Cecom pede
maior adesão
à campanha
contra câncer
de intestino

08/05/2013 - 11:25

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Cláudio Coy: facilidade total para fazer o teste

Cláudio Coy: facilidade total para fazer o teste

Lila Cruvinel: teste deve ser feito anualmente

Lila Cruvinel: teste deve ser feito anualmente

Já está em andamento, junto à comunidade da Unicamp, a segunda edição da campanha de prevenção ao câncer de intestino grosso (cólon e reto), com a oferta do Teste de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes para todas as pessoas com 50 anos ou mais de idade. Trata-se de um universo de mais de 4 mil funcionários docentes e não docentes, de 79 órgãos e unidades, sendo que foram cobertos até o momento 36 dos 82 pontos de distribuição. A campanha, única no país, é uma iniciativa do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) e do Gastrocentro da Unicamp.

“Esperamos que o pessoal continue motivado a participar e, principalmente, que a adesão aumente – ela está em 50%, o que não é ruim, mas queremos melhorar”, afirma o professor Cláudio Coy, coordenador do Gastrocentro. “A campanha vem tendo uma repercussão muito boa no meio médico. Ganhamos dois prêmios em importantes eventos nacionais no ano passado e, agora em 2013, vamos apresentar os resultados no Congresso Nacional de Coloproctologia em setembro, e também no NetGastro, curso à distância via Internet que é acompanhado por cinco mil pessoas.”

Cláudio Coy enfatiza a facilidade oferecida ao funcionário para realizar o teste, por conta de uma estrutura que exigiu quase um ano de trabalho para ser montada e que está funcionando muito bem. “É uma estrutura que a comunidade deve valorizar. Quem participa da campanha tem tudo pronto: recebe e devolve o kit no local de trabalho, aqui é feito o exame e informado o resultado, e aqui são oferecidos a colonoscopia, o acompanhamento médico e o procedimento cirúrgico em caso de necessidade. Tudo isso para facilitar a prevenção. Não há projeto igual no país.”

Coy lembra que o câncer de intestino grosso é muito frequente nos dias atuais, surgindo como o segundo de maior incidência na mulher (depois da mama) e terceiro no homem (depois de próstata e pulmão). “Esse câncer se desenvolve a partir de lesões benignas, os pólipos, cuja remoção implica na efetiva prevenção contra o aparecimento da doença. Ocorre que os pólipos têm crescimento lento e os sintomas são percebidos tardiamente, pegando de surpresa os desinformados. Por isso, cada vez mais, vemos casos avançados. É o segundo tumor que mais leva a óbito”, adverte.

Por outro lado, o prognóstico é muito bom quando o câncer colo-retal é tratado em fase inicial, com a cura do indivíduo sem que sofra os efeitos de uma quimioterapia ou radioterapia. Dentro deste objetivo de identificar o pólipo ou tumor inicial, o Teste de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes, no ano passado, apresentou positividade em 10% dos participantes, com a realização de 386 colonoscopias. Foram registrados 160 casos de pólipos e seis de lesões mais avançadas (com três cirurgias), mas de prognóstico bastante favorável.

Lila Cruvinel, assessora responsável pelos programas do Cecom junto às unidades e órgãos, acrescenta que além do apelo para um aumento da adesão, os funcionários que já fizeram o teste devem repeti-lo anualmente, assegurando a eficácia da estratégia de prevenção. “No primeiro ano surgiram gargalos em locais com maior concentração de funcionários, como o Caism e o Hospital de Clínicas, obrigando ao aumento das horas dedicadas pelos médicos à colonoscopia. Mas agora deixamos esses locais para períodos diferentes e aumentamos o número de horários para o exame, descongestionando a agenda para pacientes positivos.”

Comentários

Parabenizo, especialmente Dr Coy pela iniciativa do exame preventivo. Fui convocada a fazê-lo (sangue oculto nas fezes), que posteriromente resultou no encontro de pólipo intestinal. Se não fosse por esta iniciativa, certamente eu não teria feito o procedimento preventivo!