A luz do sol deve garantir a iluminação noturna. Pelo menos é assim que pensa a bibliotecária Maria Aparecida Remédio, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Inspirada em projetos destinados a garantir luz com economia de energia, ela desenvolveu, ao lado de profissionais da Coordenadoria de Projetos (Ceproj) e da Divisão de Manutenção da Unicamp, um projeto de iluminação externa para o Arquivo Edgard Leuenroth (AEL) a partir de energia solar.

Companheira de arquitetos e funcionários da área de manutenção desde a idealização do novo edifício do AEL, Maria Aparecida preocupava-se com a falta de claridade ao redor do prédio, mas não dispunha de recursos para instalações elétricas. Com um valor restante das obras da sede do arquivo, adquiriu lâmpadas LED e seis postes com sistema microcontrolado para carregar e descarregar bateria e tornou, assim, a permanência e a circulação pelo AEL mais segura no período noturno. De acordo com Maria Aparecida, o sistema já resistiu a três dias de chuva, o que garante que a iniciativa foi bem-sucedida.

Aparecida explica que quando exposto à luz, o painel solar (poste) gera eletricidade e esta é armazenada em bateria especial. A energia acumulada permite que o sistema ilumine durante toda a noite.

Os primeiros agradecimentos pelo jardim iluminado do AEL partiram dos funcionários que fazem a segurança do prédio à noite.  “Eles se manifestaram dizendo que ficou melhor com as lâmpadas LED, pois a área externa era muito escura”.

As instalações fazem parte de um projeto de jardinagem da edificação também desenvolvido por ela. De acordo com a pesquisadora, assim como as plantas escolhidas para o jardim, o sistema de energia não interfere no projeto urbanístico, ainda em execução.

Apesar da grande preocupação com questões de sustentabilidade e qualidade de vida, Maria Aparecida declara que não possui formação técnica e, por este motivo, trabalha com parceiros da engenharia, arquitetura e da área de manutenção. “Sou curiosa e busco resultado para tudo que planejo, mas sempre na companhia de outros profissionais que possam dar suporte técnico aos projetos.”

Quando o sol vai atender o outro lado do mundo, Maria Aparecida tem um quintal iluminado do lado de cá. As lâmpadas de LED, segundo a pesquisadora, têm garantido uma noite segura também em sua casa. “Aprendi com meu avô. Morávamos numa fazenda e não faltava luz, pois ele garantia energia com água de moinho”, afirma Aparecida.