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Tecnologia para avaliação de uvas recebe prêmio de inovação da Bayer

O invento mede atributos de qualidade e estádio de amadurecimento das frutas para o mercado viticultor. O prêmio de 30 mil reais será investido em melhorias técnicas do equipamento

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Uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Unicamp e da Universidade Federal do Vale de São Francisco (Univasf), com pedido de patente já depositado pela Agência de Inovação Inova Unicamp no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), está entre as vencedoras do Prêmio Mentes da Inovação, promovido pela Bayer e pelo LifeHub São Paulo. Trata-se de um aparelho que mede os atributos de qualidade e o estádio de amadurecimento de uvas destinadas à produção de vinhos.

Pensado para o mercado viticultor, o projeto foi selecionado entre outros doze com potencial inovador e de mercado nas áreas de saúde e agricultura. Os ganhadores do Prêmio Mentes da Inovação recebem 30 mil reais, podendo também obter o apoio do LifeHub São Paulo para a aceleração das soluções apresentadas. O intuito do prêmio é impulsionar projetos de pesquisa capazes de gerar produtos ou soluções inovadoras para o mercado consumidor.

O prêmio vai nos ajudar a continuar com os estudos em torno da tecnologia, a fim de melhorar aspectos técnicos do aparelho, como a possibilidade de armazenar os resultados em nuvem”, conta Bárbara Teruel, pesquisadora da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e orientadora da pesquisa de doutorado que deu origem à tecnologia.

A motivação para desenvolver essa tecnologia surgiu da pesquisa de doutorado de Daniel Costa. Ele contou com a colaboração do professor Rodrigo Ramos, da Universidade Federal do Vale de São Francisco (UNIVASF), onde também atua como docente. Os pesquisadores detectaram a necessidade de um invento dessa natureza no mercado produtor de uvas destinadas à vinificação, atualmente em expansão no Brasil, especialmente na região Nordeste.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica um aumento de 4,9% na safra de uva em 2021. Isso também foi comprovado nas validações dos testes do equipamento – batizado OPTOFruit - realizados em uma fazenda localizada no município de Lagoa Grande (PE), na região do Vale de São Francisco, área com forte potencial para a produção e comercialização de frutas.

As vinícolas brasileiras estão aumentando cada vez mais as vendas e melhorando a qualidade dos vinhos e das uvas. Nesse cenário, nosso equipamento facilita a análise de parâmetros que definem o ponto de colheita e qualidade de cada safra”, explica Teruel.

Diferencial da tecnologia

Determinar a qualidade de uma safra de uva costuma requerer análises destrutivas, tempo e alto investimento, pois o produtor precisa colher bagas de uvas e as enviar para análise em laboratórios especializados. O OPTOFruit não requer análise laboratorial e pode ser utilizado no próprio campo, sem perdas: basta posicionar o equipamento de forma estratégica nas amostras dos cachos de uvas usados como amostras e obtêm-se os resultados das medições por meio de um software instalado em qualquer computador.

A análise é feita por meio do posicionamento estratégico do OPTOFruit e pela liberação de feixes de luz. Respostas ópticas são convertidas em atributos de qualidade da uva, sem a necessidade de retirá-la do cacho. Os atributos de qualidade envolvem acidez, açúcares, grau de amadurecimento, antocianinas e flavonoides. Esses dois últimos são compostos fenólicos, uns dos principais componentes do vinho tinto, e que, segundo diversas pesquisas, podem auxiliar na prevenção de doenças. A determinação desses compostos depende da existência de cromatografia e de técnicas especializadas”, explica Teruel.

O OPTOFruit foi validado na prova de conceito com medições em uvas das variedades Cabernet Sauvignon e Syrah. No entanto, é possível alterar as configurações para outras variedades de uvas e mesmo outros tipos de frutas, conforme a necessidade do produtor.

O processo, além de reduzir o tempo de análise, custa bem menos para o produtor, pois não requer estrutura laboratorial e pode ser realizado em campo, após algumas orientações prévias”, afirma a pesquisadora.

Para que o aparelho possa chegar ao mercado, é necessário fazer o licenciamento da tecnologia. Empresas ou startups interessados nesse segmento podem negociar uma licença para exploração da propriedade intelectual, de titularidade da Unicamp, para venda direta, ou optar por outras estratégias de negócios, como aluguel e serviços de consultoria. Mais informações no site da Inova na área Conexão com Empresas.

Saiba mais:

Para mais informações sobre as tecnologias da Universidade Estadual de Campinas acesse o Portfólio de Patentes e Softwares da Unicamp.

O Relatório Anual completo da Agência de Inovação está disponível para download e consulta.

Baixe também a Revista Prêmio Inventores e leia reportagens sobre tecnologias licenciadas da Unicamp para o mercado.

Empresas interessadas no licenciamento podem entrar em contato com a Inova na área Conexão com Empresas.

Leia mais:

Sensores avaliam qualidade das frutas de forma não destrutiva

Matéria original publicada no site da Agência de Inovação Inova Unicamp.

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O invento mede atributos de qualidade e estádio de amadurecimento das frutas para o mercado viticultor. O prêmio de 30 mil reais será investido em melhorias técnicas do equipamento

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