Manifestações em defesa da democracia e contra atos extremistas ocorrem pelo país

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Ato no Largo do Rosário
O ato ocorreu no centro da cidade, tendo como ponto de partida o Largo do Rosário; manifestantes pedem que a anistia não seja concedida nem aos participantes detidos

Na segunda-feira (9), um dia após os atos violentos que ocorreram em Brasília (DF), manifestações em defesa da democracia aconteceram em todo o Brasil. O pedido de responsabilização dos envolvidos na invasão e depredação de prédios dos três poderes da República foi uma das principais pautas levantadas pelos manifestantes. Em Campinas (SP), o ato ocorreu no centro da cidade, tendo como ponto de partida o Largo do Rosário e foi organizado por diversas entidades de classe, partidos e organizações da sociedade civil.

“Nosso ato é em defesa da democracia e das instituições públicas brasileiras. É um ato que repudia todos os atos terroristas de ontem e valoriza a democracia brasileira. O principal intuito hoje foi reunir as forças que prezam o processo democrático brasileiro e mostrar que a sociedade está atenta”, sintetizou Arthur Herculano, um dos organizadores. 

“Não tem golpe não” e “sem anistia” foram frases entoadas durante o protesto. A anistia, que pode ser concedida pelo Congresso Nacional, refere-se a um perdão que anula condenações e suas consequências. Os manifestantes pedem que a anistia não seja concedida nem aos participantes detidos e nem ao ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado atualmente sob suspeita da prática de diversos crimes, como prevaricação, interferência na Polícia Federal e emprego irregular de verba pública.

Presente no ato, a diretora executiva de Direitos Humanos da Unicamp, Silvia Santiago, reforçou o posicionamento da Universidade em defesa da democracia. A professora lamenta que o novo governo esteja tendo seus esforços desviados para tratar da violência alimentada pelos extremistas e aponta que se espera a normalização das instituições democráticas do país em suas três esferas.

“Hoje houve no Planalto uma reunião das esferas do Congresso, do Judiciário e do governo federal, o que é muito importante. Agora [é necessário] conclamar os Estados e outras esferas de governo a normalizarem o funcionamento no seu âmbito territorial”, diz Santiago, apontando ainda a necessidade da desocupação de locais onde estão pessoas “contrárias à democracia e que não reconhecem o resultado das urnas”.

A diretora executiva de Direitos Humanos da Unicamp, Silvia Santiago, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), Gabriela Barros e Gabriela e um dos organizadoes Arthur Herculano: defesa da democracia  
À esq., a diretora executiva de Direitos Humanos da Unicamp, Silvia Santiago; ao centro, Gabriela Barros, da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU); e Arthur Herculano, um dos organizadores: defesa da democracia  

Momento grave na história brasileira

Após os atos de violência praticados pela extrema direita, cerca de 1.500 pessoas foram detidas pela Polícia Federal em Brasília. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado de seu cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por 90 dias e houve intervenção federal na área de segurança pública do DF devido a suspeitas de colaboração de autoridades da capital brasileira com os golpistas. Na noite desta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com os 27 governadores das unidades federativas e com representantes do Congresso e do STF, demonstrando que os três poderes estão unidos para preservar as instituições democráticas.

Professora da rede pública de ensino e mestranda da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, Mariana Vicente também foi ao protesto e avaliou que o ato é fundamental diante dos graves fatos ocorridos no dia 9 de janeiro. “Depois de muita mobilização, conseguimos vencer nas urnas o fascista, mas não o fascismo. O que ocorreu domingo foi a prova disso. Vimos muitos ônibus chegando a Brasília e a própria PM [Polícia Militar] apoiando, mostrando o caminho para que os bolsonaristas fizessem o que fizeram. Este é um momento muito drástico da nossa história recente.”

Entidades representativas da comunidade acadêmica da Unicamp também se somaram às manifestações e posicionaram-se a respeito dos crimes. Membro da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), Gabriela Barros aponta que os fatos de domingo expressam uma repulsa às normas democráticas, o que não é possível aceitar.

Manifestações em favor da democracia se espalharam pelo país; em Campinas ato foi organizado por
Manifestações em favor da democracia se espalharam pelo país; em Campinas, ato foi organizado por diversas entidades de classe, partidos e organizações da sociedade civil

“O movimento bolsonarista, descontente com o resultado das eleições, realizou atos antidemocráticos depredando símbolos públicos, símbolos nacionais e obras de arte. Rapidamente o STU se posicionou para fortalecermos este ato hoje em defesa da democracia e para que se respeitem os resultados democráticos das urnas. Que isso não volte a se repetir, ferindo o Estado Democrático de Direito”, disse.

Diretora da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), a professora Maria José de Mesquita indica que “foi muito importante sair para as ruas de maneira espontânea para demonstrar que este país é uma democracia e que não pode haver anistia para golpistas”.

Para o membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unicamp Luiz Natividade, a manifestação de segunda-feira significou uma rápida demonstração de força. "[Esta] foi uma resposta para deixar claro que não admitiremos isso aqui e nem em qualquer outro lugar do país. E mais do que isso, para demonstrar que não aceitaremos a impunidade para os responsáveis por essas atrocidades.”

Confira também as notas emitidas pela Unicamp, Adunicamp e STU.

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Ato em Campinas teve como objetivo reunir as forças que prezam o processo democrático brasileiro

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