Edição nº 666

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 22 de agosto de 2016 a 28 de agosto de 2016 – ANO 2016 – Nº 666

A fauna que poucos veem no campus

Alunos e ex-alunos do IB produzem documentário
sobre animais que vivem na Universidade

A vida selvagem é cheia de histórias. Contá-las, porém, não é fácil. Com muita criatividade, poucos recursos e a facilidade de “tropeçar” em animais diversos, um grupo de alunos e ex-alunos do curso de Biologia da Unicamp está encarando a empreitada com o maior prazer. O grupo trabalha no projeto do documentário “Unicamp Selvagem”, para o qual seus integrantes já começaram a captar imagens. A ideia é apresentar a fauna do campus de Campinas que, no dia a dia, passa despercebida pela maioria dos visitantes e da comunidade acadêmica.

Os alunos montaram uma produtora e estão fazendo uma campanha para captar recursos e comprar equipamentos. O nome escolhido para a pequena empresa foi emprestado de uma ave audaciosa, que há uma década visita a sala do professor Wesley Rodrigues Silva. Gerações de cambacica já deram uma “voadinha” pela sala do docente para beber água com açúcar. A cena se repete na página do facebook da Cambacica produções. Já são mais de 3 mil de visualizações.

Mas este vídeo não é o campeão de acessos. Outro pequeno vídeo com uma família de corujas buraqueiras instalada em um dos canteiros da Unicamp alcança a marca de 187 mil visualizações. As imagens são complementadas com texto e música, que trazem de maneira divertida informações sobre o animal. “O jeito mais fácil de você ensinar biologia é mostrando os bichos, as plantas. A gente faz divulgação científica, educação ambiental e mistura tudo com entretenimento”, diz Rafael Kenji, aluno de mestrado. “A gente quer que as pessoas se apaixonem pelos animais. Sem perceber elas estão aprendendo”, complementa Stella Ditt, aluna do último ano da graduação.

Além dos vídeos, os alunos postam fotos com histórias na página da produtora. Todo mundo faz de tudo um pouco. Filma, edita, escreve o roteiro.  Ninguém tinha experiência nenhuma na área, além do fotógrafo Lucas Meirelles. Até uma “grua” - equipamento usado como suporte da câmera para fazer imagens em movimento - foi construída com peças de ferro velho.

A história da produtora começou com o final de um curso dentro de uma disciplina da Biologia, oferecido pelo ex-aluno Cesar Leite, que fez mestrado em Filmagem de Vida Silvestre na Inglaterra com treinamento pela rede BBC. “Surgiu a oportunidade de a gente fazer um documentário na baía do Araçá em São Sebastião”, conta. O filme “Zoé” que fala da degradação da baía sob o ponto de vista de um caranguejo (veja na matéria) acabou selecionado para o Festival Finlandês de Filmagem de Vida Selvagem (Vaasa). Não chegou a ser finalista do certame, mas que foi o suficiente para o grupo tomar gosto pela coisa, disso ninguém duvida.

Comentários

Comentário: 

Fantástico trabalho e iniciativa. Parabéns. Insistam. mandem bala.

goncalo@unicamp.br