Grupo vai à Finep em busca de financiamento para 2ª fase do DUNE

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O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, reuniu-se na quinta-feira, dia 27/4, no Rio de Janeiro, com o chefe de gabinete da presidência da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Fernando Peregrino, e Alexandre de Andrade, gerente de cooperação internacional da instituição, na busca por recursos para financiar a segunda fase do programa de pesquisa para identificação de neutrinos denominado LBNF/DUNE (Long-Baseline Neutrino Facility/Deep Underground Neutrino Facility).

O DUNE é considerado o experimento mais ambicioso da história das pequisas sobre neutrinos. O projeto está em fase de implementação e terá como sede o Fermilab (Fermi National Accelerator Laboratory), nos EUA, a um custo estimado de US$ 3 bilhões. O DUNE conta com mais de mil colaboradores de 30 países, entre eles o Brasil. A Unicamp coordena a equipe brasileira e é a principal representante nacional no projeto.

Os professores Ettore Segreto e Thiago Alegre, do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp, ambos membros do projeto, também estiveram no encontro. Remotamente participaram da audiência, o vice-diretor de projetos do Fermilab, Ron Ray; o membro da equipe de engenharia mecânica e criogenia da instituição americana, Roza Doubnik, a diretora de Relações Internacionais do Fermilab,  Hemma Romammorthi, e representante do Departamento de Energia dos EUA  para assuntos do Fermilab, Shannon J. Foreman. Do lado brasileiro também participaram remotamente o professor Pascoal Pagliuso, do IFGW, líder do grupo de purificação de argônio líquido na Unicamp, a professora Mônica Cotta, diretora do IFGW. A Finep é uma agência pública que financia programas de inovação.

Os neutrinos são partículas elementares, subatômicas – que não podem ser divididas em estruturas menores –, e considerados elemento-chave para a compreensão do processo de criação, constituição e evolução do universo. Apesar de serem partículas de matéria abundantes no universo, os neutrinos são extremamente difíceis de serem detectados.

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Da esquerda para a direita, Alexandre de Andrade (Finep), os professores do IFGW Thiago Alegre e Etttore Segreto, Fernando Peregrino (Finep) e o reitor Antonio Meirelles: cooperação internacional 

Participação brasileira

A participação brasileira, coordenada pela Unicamp, concentra-se no desenvolvimento da tecnologia de fotodetecção de partículas e na produção de argônio líquido altamente puro, essenciais para o experimento.

O desenvolvimento e a testagem da tecnologia já comprovaram a eficiência dela em escala laboratorial. Em breve, deverá ter início a segunda fase do projeto, que prevê a produção em escala dos equipamentos a serem utilizados em cavernas subterrâneas nos EUA, a uma profundidade de mais de 1,5 km. O ambicioso experimento deve investigar o comportamento dos neutrinos por décadas.

Dada a sofisticação das tecnologias de fotodetecção e de purificação de argônio desenvolvidas e testadas na Unicamp, as inovações verificadas nessa etapa do projeto devem também gerar tecnologias de interesse industrial, de forma que o próprio desenvolvimento desse pacote tecnológico conta com a participação de várias empresas consorciadas.

A apresentação do projeto na Finep procurou elucidar tanto sua importância para a física e a ciência básica nacionais e seu papel na projeção do país no âmbito internacional, como as diversas possibilidades de inovação que podem advir do financiamento.

Essa é a primeira grande iniciativa do Fermilab envolvendo uma participação ativa e significativa de equipes científicas de todo o mundo, e isso desde o início do projeto, com destaques para o CERN (acrônimo em francês para Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear) e, em seguida, para a equipe brasileira coordenada pela Unicamp.

O reitor da Unicamp observou que consórcios científicos internacionais compostos por milhares de pesquisadores já são uma tradição bem estabelecida em iniciativas experimentais desse porte e se mostraram capazes de gerar um número expressivo de inovações tecnológicas, com impacto significativo na economia.

A esperança é que agora o Brasil e, mais especificamente, a Unicamp estejam no epicentro de um desses grandes projetos colaborativos desde o início dele, o que pode trazer benefícios para a ciência e tecnologia nacionais e projetar o país no cenário internacional, avalia o reitor.

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Da esquerda para a direita, o reitor Antonio Meirelles, Fernando Peregrino (Finep), os professores do IFGW Thiago Alegre e Etttore Segreto e Alexandre de Andrade (Finep)

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