Experiências do Mexa-se
ganham páginas de livro
02/12/2013 - 11:14
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“É impensável falar hoje em saúde sem a prática de atividade física”, garantiu Antonia Dalla Pria Bankoff, docente da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, durante lançamento, nesta segunda-feira (2), do livro Atividade física e Saúde: Experiências, Organizações e Setor Público, publicado pela Paco Editorial e organizado por ela e pelo professor Carlos Aparecido Zamai, coordenador do programa Mexa-se. A solenidade ocorreu no Espaço Cultural Casa do Lago, que incluiu uma abertura, uma apresentação e uma sessão de autógrafos. A obra teve apoio da FEF e do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS).
A obra resultou da reunião de conteúdos apresentados em diversos fóruns pelo Programa Mexa-se, focalizando a temática atividade física e saúde como fatores primordiais para o ser humano. Destacou as principais doenças vividas pela população, causadas pelo sedentarismo. Na primeira parte aborda os cuidados com a saúde e educação para a saúde, ao passo que, na segunda, os relatos sobre as experiências.
Segundo Antonia Dalla Pria, a produção desse livro é um reflexo do trabalho do programa Mexa-se, que há cerca de dez anos foi delineado e que no momento já caminha praticamente sozinho. “E quem ganha é a comunidade”, enfatizou. Em 1996, começou o programa no Restaurante Universitário, depois foi para a Gráfica, e depois ainda à Marcenaria, expandindo-se para a Universidade como um todo.
Desde 2004, quando o programa foi oficializado, foram 1.500 atendimentos, 3 dissertações de mestrado, 5 de doutorado, 14 publicações em revistas de impacto, entre outros indicadores de produtividade. Quarenta e dois bolsistas passaram pelo programa até aqui. Pelos relatos, o programa, como efeito multiplicador, tem ajudado a promover qualidade de vida e saúde para a comunidade universitária, salientou a docente.
O professor Zamai realçou que a obra conta a história por si mesma. “Além de ser bom para as pessoas, o trabalho colabora para a formação e a capacitação de bolsistas que estudam na Universidade. Também resume a luta de quem se debruçou sobre o estudo do programa”, pontuou. Não raro, muitas são as experiências que confirmam o valor do Mexa-se. “Alguns relataram que pararam de tomar remédio. Outros pararam de entregar atestados, graças às práticas saudáveis incentivadas pelo programa.”
Para a cardiologista Patrícia Asfora Falabela, atual coordenadora do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), abordar saúde e exercícios físicos é intrínseco e, mais recentemente, sobressai um novo elemento: ser feliz. “Estudos científicos falam da felicidade para promover o bem-estar. Apesar de ser um termo abstrato, é a percepção que a pessoa tem de que o seu ideal está sendo vivido naquele momento”, definiu. “Quem pratica atividade física, é mais feliz."
O professor Paulo César Montagner, chefe de Gabinete da Unicamp, também docente da área de Educação Física, comemorou o lançamento do livro. Recordou que, na década de 1980, a Universidade resistiu, de certo modo (comprovado pela leitura das atas), à formação de uma faculdade de educação física, por entender que não haveria espaço para isso numa universidade de pesquisa.
“Vinte anos depois, o cenário é outro. Em 2007, o Conselho Universitário (Consu) votou inclusive a criação do curso de Ciências do Esporte, por reconhecer a sua importância em âmbito internacional. Hoje profissionais de educação física se alinham em termos de trabalho com terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, médicos, entre outros profissionais. O Mexa-se cresceu e está se consolidando como um campo de ensino, pesquisa e de intervenção. Este panorama veio para ficar”, constatou Paulo César. "A obesidade infantil, atrelada ao sedentarismo, é um tema sobremodo desafiador e que necessita de ações, como as desse programa, pois se trata de um problema de saúde pública", frisou.