Primeira exposição do ano
na Unicamp é diferenciada

31/01/2013 - 16:09

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Lygia Eluf fica na coordenação para iniciar nova fase

Lygia Eluf fica na coordenação para iniciar nova fase

Acervo constituído de 1.200 obras doadas por artistas

Acervo constituído de 1.200 obras doadas por artistas

A primeira exposição do ano na Galeria de Arte será diferenciada, com obras do Museu de Artes Visuais (MAV) da Unicamp, que ainda se encontra em fase de implantação. O MAV conta com um acervo de cerca de 1.000 obras de importantes artistas plásticos brasileiros atuantes nos séculos 20 e 21. Estas obras foram adquiridas ou incorporadas ao acervo ao longo dos mais de 20 anos de atuação da Galeria do Instituto de Artes (IA), fundada em 1984.

A exposição que abre os eventos do MAV de 2013 apresenta um recorte que privilegia a produção recente de docentes e ex-alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação, bem como de convidados que passaram pela Universidade. Estão sendo trazidas ao público gravuras, desenhos, pinturas e esculturas, tanto figurativas como abstratas, de artistas que imprimiram sua marca no cenário nacional.

A professora Lygia Eluf, coordenadora da Galeria de Arte, observa que o acervo do MAV possui obras de artistas como Barsotti, Grassman, Gruber, Babinski, Geraldo de Barros, Segall e, dentro dele, os acervos de Anatol, Mário Bueno e Thomas Perina. “Para nós da Galeria, a exposição é simbólica da transferência do acervo para o MAV em 2009. Ele continuou depositado aqui e o clima é de despedida, pois o espaço passará por reformas em março. Estamos felizes por um lado, porque as obras vão para um lugar mais seguro, mas nostálgicos por outro, por representarem tudo o que aconteceu aqui.”

Lygia Eluf foi convidada a permanecer por mais dois anos na coordenação da Galeria para dar início a uma nova fase. “Precisamos correr atrás das mudanças que sempre acontecem. Já elaboramos a programação deste ano, com a defesa [exposição] de seis teses de mestrado e doutorado no primeiro semestre, dentro da nossa função primordial de mostrar o resultado de pesquisas realizadas não apenas por professores, mas por alunos de pós-graduação e mesmo da graduação”.

A primeira tese do ano será defendida em 25 de fevereiro, por Paula Cabral Tacca, em meio à exposição “Imagens da poesia erótica de Hilda Hilst”, do dia 20 a 28. A aluna vai mostrar 30 imagens desenvolvidas no mestrado na Faculdade de Educação (FE) e que representam construções poético-fotográficas a partir da leitura, fragmentação e interpretação do livro Do Desejo. Uma exposição que vem de fora, em abril, reunirá criações de ex-alunos do curso de moda do Senac/São Paulo, como por exemplo, inspiradas nas obras de Oscar Niemeyer ou elaboradas com fita LED flexível.

Ex-alunos da Unicamp, por sua vez, mostrarão o Xilomóvel, um ateliê de arte itinerante que leva oficinas de xilogravura “a qualquer um e a qualquer lugar”, e que foi inspirado no Projeto Arte na Kombi idealizado por Lygia Eluf. “No segundo semestre teremos uma exposição simultânea com ex-alunos que hoje estudam na Inglaterra (através de videoconferência), uma bela mostra de uma artista belga e outra mostra ligada a artes visuais dentro de um seminário internacional da Faculdade de Educação, além de mais quatro defesas de tese”, resume a professora.

Reforma do espaço
A grande exposição promovida a cada ano será com obras de Rogério Cerqueira Leite, inaugurando um novo espaço na Galeria de Arte. Na primeira etapa das reformas, segundo Lygia Eluf, a entrada passará a ser pelo saguão da Biblioteca Central Cesar Lattes (BC), com o público acessando uma primeira sala de exposições. O escritório da administração vai para o outro extremo do salão atual, que ganhará um sistema de paredes móveis para permitir a reconfiguração do espaço sem a necessidade de outras intervenções físicas. No depósito do acervo serão feitos os trabalhos de manutenção e outro depósito, no subsolo, foi cedido pela BC para a criação de um local que receberá estudantes de escolas públicas, disciplinas como de museografia e artistas visitantes que precisem de ateliês. “Perdemos o acervo, mas vamos assumir outras funções”, conclui a coordenadora.