como por exemplo, através de cursos pela internet. Um problema que se coloca é como dar certificação para cursos tão massivos, como os Mooc’s.” 

Para Celso Costa, outra questão a ser discutida é o papel de uma escola que está sob o impacto das novas tecnologias, e também da universidade, que precisa se reciclar para também dar sua colaboração. “Fala-se muito que a escola vive assoberbada de temas. A sociedade coloca uma carga forte demais sobre a escola e perde-se o foco de elementos fundamentais que deveriam ser ensinados. A criança aprende sobre higiene, regras de trânsito, drogas, gravidez na adolescência – um mar de temas. Vejo uma real necessidade de um redesenho do ensino, enquanto a sociedade precisa assumir sua parte, pois há outras espaços educacionais que vão além da escola.” 

A programação teve sequência com uma palestra sobre a “Cátedra Unesco”, proferida por Adauto Soares, coordenador de Comunicação e Informação da Unesco Brasil; e uma apresentação feita por Tel Amiel, pesquisador do Nied e coordenador na Unicamp da Cátedra Unesco em Educação Aberta.