Ecoa Maloca integra exposição de etnomídia indígena do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro

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O podcast Ecoa Maloca, produzido por estudantes indígenas da Unicamp e coordenado pela pesquisadora do Labjor (Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo) Germana Barata e pela professora convidada Juliana Sangion, foi selecionado para integrar a exposição Nhande Marandu – Uma História de Etnomídia Indígena, do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A exposição foi inaugurada em novembro do ano passado e fica aberta para visitação até o final de abril. Em fevereiro, com apoio da reitoria da Unicamp, parte da equipe do Ecoa Maloca foi recebida no Museu para uma visita presencial à mostra.

A exposição traz produções contemporâneas de diferentes povos indígenas, mostrando como eles já fizeram e fazem comunicação analógica e digital. De acordo com o Museu, o fio condutor da mostra é a autoria indígena. A partir de múltiplas linguagens, a exposição traz um acervo com obras de Denilson BaniwaAilton KrenakZahy GuajajaraSallisa RosaJaider EsbellGustavo Caboco, Brisa Flow, entre outros artistas e comunicadores contemporâneos.

Parte da equipe do Ecoa Maloca foi recebida no Museu para uma visita presencial à mostra
Parte da equipe do Ecoa Maloca foi recebida no Museu para uma visita presencial à mostra

O podcast Ecoa Maloca foi indicado pelos curadores para integrar a seção do segmento áudio e oralidade da exposição Nhande Marandu. O acervo reúne obras que têm em comum a perspectiva da autorrepresentação e que transcendem o modelo branco ocidental eurocêntrico. O convite chegou à equipe do podcast Ecoa Maloca em outubro, por meio do Laboratório de Atividades do Amanhã (LAA) do Museu. Segundo a produtora Laura Marques, do LAA, os curadores procuravam diferentes formatos de comunicação.

“Estávamos na busca de diferentes formatos ao longo da história, saindo das primeiras rádios indígenas, passando pelo podcast e chegando a essas produções feitas por estudantes universitários. O Ecoa é uma referência, até porque sabemos como é difícil, muitas vezes, reunir os estudantes e fazer esse tipo de produção na universidade pública. Aprender o que os estudantes indígenas têm a ensinar sobre mídia vai ao encontro dos objetivos de mostrar ao público da exposição essas produções, para que vejam, ouçam e aprendam com eles”, comentou Laura.

Para Nalbert Barreto, estudante do curso de História, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (IFCH), que integra a equipe do Ecoa Maloca, o convite revela o interesse e a importância que o tema dos povos originários vem ganhando na sociedade. “Em se tratando de etnomídia, que é algo com o que trabalhamos no Ecoa Maloca, o convite se torna ainda mais simbólico, visto que demonstra uma valorização dessas atividades e nos motiva ainda mais a divulgar e a aprender com essa enorme riqueza que é a cultura dos povos indígenas”, disse Nalbert.

Pela primeira vez na cidade do Rio de Janeiro, o estudante Denilson Miranda, do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Unicamp (FE), contou que se sentiu emocionado. “A primeira impressão ao visitar a exposição foi muito incrível, ver pessoas indígenas representadas aqui no Museu do Amanhã é fantástico. Ouvir nosso podcast in loco é emocionante, e ter a dimensão da quantidade de pessoas que têm vindo visitar a exposição e têm nos ouvido é muito legal”, afirmou Denilson.

A pesquisadora Germana Barata destacou, ainda, a importância do Museu do Amanhã. “O Museu do Amanhã é uma referência em museografia e em divulgação científica não apenas no Brasil, mas na América Latina, e poder estar aqui e vê-lo cheio, com essa exposição belíssima de imagens e sons, e saber que estamos contribuindo para o fortalecimento da etnomídia indígena, é muito especial”, afirmou Germana.

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O podcast Ecoa Maloca foi indicado pelos curadores para integrar a seção do segmento áudio e oralidade da exposição Nhande Marandu

Podcast Ecoa Maloca

Segundo as coordenadoras Germana e Juliana, a ideia do podcast Ecoa Maloca surgiu com a chegada, em 2019, da primeira turma de ingressantes aprovados pelo Vestibular Indígena da Unicamp. Desde então, vários estudantes passaram pelo Ecoa Maloca, que atualmente conta com quatro estudantes bolsistas BAS (Bolsa Auxílio Social), que podem participar do projeto por até dois anos. A proposta é, através da produção dos episódios, capacitar os estudantes indígenas como mediadores do diálogo entre a Unicamp e a sociedade. Os episódios (disponíveis também pelo Spotify) colocam em debate os desafios, as práticas sociais e de pesquisa, a cultura indígena e científica, a diversidade de culturas e de visões necessárias para o desenvolvimento do país. Ao trazer estudantes indígenas para a centralidade da produção audiovisual, o projeto busca construir canais de diálogo sobre questões fundamentais para as populações indígenas, a pesquisa e a sociedade, tendo os estudantes como moderadores e protagonistas deste processo.

Ouça o podcast

O estudante Nalbert comentou a escolha do podcast para sua bolsa BAS. “Ter escolhido o Ecoa como projeto BAS me impulsionou na vida acadêmica de uma forma muito positiva, pois é algo que você precisa estudar para escrever e dialogar. Para quem vem do extremo Norte do Brasil, de um estilo de vida completamente diferente, chegar ao Rio, ir ao Museu do Amanhã foi a mais clara impressão de que estou no lugar certo, e aqui eu tenho a oportunidade de fazer as vozes das florestas ecoarem em meio a uma sociedade ocidental que precisa do ‘novo’ para olhar para frente com outros olhares, um olhar ancestral”.

Juliana Sangion ressaltou que o podcast é uma oportunidade de criar e disseminar novas leituras de mundo. “Através do Ecoa Maloca, percebo que estamos contribuindo para novas leituras de mundo. Como comunicadora e professora de audiovisual, penso que exposições como essa são extremamente importantes para desconstruir a visão que ainda persiste em nossa sociedade a respeito dos povos originários”, disse.

A produtora do LAA, Laura Marques, concluiu afirmando que “trazer estudantes universitários, esse pessoal jovem que está produzindo, para integrar a exposição é muito importante. Precisamos valorizar essas produções, potencializá-las e fortalecê-las para que continuem, sinalizar o quão importante é ter isso acontecendo no Brasil”.

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A exposição Nhande Marandu traz produções contemporâneas de diferentes povos indígenas, mostrando como fazem comunicação analógica e digital

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